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Fragilidade de Trump acelera cenário eleitoral de 2020

Uma crescente leva de democratas se apresenta como candidato a enfrentar o presidente americano em meio à paralisação do governo

Donald Trump: presidente americano enfrenta desafio de emplacar suas pautas de governo e manter popularidade para a eleição (Erica Canepa/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 16 de janeiro de 2019 às 06h58.

Última atualização em 16 de janeiro de 2019 às 07h13.

A paralisação do governo americano entra nesta quarta-feira em seu vigésimo sexto dia, e a fragilidade do governo de Donald Trump tem acelerado o calendário eleitoral do país. Os americanos vão às urnas no fim de 2019 para nova votação presidencial. Trump tem as estatísticas a seu favor: historicamente, 75% dos presidentes americanos conseguiram a reeleição.

O empresário eleito presidente ainda tem como trunfo um forte desempenho da economia nos primeiros dois anos de mandato, com o desemprego atingindo mínimas históricas, e o mercado de ações batendo sucessivos recordes. Mas a enorme leva de problemas que tem que enfrentar neste início de 2019 está animando prováveis adversários.

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Ontem, a senadora democrata Kirsten Gillibrand afirmou em entrevista à CBS que buscará a nomeação do partido em 2020. No sábado, outro democrata, o deputado texano e ex-prefeito de San Francisco Julian Castro, já havia se colocado como candidato. Castro é neto de uma imigrante mexicana e seria o primeiro hispânico eleito presidente.

“É hora de um novo compromisso para que tenhamos certeza de que as oportunidades que eu tive estão disponíveis a todos os americanos”, disse na ocasião.

Outros políticos que já se colocaram como candidatos são o ex-deputado John Delaney, a senadora Elizabeth Warren e o deputado Tulsi Gabbard.

Moderados e progressistas dentro do partido democrata se questionam há dois anos sobre qual a melhor estratégia, e o melhor perfil, para derrotar Trump. As opções são um centrista conhecido que possa atrair votos de republicanos moderados ou uma cara nova que empolgue a militância do partido com um discurso mais à esquerda.

Trump, por sua vez, segue dando munição à oposição. Ontem, um conselho de assessores econômicos da Casa Branca reconheceu que o “shutdown” pode ter consequências econômicas mais sérias que o previsto inicialmente.

Segundo o conselho, a paralisação reduz o crescimento trimestral em 0,13 ponto percentual a cada semana. No primeiro trimestre de 2018, a economia americana cresceu 2,2%.

Se o paralisação avançar até março, pode levar o país à recessão já no primeiro trimestre. Seria dramático para Trump, que sempre se regozijou de como seu plano de corte de 1,5 trilhão de dólares em impostos trouxe um “fantástico” crescimento econômico. Ontem, Trump urgiu os 800.000 trabalhadores paralisados a voltar a seus postos mesmo sem pagamento, normalizando serviços como segurança de voo e inspeção sanitária.

O presidente ainda está cada vez mais pressionado com as investigações sobre a influência russa em seu governo, e com os desdobramentos da guerra comercial com a China. Mas é o shutdown que tem exposto de forma trágica as fragilidades de sua capacidade de negociador.

Segundo o site de análises Fivethirtyeight, 54,5% dos americanos desaprovam seu governo, o maior percentual em um ano.

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