Guarda iraniana não vai participar de campo gigante de gás
Assaluyeh, Irã - A Guarda Revolucionária iraniana não vai participar do desenvolvimento da parte de Teerã no maior campo de gás natural do mundo, anunciou na segunda-feira um alto funcionário do setor de exploração de gás. "A Khatam al-Anbia desistiu de participar do desenvolvimento de qualquer uma das fases do campo de gás South Pars", […]
Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2010 às 14h58.
Assaluyeh, Irã - A Guarda Revolucionária iraniana não vai participar do desenvolvimento da parte de Teerã no maior campo de gás natural do mundo, anunciou na segunda-feira um alto funcionário do setor de exploração de gás.
"A Khatam al-Anbia desistiu de participar do desenvolvimento de qualquer uma das fases do campo de gás South Pars", disse Mohammad Hassan Mousavizadeh a jornalistas. A Khatam al-Anbia é a empresa de engenharia e construção da Guarda Revolucionária.
Atingida pelas sanções impostas pelas Nações Unidas e os Estados Unidos, a Guarda Revolucionária vem exercendo papel econômico crescente na República Islâmica desde que o presidente de linha dura Mahmoud Ahmadinejad chegou ao poder, em 2005.
"A retirada não se deveu a problemas financeiros da Guarda. Ela não criará qualquer problema para o desenvolvimento do campo", disse o funcionário.
Depois de a empresa norueguesa Kvaerner ter desistido de participar da exploração do campo, o desenvolvimentos das fases 15 e 16 de South Pars foi entregue à Khatam al-Anbia, em 2006.
Em maio o grupo assinou um acordo comprometendo-se também a desenvolver três outras fases de South Pars, a maior reserva mundial de gás natural.
A resolução do Conselho de Segurança da ONU aprovada em junho incluiu em uma lista negra 15 firmas pertencentes ao Corpo de Guarda Revolucionária Islâmica.
Mousavizadeh disse que a desistência da Guarda não vai atrasar o projeto.
"A implementação do projeto de desenvolvimento não será atrasada. Qualquer empresa que não puder concluir o projeto no prazo previsto será substituída", disse ele.
Países estrangeiros estão investindo no campo, mas as sanções levaram empresas ocidentais a tratar o Irã com cautela.
O Ocidente suspeita que o Irã tenha o objetivo de desenvolver armas nucleares, mas Teerã diz que quer apenas gerar eletricidade.
Washington, em 2007, descreveu a Guarda Revolucionária como proliferadora de armas de destruição em massa, e, em junho, disse que vai punir as instituições bancárias internacionais que tiverem envolvimento com a Guarda.