França e Alemanha pedem união à UE ante crise de migrantes
"Não precisamos de menos Europa, e sim de mais Europa. A Europa deve se afirmar, caso contrário veremos o fim da Europa", disse Hollande
Da Redação
Publicado em 7 de outubro de 2015 às 14h31.
O presidente francês, François Hollande , e a chanceler alemã, Angela Merkel , pediram nesta quarta-feira, em um discurso histórico ante a Eurocâmara, maior unidade à União Europeia para enfrentar a crise de migrantes e a guerra na Síria.
Este foi o primeiro discurso ante os deputados europeus de dois presidentes da França e da Alemanha desde o pronunciado em 1989 por François Mitterrand e Helmut Kohl.
"Não precisamos de menos Europa, e sim de mais Europa. A Europa deve se afirmar, caso contrário veremos o fim da Europa", disse Hollande, que discursou primeiro.
Merkel, cujo discurso foi mais breve que o de Hollande, expressou uma mensagem similar, pedindo maior unidade entre os 28 países membros para enfrentar os desafios do bloco.
"É justo agora que precisamos de mais Europa. Precisamos de coragem e coesão, o que a Europa sempre mostrou quando foi necessário", disse Merkel.
Hollande afirmou, por sua vez, que a Europa demorou para medir a importância da crise dos refugiados.
"A Europa demorou para compreender que as tragédias do Oriente Médio e da África teriam consequências para ela", disse o presidente.
A UE enfrenta a pior crise migratória em décadas que ameaça sua unidade e várias políticas comuns sobre as quais repousam sua construção.
Diante da chegada maciça de solicitantes de asilo, os membros do bloco reagiram de maneira diferente. A Hungria construiu um muro em sua fronteira com a Sérvia, e depois cercas na fronteira com a Croácia. Já a Alemanha recebeu de braços abertos centenas de milhares de refugiados sírios.
Em seu discurso, Merkel considerou obsoletas as regras em vigor na União Europeia que obrigam os solicitantes de asilo a apresentarem seu pedido no primeiro país do bloco onde chegam.
"Sejamos francos, o processo de Dublin (como estas regras são conhecidas) em sua forma atual é obsoleto", disse Merkel declarando-se a favor de um "novo procedimento" para dividir igualmente os solicitantes de asilo entre países europeus.
Com o sistema atual, Grécia e Itália, os países na linha de frente do fluxo de imigrantes, assumem o maior peso da gestão e do tratamento dos pedidos de asilo, o que sobrecarrega seus sistemas de acolhida.
Pouco antes, o presidente francês convocou a Europa a agir para evitar uma guerra total na Síria e na região.
"O que acontece na Síria envolve a Europa, o que acontece lá determinará o equilíbrio de toda a região por muito tempo", disse.
"Se deixarmos que os confrontos religiosos se amplifiquem, não devemos pensar que estaremos protegidos: será uma guerra total", estimou Hollande.
"Devemos construir na Síria, com todos os que puderem contribuir, um futuro político que ofereça à população síria outra alternativa que não seja Bashar (al-Assad) ou Daesh" (Estado Islâmico em árabe), disse Hollande, cujo país lançou ataques aéreos contra o grupo EI na Síria.
O presidente francês, François Hollande , e a chanceler alemã, Angela Merkel , pediram nesta quarta-feira, em um discurso histórico ante a Eurocâmara, maior unidade à União Europeia para enfrentar a crise de migrantes e a guerra na Síria.
Este foi o primeiro discurso ante os deputados europeus de dois presidentes da França e da Alemanha desde o pronunciado em 1989 por François Mitterrand e Helmut Kohl.
"Não precisamos de menos Europa, e sim de mais Europa. A Europa deve se afirmar, caso contrário veremos o fim da Europa", disse Hollande, que discursou primeiro.
Merkel, cujo discurso foi mais breve que o de Hollande, expressou uma mensagem similar, pedindo maior unidade entre os 28 países membros para enfrentar os desafios do bloco.
"É justo agora que precisamos de mais Europa. Precisamos de coragem e coesão, o que a Europa sempre mostrou quando foi necessário", disse Merkel.
Hollande afirmou, por sua vez, que a Europa demorou para medir a importância da crise dos refugiados.
"A Europa demorou para compreender que as tragédias do Oriente Médio e da África teriam consequências para ela", disse o presidente.
A UE enfrenta a pior crise migratória em décadas que ameaça sua unidade e várias políticas comuns sobre as quais repousam sua construção.
Diante da chegada maciça de solicitantes de asilo, os membros do bloco reagiram de maneira diferente. A Hungria construiu um muro em sua fronteira com a Sérvia, e depois cercas na fronteira com a Croácia. Já a Alemanha recebeu de braços abertos centenas de milhares de refugiados sírios.
Em seu discurso, Merkel considerou obsoletas as regras em vigor na União Europeia que obrigam os solicitantes de asilo a apresentarem seu pedido no primeiro país do bloco onde chegam.
"Sejamos francos, o processo de Dublin (como estas regras são conhecidas) em sua forma atual é obsoleto", disse Merkel declarando-se a favor de um "novo procedimento" para dividir igualmente os solicitantes de asilo entre países europeus.
Com o sistema atual, Grécia e Itália, os países na linha de frente do fluxo de imigrantes, assumem o maior peso da gestão e do tratamento dos pedidos de asilo, o que sobrecarrega seus sistemas de acolhida.
Pouco antes, o presidente francês convocou a Europa a agir para evitar uma guerra total na Síria e na região.
"O que acontece na Síria envolve a Europa, o que acontece lá determinará o equilíbrio de toda a região por muito tempo", disse.
"Se deixarmos que os confrontos religiosos se amplifiquem, não devemos pensar que estaremos protegidos: será uma guerra total", estimou Hollande.
"Devemos construir na Síria, com todos os que puderem contribuir, um futuro político que ofereça à população síria outra alternativa que não seja Bashar (al-Assad) ou Daesh" (Estado Islâmico em árabe), disse Hollande, cujo país lançou ataques aéreos contra o grupo EI na Síria.