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Grupo Black Blo é acusado de terrorismo no Egito

Em seu site, os militantes se definem como "uma geração que descende do sangue dos mártires" da mobilização popular de 2011

O presidente do Egito, Mohamed Mursi: os membros do Black Bloc se apresentaram como manifestantes opostos ao presidente islamita Mohamed Mursi. (AFP/ Fayez Nureldine)
DR

Da Redação

Publicado em 31 de janeiro de 2013 às 14h30.

Cairo - O Black Bloc, acusado de "realizar ações terroristas " pela procuradoria egípcia, é um misterioso grupo opositor, possivelmente inspirado em grupos antiglobalização de mesmo nome.

Os membros do Black Bloc se apresentaram como manifestantes opostos ao presidente islamita Mohamed Mursi. Acredita-se que seu modelo seja composto de grupos presentes na Europa e nos Estados Unidos.

Em um vídeo disponível no YouTube, militantes que afirmam fazer parte dos Black Bloc explicam que procuram "enfrentar o regime dos tiranos fascistas", referindo-se à Irmandade Muçulmana, o grupo ao qual Mursi pertence.

A procuradoria egípcia ordenou na terça-feira a detenção de qualquer pessoa suspeita de pertencer ao Black Bloc, cujos membros participaram com capuzes negros de recentes manifestações nas quais ocorreram confrontos com a polícia.

"Investigações demonstraram que o Black Bloc é um grupo organizado que realiza ações terroristas", afirmou o porta-voz da procuradoria.

Na quarta-feira, supostos membros do grupo foram detidos no Cairo diante do gabinete do procurador-geral, que havia ordenado sua detenção.

Os símbolos do Black Bloc, como o uso do capuz, parecem se inspirar em grupos antiglobalização presentes na Europa desde os anos de 1980.


Em seu site, os militantes se definem como "uma geração que descende do sangue dos mártires" da mobilização popular de 2011, que obrigou Hosni Mubarak a abandonar a presidência do Egito, depois de ter ocupado o cargo durante três décadas.

"As revoluções não são feitas com água de flor de laranjeira, mas com sangue", indicam, afirmando serem "potenciais mártires".

Para Haitham Nur, um jovem de 25 anos presente na quarta-feira em frente à procuradoria e que se define como um ativista político, o Black Bloc não existe.

No entanto, "há brigadas negras no país. São as milícias da Irmandade Muçulmana e dos grupos armados salafistas", declarou à AFP, referindo-se à confraria e aos seus aliados islamitas mais radicais.

O grande imã de Al-Azhar, Ahmed al-Tayeb, a principal autoridade do islã sunita, reuniu nesta quinta-feira no Cairo os principais partidos rivais, convocando-os a dialogar para solucionar a grave crise política que atinge o Egito.

O xeque presidiu na sede de sua influente instituição uma reunião de chefes da oposição liberal, islamitas, movimentos revolucionários, independentes e representantes cristãos.

Esta reunião ocorre num momento em que se multiplicam as tentativas de favorecer o diálogo quando o Egito vive há uma semana uma nova onda de violência que começou com a celebração do segundo aniversário da revolta popular que depôs Mubarak e que se intensificou no sábado, com a condenação à morte de 21 torcedores de uma equipe de futebol.

Na quarta-feira foram divulgadas duas novas vítimas mortais nos confrontos entre manifestantes e policiais perto da praça Tahrir do Cairo. E nesta quinta-feira, o balanço total era de 54 mortos em todo o país desde a explosão desta onda de violência, na última quinta-feira.

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Cairo - O Black Bloc, acusado de "realizar ações terroristas " pela procuradoria egípcia, é um misterioso grupo opositor, possivelmente inspirado em grupos antiglobalização de mesmo nome.

Os membros do Black Bloc se apresentaram como manifestantes opostos ao presidente islamita Mohamed Mursi. Acredita-se que seu modelo seja composto de grupos presentes na Europa e nos Estados Unidos.

Em um vídeo disponível no YouTube, militantes que afirmam fazer parte dos Black Bloc explicam que procuram "enfrentar o regime dos tiranos fascistas", referindo-se à Irmandade Muçulmana, o grupo ao qual Mursi pertence.

A procuradoria egípcia ordenou na terça-feira a detenção de qualquer pessoa suspeita de pertencer ao Black Bloc, cujos membros participaram com capuzes negros de recentes manifestações nas quais ocorreram confrontos com a polícia.

"Investigações demonstraram que o Black Bloc é um grupo organizado que realiza ações terroristas", afirmou o porta-voz da procuradoria.

Na quarta-feira, supostos membros do grupo foram detidos no Cairo diante do gabinete do procurador-geral, que havia ordenado sua detenção.

Os símbolos do Black Bloc, como o uso do capuz, parecem se inspirar em grupos antiglobalização presentes na Europa desde os anos de 1980.


Em seu site, os militantes se definem como "uma geração que descende do sangue dos mártires" da mobilização popular de 2011, que obrigou Hosni Mubarak a abandonar a presidência do Egito, depois de ter ocupado o cargo durante três décadas.

"As revoluções não são feitas com água de flor de laranjeira, mas com sangue", indicam, afirmando serem "potenciais mártires".

Para Haitham Nur, um jovem de 25 anos presente na quarta-feira em frente à procuradoria e que se define como um ativista político, o Black Bloc não existe.

No entanto, "há brigadas negras no país. São as milícias da Irmandade Muçulmana e dos grupos armados salafistas", declarou à AFP, referindo-se à confraria e aos seus aliados islamitas mais radicais.

O grande imã de Al-Azhar, Ahmed al-Tayeb, a principal autoridade do islã sunita, reuniu nesta quinta-feira no Cairo os principais partidos rivais, convocando-os a dialogar para solucionar a grave crise política que atinge o Egito.

O xeque presidiu na sede de sua influente instituição uma reunião de chefes da oposição liberal, islamitas, movimentos revolucionários, independentes e representantes cristãos.

Esta reunião ocorre num momento em que se multiplicam as tentativas de favorecer o diálogo quando o Egito vive há uma semana uma nova onda de violência que começou com a celebração do segundo aniversário da revolta popular que depôs Mubarak e que se intensificou no sábado, com a condenação à morte de 21 torcedores de uma equipe de futebol.

Na quarta-feira foram divulgadas duas novas vítimas mortais nos confrontos entre manifestantes e policiais perto da praça Tahrir do Cairo. E nesta quinta-feira, o balanço total era de 54 mortos em todo o país desde a explosão desta onda de violência, na última quinta-feira.

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