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Grécia assume presidêcia da União Europeia por seis meses

Durante a cerimônia oficial de inauguração da presidência rotativa de seis meses, presidente da Comissão Europeia disse que a Grécia "fez esforços destacáveis"

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2014 às 18h47.

A Grécia assumiu nesta quarta-feira oficialmente, por um período de seis meses, a presidência da União Europeia, que tenta sair de uma grave crise econômica de quatro anos e realiza eleições europeias em maio.

"A presidência grega é uma oportunidade para mostrar que o futuro não será determinado pela crise, mas sim pelas lições aprendidas com ela", declarou o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, em coletiva de imprensa em Atenas junto ao primeiro-ministro grego, Antonis Samaras.

Durante a cerimônia oficial de inauguração da presidência rotativa de seis meses, Barroso disse que a Grécia "fez esforços destacáveis" e embora "haja algumas nuvens no horizonte, não é o momento para frear o ritmo das reformas".

Barroso, assim como todos os comissários europeus, viajaram a Atenas e se reuniram com o governo, como fazem em cada presidência da União Europeia. O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, também viajou.

Esta visita ao epicentro da crise da dívida, um país que teve que realizar uma política draconiana de austeridade que deixou na pobreza cerca da metade da população, tem uma dimensão particular.

Foi a ocasião para lembrar que as projeções mais pessimistas não se cumpriram, em particular a saída da Grécia da zona do euro e que os sacrifícios do povo grego não foram em vão.

"Depois de ter feito grandes sacrifícios, a Grécia deixa a crise para trás, agora se sustenta com ambos os pés", declarou o primeiro-ministro Antonis Samaras.

Por outro lado, Barroso excluiu a vitória de forças extremistas nas próximas eleições europeias, que acontecerão em maio, embora reconheça que, devido à crise, "o extremismo e o populismo podem prosperar, inclusive nos países mais avançados".

Em sinal dessa tensão, o chefe do principal partido da oposição grega, o Esquerda Radical (Syriza), Alexis Tsipras, boicotou a cerimônia oficial de inauguração da presidência.

Um gesto simbólico para o adversário dos planos de austeridade impostos a seu país. Uma "pessoa interessada na Europa teria vindo", respondeu Samaras, sem citar o nome do líder de extrema esquerda.

Horizonte incerto

A Grécia considera esta presidência como uma ocasião ideal para reconquistar o prestígio perdido durante a crise da dívida no final de 2009, que desestabilizou a zona do euro, e se transformar em um país "como os outros", segundo a expressão do primeiro-ministro, Antonis Samaras.

Embora pareça que o pior da crise ficou para trás, o horizonte continua sendo sombrio para a Grécia.

O país tem que enfrentar, nos próximos meses, um gap orçamentário de 11 bilhões de de euros. Idealmente, o país deseja não ter que recorrer a um terceiro plano de ajuda, disse o ministro das Finanças, Yannis Stournaras, que excluiu novas medidas de austeridade.

A dívida do país continua sendo muito alta: de cerca de 175% do Produto Interno Bruto (PIB), o que dificulta seu retorno aos mercados da dívida a longo prazo.

O governo grego espera obter uma nova redução das taxas de juros, depois de os credores privados aceitarem em 2012 um perdão de 107 bilhões de euros, se a Grécia conseguir um superávit orçamentário primário, o que parece ter sido ser o caso em 2013.

"Não pedimos um perdão", disse Stournaras nesta quarta-feira. "Há muitas formas para reduzir a dívida", como a redução das taxa de juros ou a extensão do prazo para a devolução da dívida, embora, para isso, é preciso convencer os credores. Espera-se que as negociações com este fim comecem em abril.

Enquanto isso, Atenas fixou um ambicioso plano para sua presidência europeia: crescimento, emprego, aplicação da união bancária, imigração e política marítima.

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