Fentanil, novo aditivo da heroína que mata centenas nos EUA
Este potente opiáceo é entre 80 e 100 vezes mais potente que a morfina e entre 25 e 40 vezes mais forte que a heroína
Da Redação
Publicado em 3 de dezembro de 2015 às 10h00.
Washington - Há tempos a heroína deixou de ser uma droga do passado nos Estados Unidos , e agora os americanos acrescentam a esta substância um novo e perigoso aditivo, o fentanil, um potente analgésico contra o câncer importado do México e responsável por mais de mais de 700 mortes em pouco mais de um ano.
"O fentanil é perigoso em quantidades incrivelmente pequenas, equivalentes a grãos de sal. Se for mal misturado com a heroína, as consequências são fatais", disse à Agência Efe Matthew Barden, agente da Agência Antidrogas Americana (DEA) que durante 27 anos conduziu grandes casos contra o tráfico de heroína.
Este potente opiáceo é entre 80 e 100 vezes mais potente que a morfina e entre 25 e 40 vezes mais forte que a heroína, segundo o relatório deste ano sobre narcóticos da DEA.
O fentanil, usado por toxicômanos para aumentar a potência da heroína, está ligado diretamente a mais de 700 mortes entre o final de 2013 e o início de 2015.
A heroína alcançou seu auge nos EUA nas décadas de 1970 e 1980, mas agora, entre 2007 e 2013, o número de mortes por overdose quase quadruplicou, devido, em parte, à crescente dependência dos americanos a analgésicos contra a dor, como OxyContin e Vicodin.
"A heroína se transformou no substituto dos analgésicos opiáceos. Quatro ou cinco pastilhas de analgésicos no mercado negro podem custar US$ 40 e isso te serve para um dia. No entanto, o custo de um papelote de heroína oscila entre US$ 10 e US$ 20, portanto é uma questão de custos", explicou Barden.
De fato, 45% das pessoas que utilizam heroína eram anteriormente viciadas em analgésicos derivados do ópio, segundo estatísticas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês).
"Relacionamos pela primeira vez o fentanil com as mortes por overdose de heroína há quase dez anos", contou Barden, agora porta-voz da DEA e que, entre 2005 e 2007, viveu no terreno a última "crise" do fentanil, culpado durante esses dois anos por mais de mil mortes no meio oeste e na costa leste dos EUA.
Naquele momento, a maior parte do fentanil era fabricada em um único laboratório clandestino em Toluca, no México, já enclausurado pela DEA.
Agora, os cartéis mexicanos seguem se encarregando de produzir o fentanil e, além disso, aprenderam a produzir "heroína branca", diferente da marrom que lhes caracterizava e que lhes permitiu aumentar seu poder no meio oeste e na costa leste do país, área tradicionalmente dominada por grupos colombianos.
"Nós nos encontramos em uma situação de crise com a heroína e, sem dúvida, o fentanil é uma grande preocupação", destacou Barden.
Este potente remédio contra o câncer pode ser obtido nas farmácias, mas normalmente os narcotraficantes o acrescentam diretamente à heroína para aumentar a potência desta droga ou o vendem diretamente, embora misturado com outras substâncias para diminuir uma pureza que seria mortal.
Consumido por injeção ou inalação como a heroína, o fentanil provoca sentimentos temporários de euforia que podem ser seguidas por perigosas reduções da respiração ou da pressão sanguínea, assim como náuseas, desvanecimentos e convulsões que podem derivar em mortes instantâneas por overdose.
"Muitas das pessoas que abusam de heroína com fentanil te dirão que é a experiência mais intensa que tiveram e que seu objetivo era chegar a esse ponto no qual andaram até as portas da morte e voltaram dela", comentou Barden, que como agente da DEA conviveu com muitos toxicômanos.
Para introduzir esta "bomba-relógio" através da fronteira sul dos EUA, os cartéis mexicanos escondem os frascos de fentanil nos pneus e nos tanques de gás de veículos com o objetivo de levar progressivamente a droga através do território com paradas em armazéns clandestinos.
As organizações que lutam contra a heroína reivindicam mais recursos contra esta epidemia, que se expandiu de cidades como Nova York a zonas rurais, como Minnesota e Vermont, onde as infraestruturas sanitárias não estão preparadas para estes tipos de dependências, o que agrava o problema.
Washington - Há tempos a heroína deixou de ser uma droga do passado nos Estados Unidos , e agora os americanos acrescentam a esta substância um novo e perigoso aditivo, o fentanil, um potente analgésico contra o câncer importado do México e responsável por mais de mais de 700 mortes em pouco mais de um ano.
"O fentanil é perigoso em quantidades incrivelmente pequenas, equivalentes a grãos de sal. Se for mal misturado com a heroína, as consequências são fatais", disse à Agência Efe Matthew Barden, agente da Agência Antidrogas Americana (DEA) que durante 27 anos conduziu grandes casos contra o tráfico de heroína.
Este potente opiáceo é entre 80 e 100 vezes mais potente que a morfina e entre 25 e 40 vezes mais forte que a heroína, segundo o relatório deste ano sobre narcóticos da DEA.
O fentanil, usado por toxicômanos para aumentar a potência da heroína, está ligado diretamente a mais de 700 mortes entre o final de 2013 e o início de 2015.
A heroína alcançou seu auge nos EUA nas décadas de 1970 e 1980, mas agora, entre 2007 e 2013, o número de mortes por overdose quase quadruplicou, devido, em parte, à crescente dependência dos americanos a analgésicos contra a dor, como OxyContin e Vicodin.
"A heroína se transformou no substituto dos analgésicos opiáceos. Quatro ou cinco pastilhas de analgésicos no mercado negro podem custar US$ 40 e isso te serve para um dia. No entanto, o custo de um papelote de heroína oscila entre US$ 10 e US$ 20, portanto é uma questão de custos", explicou Barden.
De fato, 45% das pessoas que utilizam heroína eram anteriormente viciadas em analgésicos derivados do ópio, segundo estatísticas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês).
"Relacionamos pela primeira vez o fentanil com as mortes por overdose de heroína há quase dez anos", contou Barden, agora porta-voz da DEA e que, entre 2005 e 2007, viveu no terreno a última "crise" do fentanil, culpado durante esses dois anos por mais de mil mortes no meio oeste e na costa leste dos EUA.
Naquele momento, a maior parte do fentanil era fabricada em um único laboratório clandestino em Toluca, no México, já enclausurado pela DEA.
Agora, os cartéis mexicanos seguem se encarregando de produzir o fentanil e, além disso, aprenderam a produzir "heroína branca", diferente da marrom que lhes caracterizava e que lhes permitiu aumentar seu poder no meio oeste e na costa leste do país, área tradicionalmente dominada por grupos colombianos.
"Nós nos encontramos em uma situação de crise com a heroína e, sem dúvida, o fentanil é uma grande preocupação", destacou Barden.
Este potente remédio contra o câncer pode ser obtido nas farmácias, mas normalmente os narcotraficantes o acrescentam diretamente à heroína para aumentar a potência desta droga ou o vendem diretamente, embora misturado com outras substâncias para diminuir uma pureza que seria mortal.
Consumido por injeção ou inalação como a heroína, o fentanil provoca sentimentos temporários de euforia que podem ser seguidas por perigosas reduções da respiração ou da pressão sanguínea, assim como náuseas, desvanecimentos e convulsões que podem derivar em mortes instantâneas por overdose.
"Muitas das pessoas que abusam de heroína com fentanil te dirão que é a experiência mais intensa que tiveram e que seu objetivo era chegar a esse ponto no qual andaram até as portas da morte e voltaram dela", comentou Barden, que como agente da DEA conviveu com muitos toxicômanos.
Para introduzir esta "bomba-relógio" através da fronteira sul dos EUA, os cartéis mexicanos escondem os frascos de fentanil nos pneus e nos tanques de gás de veículos com o objetivo de levar progressivamente a droga através do território com paradas em armazéns clandestinos.
As organizações que lutam contra a heroína reivindicam mais recursos contra esta epidemia, que se expandiu de cidades como Nova York a zonas rurais, como Minnesota e Vermont, onde as infraestruturas sanitárias não estão preparadas para estes tipos de dependências, o que agrava o problema.