Governo argentino diz que não saiu enfraquecido de eleição
Coalizão perdeu nos principais distritos do país, inclusive na importante província de Buenos Aires, mostrando o descontentamento do eleitorado
Da Redação
Publicado em 28 de outubro de 2013 às 17h33.
Buenos Aires - O governo argentino garantiu na segunda-feira que sua capacidade de gerir o país não está em risco, um dia depois de uma dura derrota nas eleições legislativas, e num momento em que a presidente Cristina Kirchner se recupera de uma cirurgia no crânio.
A coalizão liderada pela presidente centro-esquerdista perdeu nos principais distritos do país, inclusive na importante província de Buenos Aires, mostrando o descontentamento do eleitorado com a inflação elevada, os controles cambiais e a insegurança pública.
O governo manteve sua maioria no Congresso, mas não terá condições de aprovar uma emenda constitucional que permita a Cristina disputar um novo mandato.
O ministro da Defesa, Agustín Rossi, disse a uma rádio que o resultado "nos dá uma fortaleza legislativa importante para concluir este mandato de quatro anos" da presidente.
Analistas preveem, no entanto, que parlamentares governistas em breve começarão a debandar para a oposição, dentro do habitual exercício local de transmigração política quando um presidente não tem chances de reeleição.
Também em curto prazo há dúvidas sobre a capacidade administrativa de Cristina, afastada das suas funções há três semanas para se submeter a uma cirurgia de drenagem de um hematoma cerebral. Sua licença vai até a semana que vem, mas seu filho disse no domingo que ainda não sabe quando ela poderá retomar suas atividades.
Cristina, que também sofre de uma doença cardíaca da qual se sabem poucos detalhes, tem um estilo centralizador de governo. Seu vice, Amado Boudou, assumiu interinamente o cargo, mas já há sinais públicos de disputa interna no gabinete para tomar decisões - principalmente as econômicas - na ausência dela.
"Ninguém sabe onde está o poder hoje, quem o detém. Agora, o eixo de governabilidade em curto prazo passa por saber quando a presidenta volta e por onde passa o eixo do poder hoje", disse a analista política Mariel Fornoni.
Transição
A eleição do fim de semana marca também o início de uma transição política que durará até 2015. Os candidatos do governo peronista e seus aliados obtiveram cerca de 33 por cento dos votos em nível nacional, uma queda de cerca de 20 pontos percentuais em relação à eleição nacional de 2011, quando Cristina foi reeleita.
Na província de Buenos Aires, a maior do país, o popular prefeito da cidade de Tigre, Sergio Massa, venceu por ampla margem o candidato do governo.
Massa, que representa um setor do peronismo crítico ao governo e favorável a medidas mais amistosas com os mercados, surgiu assim como um potencial candidato à Presidência.
O governismo também perdeu por ampla margem nos outros quatro principais distritos eleitorais: Córdoba, Santa Fe, Mendoza e Capital Federal (cidade de Buenos Aires).
Buenos Aires - O governo argentino garantiu na segunda-feira que sua capacidade de gerir o país não está em risco, um dia depois de uma dura derrota nas eleições legislativas, e num momento em que a presidente Cristina Kirchner se recupera de uma cirurgia no crânio.
A coalizão liderada pela presidente centro-esquerdista perdeu nos principais distritos do país, inclusive na importante província de Buenos Aires, mostrando o descontentamento do eleitorado com a inflação elevada, os controles cambiais e a insegurança pública.
O governo manteve sua maioria no Congresso, mas não terá condições de aprovar uma emenda constitucional que permita a Cristina disputar um novo mandato.
O ministro da Defesa, Agustín Rossi, disse a uma rádio que o resultado "nos dá uma fortaleza legislativa importante para concluir este mandato de quatro anos" da presidente.
Analistas preveem, no entanto, que parlamentares governistas em breve começarão a debandar para a oposição, dentro do habitual exercício local de transmigração política quando um presidente não tem chances de reeleição.
Também em curto prazo há dúvidas sobre a capacidade administrativa de Cristina, afastada das suas funções há três semanas para se submeter a uma cirurgia de drenagem de um hematoma cerebral. Sua licença vai até a semana que vem, mas seu filho disse no domingo que ainda não sabe quando ela poderá retomar suas atividades.
Cristina, que também sofre de uma doença cardíaca da qual se sabem poucos detalhes, tem um estilo centralizador de governo. Seu vice, Amado Boudou, assumiu interinamente o cargo, mas já há sinais públicos de disputa interna no gabinete para tomar decisões - principalmente as econômicas - na ausência dela.
"Ninguém sabe onde está o poder hoje, quem o detém. Agora, o eixo de governabilidade em curto prazo passa por saber quando a presidenta volta e por onde passa o eixo do poder hoje", disse a analista política Mariel Fornoni.
Transição
A eleição do fim de semana marca também o início de uma transição política que durará até 2015. Os candidatos do governo peronista e seus aliados obtiveram cerca de 33 por cento dos votos em nível nacional, uma queda de cerca de 20 pontos percentuais em relação à eleição nacional de 2011, quando Cristina foi reeleita.
Na província de Buenos Aires, a maior do país, o popular prefeito da cidade de Tigre, Sergio Massa, venceu por ampla margem o candidato do governo.
Massa, que representa um setor do peronismo crítico ao governo e favorável a medidas mais amistosas com os mercados, surgiu assim como um potencial candidato à Presidência.
O governismo também perdeu por ampla margem nos outros quatro principais distritos eleitorais: Córdoba, Santa Fe, Mendoza e Capital Federal (cidade de Buenos Aires).