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Frustrado, segundo mediador da ONU para a Síria renuncia

Lakhdar Brahimi irá entregar o cargo culpando o impasse internacional para pôr fim à guerra civil de três anos no país

O mediador da ONU para o processo de paz na Síria, Lakhdar Brahimi (Denis Balibouse/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2014 às 17h14.

Nações Unidas - O mediador da Organização das Nações Unidas para a Síria , Lakhdar Brahimi, irá entregar o cargo em 31 de maio, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, nesta terça-feira, culpando o impasse internacional para pôr fim à guerra civil de três anos no país por sua incapacidade de intermediar a paz.

O veterano diplomata argelino ameaçava sair há tempos, assim como seu antecessor, o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, fez em 2012. Annan saiu depois de seis meses como representante conjunto da ONU e da Liga Árabe para a Síria, criticando o Conselho de Segurança da ONU por não se unir em apoio aos seus esforços.

Brahimi deve falar aos 15 membros do Conselho de Segurança ainda nesta terça.

“Não é muito prazeroso para mim. É muito triste eu deixar este posto, e deixar a Síria em tal estado”, disse Brahimi aos repórteres depois que Ban anunciou sua renúncia.

“Todos que têm responsabilidade e influência na situação devem lembrar que a questão é: quantos mortos mais? Quanto mais destruição vai haver antes de a Síria voltar a ser a Síria que conhecíamos?”, indagou.

Mais de 150 mil pessoas já morreram no conflito sírio, cerca de 2,5 milhões fugiram para o exterior e nove milhões dentro do país precisam de ajuda --incluindo cerca de 3,5 milhões sem acesso a bens essenciais e serviços.

Ban elogiou a perseverança de Brahimi diante de “disparidades impossíveis, uma nação síria, um Oriente Médio e uma comunidade internacional desalentadoramente divididos em suas abordagens para encerrar o conflito”.

“Que seus esforços não tenham recebido o apoio eficaz da agência das Nações Unidas encarregada de promover a paz e a segurança e dos países com influência na situação síria é um fracasso de todos nós”, afirmou Ban aos repórteres.

O Conselho de Segurança da ONU se desentendeu quanto à maneira de lidar com a guerra na Síria. A Rússia, sua aliada, apoiada pela China, bloqueou três resoluções que teriam criticado o governo do presidente Bashar al-Assad, ameaçado com sanções e pedido por responsabilização.

Ban disse que irá trabalhar para encontrar alguém que substitua Brahimi. Há vários candidatos possíveis, disseram fontes diplomáticas, entre eles o ex-ministro tunisiano das Relações Exteriores, Kamel Morjane.

“A esta altura, tenho que pensar quem seria a pessoa certa e em que momento”, acrescentou Ban.

Brahimi organizou duas rodadas de negociações em Genebra entre o governo de Assad e membros da oposição que desejam depô-lo.

Dentro de alguns dias o Conselho de Segurança pode votar uma resolução esboçada pela França para encaminhar a situação na Síria ao Tribunal Penal Internacional, manobra à qual a Rússia se opõe.

“Deve haver responsabilização pelos crimes terríveis que foram, e estão sendo, cometidos. Tais crimes incluem a inanição deliberada de comunidades impedindo a chegada de ajuda humanitária”, declarou Ban.

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Nações Unidas - O mediador da Organização das Nações Unidas para a Síria , Lakhdar Brahimi, irá entregar o cargo em 31 de maio, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, nesta terça-feira, culpando o impasse internacional para pôr fim à guerra civil de três anos no país por sua incapacidade de intermediar a paz.

O veterano diplomata argelino ameaçava sair há tempos, assim como seu antecessor, o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, fez em 2012. Annan saiu depois de seis meses como representante conjunto da ONU e da Liga Árabe para a Síria, criticando o Conselho de Segurança da ONU por não se unir em apoio aos seus esforços.

Brahimi deve falar aos 15 membros do Conselho de Segurança ainda nesta terça.

“Não é muito prazeroso para mim. É muito triste eu deixar este posto, e deixar a Síria em tal estado”, disse Brahimi aos repórteres depois que Ban anunciou sua renúncia.

“Todos que têm responsabilidade e influência na situação devem lembrar que a questão é: quantos mortos mais? Quanto mais destruição vai haver antes de a Síria voltar a ser a Síria que conhecíamos?”, indagou.

Mais de 150 mil pessoas já morreram no conflito sírio, cerca de 2,5 milhões fugiram para o exterior e nove milhões dentro do país precisam de ajuda --incluindo cerca de 3,5 milhões sem acesso a bens essenciais e serviços.

Ban elogiou a perseverança de Brahimi diante de “disparidades impossíveis, uma nação síria, um Oriente Médio e uma comunidade internacional desalentadoramente divididos em suas abordagens para encerrar o conflito”.

“Que seus esforços não tenham recebido o apoio eficaz da agência das Nações Unidas encarregada de promover a paz e a segurança e dos países com influência na situação síria é um fracasso de todos nós”, afirmou Ban aos repórteres.

O Conselho de Segurança da ONU se desentendeu quanto à maneira de lidar com a guerra na Síria. A Rússia, sua aliada, apoiada pela China, bloqueou três resoluções que teriam criticado o governo do presidente Bashar al-Assad, ameaçado com sanções e pedido por responsabilização.

Ban disse que irá trabalhar para encontrar alguém que substitua Brahimi. Há vários candidatos possíveis, disseram fontes diplomáticas, entre eles o ex-ministro tunisiano das Relações Exteriores, Kamel Morjane.

“A esta altura, tenho que pensar quem seria a pessoa certa e em que momento”, acrescentou Ban.

Brahimi organizou duas rodadas de negociações em Genebra entre o governo de Assad e membros da oposição que desejam depô-lo.

Dentro de alguns dias o Conselho de Segurança pode votar uma resolução esboçada pela França para encaminhar a situação na Síria ao Tribunal Penal Internacional, manobra à qual a Rússia se opõe.

“Deve haver responsabilização pelos crimes terríveis que foram, e estão sendo, cometidos. Tais crimes incluem a inanição deliberada de comunidades impedindo a chegada de ajuda humanitária”, declarou Ban.

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