Governo contabiliza total de 80 mortos em protestos na Venezuela
O ministro reconheceu que "há outras instituições que manejam outros números", em referência à procuradoria, que trabalha com a cifra de 65 mortos
EFE
Publicado em 5 de junho de 2017 às 18h01.
Caracas - O ministro de Comunicação e Informação da Venezuela , Ernesto Villegas, disse nesta segunda-feira que o governo contabilizou até agora 80 mortos na onda de protestos que começou no país há 66 dias.
"Eu devo dizer que nossos registros, a investigação que estamos conduzindo sobre as vítimas fatais, nos mostram no dia de hoje a cifra de 80 mortos", declarou Villegas em uma entrevista à emissora privada "Globovisión".
O ministro reconheceu que "há outras instituições que manejam outros números", em referência à procuradoria venezuelana, que trabalha com a cifra de 65 mortos.
Villegas explicou que os dados utilizados pelo governo são elaborados com o balanço da procuradoria e um registro nas redes sociais, bem como depoimentos de afetados.
De acordo com Villegas, algumas das vítimas foram "sequestradas e assassinadas por serem chavistas", ainda que não tenha oferecido detalhes sobre estes casos.
"Não podemos ficar vendo esta tragédia, destas dimensões, com a mesma lógica que faz a indústria do entretenimento, que te mostra um caso e o explora para arrancar lágrimas", disse.
A pressão de rua contra o governo venezuelano começou há 66 dias e aumentou quando o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou no dia 1º de maio que convocaria um processo Constituinte para reformar a Constituição.
Algumas das manifestações, a favor e contra o governo, se tornaram violentas, e deixaram até agora um saldo de 65 mortos e cerca de mil feridos, segundo dados da procuradoria.
Enquanto o governo acusa à oposição pela violência, a procuradora-geral, Luisa Ortega Díaz, responsabilizou a polícia por 19 das 65 mortes e por ter causado ferimentos em 600 pessoas.
Em tal sentido, Villegas pediu que a procuradoria "tome as ações" que considerar necessárias contra os funcionários que se excedam nos seus trabalhos.
"Onde houver um funcionário público (...) envolvido em um crime, este tem que ser processado", destacou.