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Geração Z revela divisão de gênero na hora de escolher entre Trump e Kamala

Divisão pode ser decisiva nas eleições de novembro

Geração Z: a divisão de gênero pode influenciar o resultado da eleição presidencial de 2024 nos EUA (OSCE/Divulgação)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 25 de outubro de 2024 às 16h11.

Última atualização em 25 de outubro de 2024 às 16h19.

Um novo fenômeno na juventude americana pode ser decisivo no dia 5 de novembro nos Estados Unidos: as mulheres se inclinam à Kamala Harris, enquanto os homens mostram cada vez mais apoio a Donald Trump. Apesar de a juventude ser majoritariamente progressista, tanto o ex-presidente republicano quanto a vice-presidente democrata reconhecem essa nova dinâmica, ajustando suas agendas de campanha para refletir essa divisão de gênero.

Trump e Kamala em campanha pelo Texas

Trump está concentrando esforços no público masculino mais jovem, reunindo-se com influenciadores de áreas como kickboxing e criptomoedas. Em uma ação estratégica, o ex-presidente participará do programa de Joe Rogan, um podcaster popular entre os homens mais jovens. Já Kamala Harris foca em atrair mulheres jovens e realizará um evento ao lado de Beyoncé, defendendo o direito ao aborto em um estado com algumas das leis mais restritivas do país.

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Pesquisas recentes indicam a força dessa divisão: um levantamento da Universidade Harvard revelou que 70% das mulheres na faixa etária de 19 a 29 anos apoiam Kamala, enquanto Trump possui apenas 23% de aprovação entre elas. Entre os homens, Kamala conta com 53% das intenções de voto, ante 36% para Trump. Já uma pesquisa da NBC mostrou que, embora 59% das mulheres optem por Kamala, a corrida entre os homens é quase um empate, com 42% para a democrata e 40% para o republicano.

Economia e direitos das mulheres em debate

Madeline Tena, de 18 anos e estudante de medicina no Arizona, expressou preocupação com os direitos das mulheres e o acesso à saúde: “Já estão tentando vetar nosso direito ao aborto. O que mais vão tentar vetar?”, questionou. Madeline decidiu votar em Kamala com base no conteúdo visto nas redes sociais, considerando a vice-presidente uma opção melhor do que Trump.
Por outro lado, Zackree Kline, de 21 anos, destaca a economia como fator decisivo para seu voto em Trump. “Tudo era mais barato quando ele era presidente”, afirma Kline, que trabalha em uma funerária na Pensilvânia e sente os impactos econômicos no seu dia a dia.

Gênero e religião na geração Z

Jennie Sweet-Cushman, professora de Ciências Políticas, destaca que a juventude americana está cada vez mais dividida em termos de gênero. As mulheres jovens estão mais focadas em se graduar e menos atraídas pelo Partido Republicano, enquanto os homens mostram um crescimento de apoio ao campo conservador.

Estudos recentes indicam que mulheres jovens estão abandonando visões conservadoras sobre família, relacionamento e religião. Uma pesquisa do "Survey Center on American Life" mostrou que, na geração Z, 54% das mulheres deixaram de seguir a religião em que foram criadas. Apesar dessas dinâmicas, é incerto se o gênero será um fator decisivo na eleição de novembro, que é marcada por múltiplas variáveis e um sistema de voto indireto. No entanto, as mulheres historicamente votam em maior número do que os homens, o que pode ser crucial para o resultado final.

Kelly Dittmar, professora da Universidade de Rutgers, conclui: “As mulheres têm superado os homens em participação política nos últimos 40 anos, e não há sinal de que isso vá mudar em 2024”.

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