Greve geral na França é prova de fogo para Macron
ÀS SETE - O motivo da greve é o avanço da reforma trabalhista no país, que vem sido traçada pelo próprio Macron desde quando era ainda ministro da Economia
Da Redação
Publicado em 12 de setembro de 2017 às 06h07.
Última atualização em 12 de setembro de 2017 às 07h13.
O presidente francês Emmanuel Macron encara hoje seu maior desafio desde que assumiu o cargo. Nesta terça-feira, trabalhadores de todo o país se mobilizam em uma greve geral de 24h, cinco meses após o presidente assumir o mandato.
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O motivo da greve é o avanço da reforma trabalhista no país, que vem sido traçada pelo próprio Macron desde quando era ainda ministro da Economia.
Em março de 2016, teve início a Nuit Debout, um movimento social contra o que o grupo chama de retirada de direitos trabalhistas — e milhares de jovens se reuníam nas praças madrugada adentro para discutir formas de resistência.
A reforma do então presidente François Hollande foi aprovada em julho, mesmo sem acordo com a maior parte dos sindicatos franceses.
Agora, Macron trabalha em sua adaptação e, no dia primeiro de setembro, apresentou sua proposta de reforma, gerando forte reação dos movimentos. O objetivo é tentar baixar o desemprego no país, que está acima dos 9% desde 2009, e moldar o mercado de trabalho do país para as necessidades do novo século.
Dentre as principais mudanças apresentadas, estão facilitar as demissões, estabelecendo um teto para as indenizações a serem recebidas, e as contratações, a serem firmadas com maior flexibilidade. Também se abre a possibilidade de sobrepor as negociações individuais às coletivas em empresas com até 50 funcionários.
O movimento é visto pela CGT — o principal sindicato do país — como o fim do contrato de trabalho. O Código de Trabalho francês, de 1910, é quase uma bíblia no país.
Não é à toa, diversos governos passaram sem que uma reforma conseguisse ser levada adiante. A greve deve afetar pelo menos 4.000 empresas em 180 cidades, com adesão dos funcionários de setores cruciais como transporte, educação e energia.
É uma prova de fogo para o todo-poderoso Macron e sua maioria parlamentar mostrarem que podem o que outros não puderam.