Funcionária das Missionárias da Caridade é presa por vender bebê na Índia
A polícia recebeu a denúncia poucos dias antes da criança de 14 dias ser vendida por cerca de US$ 1.740 na Índia
EFE
Publicado em 5 de julho de 2018 às 10h55.
Nova Délhi - A Polícia da Índia deteve uma funcionária de um centro das Missionárias da Caridade, da Ordem de Madre Teresa de Calcutá, por vender um bebê no leste da Índia, informou nesta quinta-feira à Agência Efe uma fonte oficial.
"Uma mulher foi detida no caso porque foi quem intermediou a troca. O bebê foi vendido por 120.000 rupias" (cerca de US$ 1.740), informou Anish Gupta, superintendente da Polícia de Ranchi, capital do estado de Jharkhand, onde aconteceu o fato.
A fonte disse que a Polícia recebeu uma denúncia sobre o ocorrido há dois dias por parte do Comitê para o Bem-Estar das Crianças, órgão do Governo, e que a venda do bebê tinha acontecido há poucos dias.
A criança, de 14 dias, já foi resgatada e a Polícia também recuperou o dinheiro da venda, de acordo com Gupta.
A porta-voz das Missionárias da Caridade em Calicute Chandra Argawal disse à Efe que desconhece o caso de Ranchi e afirmou que nunca tinha ouvido falar da venda de crianças "em 50 anos de associação" com a ordem de Santa Teresa.
Lembrou, além disso, que as irmãs já não dão crianças em adoção por causa do seu desacordo com as novas normas do Governo indiano, que permitem a adoção por parte de pais e mães solteiras.
"Permitem aos pais solteiros ter uma criança, (para uma adoção) precisamos dos dois pais e uma investigação apropriada (do casal solicitante), com os antecedentes penais e tudo", disse Argawal.
Teresa de Calcutá foi proclamada santa pela Igreja Católica no dia 4 de setembro de 2016.
A sua ordem, que em vez do hábito veste um sari (tradicional peça de roupa feminina indiana) de cor branca com faixas azuis, conta atualmente com cerca de 4.500 missionárias em mais de 130 países, nos quais ajuda doentes de aids, de hanseníase, órfãos, prostitutas e refugiados.