G7 apoia novas ajudas do FMI para países pobres por pandemia
A operação visa permitir que os países afetados "liberem recursos para financiar necessidades cruciais, como vacinas ou importação de alimentos
AFP
Publicado em 19 de março de 2021 às 15h13.
Reunidos em uma videoconferência nesta sexta-feira (19), organizada pelo Reino Unido, os ministros das Finanças do G7 apoiaram novas ajudas para os países pobres enfraquecidos pela pandemia , por intermédio do Fundo Monetário Internacional ( FMI ) - informou um comunicado.
"O ministro das Finanças Rishi Sunak e seus homólogos do G7 concordaram hoje em apoiar propostas para que os países vulneráveis recebam mais ajuda financeira durante a pandemia", anunciou o Tesouro britânico.
Esta ajuda tomará a forma de uma emissão de direitos especiais, os chamados DES (em inglês: Special Drawing Rights, SDR), para "proporcionar liquidez" aos países afetados, completou.
Será a primeira emissão desse tipo desde a crise financeira de 2009, informou.
A operação visa permitir que os países afetados "liberem recursos para financiar necessidades cruciais, como vacinas ou importação de alimentos, e melhorar as amortizações de países emergentes ou de baixa renda".
Criados em 1969 pelo FMI para complementar as reservas cambiais de seus países membros, os DES podem ser trocados por moeda. Seu valor é baseado em uma cesta das cinco principais moedas internacionais. São atribuídos aos países membros com base em sua cota.
Este acordo "significativo estabelece as bases para um possível acordo nas reuniões de abril do G20 e do comitê do FMI" para garantir que "nenhum país fique para trás na recuperação econômica após o coronavírus", disse Sunak, citado no comunicado.
A reunião desta sexta-feira, realizada virtualmente devido ao coronavírus, segue um evento semelhante em fevereiro e acontece antes de uma reunião de cúpula do G7 no final deste ano na Grã-Bretanha.
Os ministros do Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Canadá, Estados Unidos e Japão também concordaram que o G7 trabalhe com o FMI para melhorar "a transparência no uso dos DES para garantir a responsabilidade dos países destinatários".
Antes da reunião desta sexta-feira, Sunak já havia conversado por telefone com a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, sobre o tema da ajuda ao desenvolvimento.
A Grã-Bretanha assumiu a presidência rotativa do G7 em janeiro com a esperança de uma maior cooperação dos Estados Unidos, à medida que o presidente Joe Biden trouxe o país de volta ao acordo climático de Paris e à Organização Mundial da Saúde.
O governo de Biden também expressou apoio a uma proposta de imposto global sobre gigantes digitais como Amazon, Facebook e Google, que obtiveram lucros estelares durante a pandemia.
Sunak observou que os participantes da reunião do G7 permaneceram comprometidos em chegar a uma "conclusão multilateral duradoura" para "os desafios fiscais da economia digital" por meio de estreita cooperação.
O Reino Unido também sediará a COP26 em novembro em Glasgow. Nesse contexto, Sunak "deu boas-vindas à cooperação contínua entre os ministros do G7 para tornar o clima uma prioridade", incluindo a divulgação de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade ou impacto ambiental e finanças verdes.