Governo argentino perde terreno com fuga de votos
Eleições na Argentina evidenciaram perda de terreno do governo que, apesar de ser a força política mais votada, foi derrotada nas principais áreas eleitorais
Da Redação
Publicado em 28 de outubro de 2013 às 09h20.
Buenos Aires - As eleições legislativas realizadas neste domingo na Argentina deixaram em evidência a perda de terreno do governante Frente para la Victoria que, apesar de ser a força política mais votada em nível nacional, foi derrotada nos cinco principais distritos eleitorais do país.
Em apenas dois anos, o apoio popular ao kirchnerismo passou dos contundentes 54% que permitiu à presidente argentina, Cristina Kirchner , conseguir um segundo mandato de Governo, para diluídos 32% conseguidos nas legislativas em nível nacional, segundo os primeiros resultados provisórios.
Este nível de adesão está seis pontos acima dos 26% obtidos nas primárias de agosto passado e que a Frente para la Victoria (FPV) alcança para conservar sua maioria parlamentar, mas mesmo assim é um dos piores desempenhos eleitorais do kirchnerismo desde sua chegada ao poder, em 2003, com Néstor Kirchner como presidente.
O resultado do Governo tanto nas primárias como na eleição deste domingo é, além disso, um dos piores obtidos por uma força no Governo em 30 anos desde o retorno da Argentina à democracia, que se completarão em dezembro próximo.
Só o Governo do radical Fernando de la Rúa (1999-2001) alcançou um resultado pior em um pleito legislativo, quando obteve 23,1% nas eleições de 2001, às vésperas da crise política, econômica e social que sacudiu a Argentina.
Na província de Buenos Aires, o maior distrito eleitoral do país, a FPV obteve 31,8% dos votos, apenas um par de pontos acima do que colheu nas primárias, mas muito atrás dos 43,68% da opositora Frente Renovador.
Esta força, liderada por Sergio Massa, prefeito de uma cidade vizinha da capital e ex-chefe de Gabinete de Cristina, conseguiu inclusive melhorar em perto de nove pontos o desempenho que tinha alcançado nas primárias.
Este triunfo deixa Massa bem posicionado para pensar em uma eventual candidatura presidencial para as eleições de 2015, embora o prefeito, que conta com o respaldo de vários peronistas dissidentes, não tenha revelado quais são suas ambições políticas.
Na província central de Córdoba, segundo distrito mais povoado do país, a FPV ficou em terceiro lugar, com 15,2%, da mesma forma que na província de Santa Fé (centro), terceiro maior distrito eleitoral, onde obteve 22,5%.
Nesta última província o grande ganhador foi o socialista Hermes Binner, que obteve o segundo lugar nas presidenciais de 2011 e que poderia voltar a concorrer dentro de dois anos.
Na capital argentina, a força liderada por Cristina Kirchner ficou também em terceiro lugar, com cerca de um quinto dos votos, tanto na eleição para deputados como na de senadores.
Na cidade de Buenos Aires, o triunfo foi para a conservadora Proposta Republicana (Pro), liderada pelo prefeito da capitalino, Mauricio Macri, que aproveitou a vitória para formalizar sua candidatura presidencial para 2015.
Na província de Mendoza (oeste), o quinto maior distrito eleitoral, a FPV ficou em segundo lugar, com 27,03%, muito atrás da Unión Cívica Radical, que, com o ex-vice-presidente de Cristina em seu primeiro mandato, Julio Cobos, como principal candidato, obteve um arrasador 47,7% que também o deixa bem colocado para se projetar em nível nacional.
A FPV já tinha sofrido uma dura derrota eleitoral nas eleições legislativas de 2009, quando em nível nacional obteve 30,7% dos votos.
Naquele pleito, foi o próprio Néstor Kirchner que liderou a lista de candidatos a deputado pelo Governo na província de Buenos Aires, eleição na qual ficou em segundo lugar, com 32,1% dos votos.
Dois anos depois, nas presidenciais de outubro de 2011, o Governo demonstrou sua capacidade de recuperação ao obter 54,1% dos votos para a reeleição de Cristina.
Nesse mesmo pleito, a FPV alcançou 57% dos votos na província de Buenos Aires para os cargos legislativos nacionais, quase o dobro do volume de votos obtidos este domingo em uma praça eleitoral-chave para travar a batalha pela Presidência.
Buenos Aires - As eleições legislativas realizadas neste domingo na Argentina deixaram em evidência a perda de terreno do governante Frente para la Victoria que, apesar de ser a força política mais votada em nível nacional, foi derrotada nos cinco principais distritos eleitorais do país.
Em apenas dois anos, o apoio popular ao kirchnerismo passou dos contundentes 54% que permitiu à presidente argentina, Cristina Kirchner , conseguir um segundo mandato de Governo, para diluídos 32% conseguidos nas legislativas em nível nacional, segundo os primeiros resultados provisórios.
Este nível de adesão está seis pontos acima dos 26% obtidos nas primárias de agosto passado e que a Frente para la Victoria (FPV) alcança para conservar sua maioria parlamentar, mas mesmo assim é um dos piores desempenhos eleitorais do kirchnerismo desde sua chegada ao poder, em 2003, com Néstor Kirchner como presidente.
O resultado do Governo tanto nas primárias como na eleição deste domingo é, além disso, um dos piores obtidos por uma força no Governo em 30 anos desde o retorno da Argentina à democracia, que se completarão em dezembro próximo.
Só o Governo do radical Fernando de la Rúa (1999-2001) alcançou um resultado pior em um pleito legislativo, quando obteve 23,1% nas eleições de 2001, às vésperas da crise política, econômica e social que sacudiu a Argentina.
Na província de Buenos Aires, o maior distrito eleitoral do país, a FPV obteve 31,8% dos votos, apenas um par de pontos acima do que colheu nas primárias, mas muito atrás dos 43,68% da opositora Frente Renovador.
Esta força, liderada por Sergio Massa, prefeito de uma cidade vizinha da capital e ex-chefe de Gabinete de Cristina, conseguiu inclusive melhorar em perto de nove pontos o desempenho que tinha alcançado nas primárias.
Este triunfo deixa Massa bem posicionado para pensar em uma eventual candidatura presidencial para as eleições de 2015, embora o prefeito, que conta com o respaldo de vários peronistas dissidentes, não tenha revelado quais são suas ambições políticas.
Na província central de Córdoba, segundo distrito mais povoado do país, a FPV ficou em terceiro lugar, com 15,2%, da mesma forma que na província de Santa Fé (centro), terceiro maior distrito eleitoral, onde obteve 22,5%.
Nesta última província o grande ganhador foi o socialista Hermes Binner, que obteve o segundo lugar nas presidenciais de 2011 e que poderia voltar a concorrer dentro de dois anos.
Na capital argentina, a força liderada por Cristina Kirchner ficou também em terceiro lugar, com cerca de um quinto dos votos, tanto na eleição para deputados como na de senadores.
Na cidade de Buenos Aires, o triunfo foi para a conservadora Proposta Republicana (Pro), liderada pelo prefeito da capitalino, Mauricio Macri, que aproveitou a vitória para formalizar sua candidatura presidencial para 2015.
Na província de Mendoza (oeste), o quinto maior distrito eleitoral, a FPV ficou em segundo lugar, com 27,03%, muito atrás da Unión Cívica Radical, que, com o ex-vice-presidente de Cristina em seu primeiro mandato, Julio Cobos, como principal candidato, obteve um arrasador 47,7% que também o deixa bem colocado para se projetar em nível nacional.
A FPV já tinha sofrido uma dura derrota eleitoral nas eleições legislativas de 2009, quando em nível nacional obteve 30,7% dos votos.
Naquele pleito, foi o próprio Néstor Kirchner que liderou a lista de candidatos a deputado pelo Governo na província de Buenos Aires, eleição na qual ficou em segundo lugar, com 32,1% dos votos.
Dois anos depois, nas presidenciais de outubro de 2011, o Governo demonstrou sua capacidade de recuperação ao obter 54,1% dos votos para a reeleição de Cristina.
Nesse mesmo pleito, a FPV alcançou 57% dos votos na província de Buenos Aires para os cargos legislativos nacionais, quase o dobro do volume de votos obtidos este domingo em uma praça eleitoral-chave para travar a batalha pela Presidência.