Governador de NY diz que não obedeceria ordem de Trump sobre reabertura
Governador de Nova York afirmou que não acabaria com o isolamento por coronavírus se medida ameaçasse a saúde pública
Reuters
Publicado em 14 de abril de 2020 às 12h48.
Última atualização em 14 de abril de 2020 às 21h35.
O governador de Nova York , Andrew Cuomo, disse nesta terça-feira que não cumpriria nenhuma ordem que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , pudesse dar para reabrir seu Estado de maneira insegura durante o surto de coronavírus.
"Se ele me ordenasse a reabrir de uma maneira que ameaçasse a saúde pública do povo do meu Estado, não o faria", disse Cuomo em uma entrevista à CNN.
Na segunda-feira, Trump disse acreditar que tem "autoridade total" sobre os Estados no tocante à reação do país ao coronavírus , uma postura que não tem amparo na Constituição e foi rejeitada imediatamente por especialistas jurídicos e alguns governadores.
Cuomo disse que tal ordem criaria uma contenda constitucional entre os Estados e o governo federal que chegaria aos tribunais.
"E a pior coisa possível que ele poderia fazer neste momento (é) agir de forma ditatorial e agir de uma forma partidária e polarizadora", disse, referindo-se ao empenho do presidente para se reeleger em novembro. "Deixe a política fora disso."
Cuomo disse que os fundadores do país já decidiram a questão.
"Tivemos esta discussão. Foi muito tempo atrás. Pessoas chamadas Hamilton, Jefferson, Madison e Washington. E eles concluíram isso. Escreveram um documento que se chama Constituição dos Estados Unidos", disse.
"Ela diz que o governo federal não tem poder absoluto", disse Cuomo. "Ela diz o exato oposto do que o presidente disse. Diz que isso seria um rei."