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Governo colombiano enfrenta 3ª greve geral em 15 dias

As últimas duas semanas foram marcadas por protestos diários contra o governo do presidente Iván Duque, de centro-direita

Colômbia: pacote de medidas emergenciais do governo não foi o suficiente para tirar manifestantes das ruas  (Carlos Jasso/Reuters)

Colômbia: pacote de medidas emergenciais do governo não foi o suficiente para tirar manifestantes das ruas (Carlos Jasso/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2019 às 06h12.

Última atualização em 4 de dezembro de 2019 às 06h35.

Adicionando mais tensão à caótica situação política colombiana, nesta quarta-feira 4 diversos setores sociais prometem paralisar o país na terceira greve geral realizada em menos de 15 dias. Mesmo com o “Grande Diálogo Nacional” proposto pelo governo, ontem, a Central Unitária dos Trabalhadores da Colômbia rejeitou o pedido do presidente Iván Duque de suspender o novo movimento.

Espelhados no Chile, protestos diários vêm tomando as ruas da Colômbia contra as políticas econômicas e sociais do presidente Iván Duque, de centro-direita. Em 21 de novembro, inúmeros serviços foram paralisados na capital Bogotá e no resto do país na primeira greve geral contra o governo. 

A morte de um jovem de 18 anos atingido por um artefato lançado pela polícia em um protesto causou uma segunda greve geral no último dia 27. Na ocasião, além das antigas demandas, que incluem questões como o acesso a postos de trabalho e a direitos sociais, os manifestantes passaram a pedir, também, a extinção da chamada polícia antimotim. 

As vésperas da segunda greve geral do dia 27, o presidente Iván Duque, anunciou, sem sucesso, um pacote de medidas sociais para aliviar a pressão popular e chegar a um acordo. Entre as propostas estão a suspensão da cobrança do IVA (Imposto sobre Valor Agregado) por três dias a cada ano, a começar em 2020, e a restituição do IVA pago por famílias vulneráveis, que o governo estima corresponder a 20% da população da Colômbia

Duque também convidou representantes de diversos setores sociais para o que chamou de “Grande Diálogo Nacional”. Tentando contornar o caos político, o presidente vem recebendo na sede do governo líderes de eixos como crescimento, transparência, educação, paz, meio ambiente, e combate a corrupção e fortalecimento das instituições. 

O comitê de paralisações, no entanto, não concorda que as demandas das ruas sejam setorizadas em eixos como vem fazendo o governo. Essa semana, Duque informou que seu governo lançará uma plataforma digital para receber propostas de cidadãos para o país. A fórmula de muito diálogo e pouca mudança concreta, no entanto, não conseguiu evitar uma terceira greve geral, deixando o futuro da Colômbia e do governo na incerteza. 

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