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Governo e oposição da Venezuela tentam avançar em diálogo

A recusa do governo ao pedido de uma anistia foi o primeiro ponto de discórdia, sobre o qual os dois lados buscarão soluções alternativas

Manifestante participa de protesto contra o governo da Venezuela em Caracas: as manifestações foram iniciadas por estudantes para criticar a falta de segurança (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2014 às 08h00.

Caracas - O governo e a oposição da Venezuela destacaram na terça-feira o respeito e tolerância mútuos para avançar em um diálogo de paz, após dois meses de violentos protestos, apesar da confirmação de muitas divergências.

A recusa do governo do presidente Nicolás Maduro ao pedido de uma anistia - algo que o chefe de Estado já havia antecipado diversas vezes - foi o primeiro ponto de discórdia, sobre o qual os dois lados buscarão soluções alternativas, anunciaram após o encontro.

As delegações do governo, liderada pelo vice-presidente Jorge Arreaza, e da aliança opositora Mesa de Unidade Democrática, lidera por seu secretário executivo Ramon Guillermo Aveledo, se reuniram por três horas e meia na presença dos chanceleres da Colômbia, Equador e Brasil e do núncio apostólico, designados "testemunhas de boa-fé".

Durante o encontro "ratificamos nossa rejeição absoluta e sem qualquer dúvida de qualquer manifestação de violência" assim como "nosso respeito à Constituição", disse Aveledo em uma declaração que deve ter agradado ao governo, que desejava dos opositores uma posição justamente sobre estes pontos, entre outros.

A Venezuela é cenário desde fevereiro de protestos, iniciados por estudantes para criticar a falta de segurança.


Mas os setores radicais da oposição entraram nas manifestações e passaram a estimular a tática de ocupar as ruas com protestos para forçar a renúncia do presidente, o que levou Maduro, herdeiro político de Hugo Chávez, a definir a situação como um "golpe de Estado em desenvolvimento".

Os protestos no país provocaram várias batalhas violentas nas ruas entre manifestantes encapuzados, unidades policiais e grupos de civis armados que a oposição acusa de ligação com o governo. No total, 41 pessoas morreram, mais de 600 ficaram feridas, 175 foram detidas e o país registrou 120 denúncias de abusos dos direitos humanos.

A oposição voltou a defender uma anistia, rejeitada pelo governo. Mas Aveledo afirmou que o Executivo deixou aberta a possibilidade de continuidade do diálogo.

Segundo pesquisa da consultoria Hinterlaces publicada nesta terça-feira, 90% dos venezuelanos apoiam os diálogos de paz entre o governo e a oposição, mas somente 54% acham que ajudarão a resolver os problemas do país,

A pesquisa foi realizada depois do primeiro encontro do diálogo, na quinta-feira passada, e demonstra que a mensagem opositora tem uma repercussão levemente superior à do governo, apesar de a maioria dos entrevistas acreditar que o presidente Maduro está sinceramente interessado em pacificar o país (45%), contra 33% que acham o mesmo da oposição.

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Caracas - O governo e a oposição da Venezuela destacaram na terça-feira o respeito e tolerância mútuos para avançar em um diálogo de paz, após dois meses de violentos protestos, apesar da confirmação de muitas divergências.

A recusa do governo do presidente Nicolás Maduro ao pedido de uma anistia - algo que o chefe de Estado já havia antecipado diversas vezes - foi o primeiro ponto de discórdia, sobre o qual os dois lados buscarão soluções alternativas, anunciaram após o encontro.

As delegações do governo, liderada pelo vice-presidente Jorge Arreaza, e da aliança opositora Mesa de Unidade Democrática, lidera por seu secretário executivo Ramon Guillermo Aveledo, se reuniram por três horas e meia na presença dos chanceleres da Colômbia, Equador e Brasil e do núncio apostólico, designados "testemunhas de boa-fé".

Durante o encontro "ratificamos nossa rejeição absoluta e sem qualquer dúvida de qualquer manifestação de violência" assim como "nosso respeito à Constituição", disse Aveledo em uma declaração que deve ter agradado ao governo, que desejava dos opositores uma posição justamente sobre estes pontos, entre outros.

A Venezuela é cenário desde fevereiro de protestos, iniciados por estudantes para criticar a falta de segurança.


Mas os setores radicais da oposição entraram nas manifestações e passaram a estimular a tática de ocupar as ruas com protestos para forçar a renúncia do presidente, o que levou Maduro, herdeiro político de Hugo Chávez, a definir a situação como um "golpe de Estado em desenvolvimento".

Os protestos no país provocaram várias batalhas violentas nas ruas entre manifestantes encapuzados, unidades policiais e grupos de civis armados que a oposição acusa de ligação com o governo. No total, 41 pessoas morreram, mais de 600 ficaram feridas, 175 foram detidas e o país registrou 120 denúncias de abusos dos direitos humanos.

A oposição voltou a defender uma anistia, rejeitada pelo governo. Mas Aveledo afirmou que o Executivo deixou aberta a possibilidade de continuidade do diálogo.

Segundo pesquisa da consultoria Hinterlaces publicada nesta terça-feira, 90% dos venezuelanos apoiam os diálogos de paz entre o governo e a oposição, mas somente 54% acham que ajudarão a resolver os problemas do país,

A pesquisa foi realizada depois do primeiro encontro do diálogo, na quinta-feira passada, e demonstra que a mensagem opositora tem uma repercussão levemente superior à do governo, apesar de a maioria dos entrevistas acreditar que o presidente Maduro está sinceramente interessado em pacificar o país (45%), contra 33% que acham o mesmo da oposição.

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