Mundo

Exército israelense diz ter atacado base de comando do Hezbollah em Beirute

Três soldados libaneses são mortos no sul. ONU condena novo ataque no norte de Gaza, que deixou dezenas de mortos

Pessoas fugindo do bombardeio israelense no Líbano, caminham ao redor de uma cratera causada por um ataque israelense, na área de Masnaa, no lado libanês da passagem de fronteira com a Síria, em 4 de outubro de 2024 (HASSAN JARRAH/AFP)

Pessoas fugindo do bombardeio israelense no Líbano, caminham ao redor de uma cratera causada por um ataque israelense, na área de Masnaa, no lado libanês da passagem de fronteira com a Síria, em 4 de outubro de 2024 (HASSAN JARRAH/AFP)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 20 de outubro de 2024 às 15h38.

O Exército israelense anunciou neste domingo, 20, que bombardeou uma “base de comando” do Hezbollah e uma fábrica subterrânea de armas em Beirute. Segundo a agência de notícias estatal libanesa ANI, os ataques atingiram um prédio residencial em Haret Hreik perto de uma mesquita e de um hospital. O bairro é um dos redutos do grupo xiita pró-Irã no país.

Em comunicado, o Exército israelense também anunciou que “eliminou” três funcionários com cargos importantes no Hezbollah no sul do Líbano. Em paralelo, o Exército libanês disse que três de seus soldados foram mortos por ataques israelenses em um de seus veículos no sul do país. As mortes elevam para oito o número de militares libaneses mortos desde 23 de setembro, quando Israel intensificou os bombardeios no país.

"O inimigo israelense teve como alvo um veículo do exército na estrada entre Ain Ebel e Hanin, no sul, causando três mortes”, disse o Exército do Líbano em um comunicado publicado no X.

Ataques em Gaza

Em Gaza, um ataque de israelense na cidade de Beit Lahiya, no norte do enclave, deixou um total de 87 pessoas mortas ou desaparecidas sob os escombros, informou o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, em comunicado divulgado neste domingo. Mais de 40 pessoas ficaram feridas. O Exército de Israel afirmou que está verificando o relatório de mortes e diz que o número é exagerado.

O coordenador especial da ONU, Tor Wennesland, condenou os ataques aéreos israelenses e pediu o fim dos ataques a civis e a proteção dos palestinos desabrigados.

Neste domingo, o porta-voz do Exército israelense para a comunidade árabe, Avichay Adraee, afirmou que mais de cinco mil palestinos foram evacuado de Jabalya, também no norte de Gaza, por meio de rotas seguras.

Na noite de sábado, 19, familiares de vários reféns israelenses mantidos em Gaza emitiram uma declaração contundente na TV, na qual apelaram ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pelo retorno de seus familiares. Durante o comunicado, as famílias pediram para que as autoridades de Israel aproveitassem o momento depois do assassinato do líder do Hamas, Yahya Sinwar, na quarta-feira, para chegar a um acordo de reféns e cessar-fogo para trazer de volta seus entes queridos.

A morte do líder do Hamas, apontado por Israel como o principal idealizador do atentado terrorista de 7 de outubro de 2023 contra o sul do Estado judeu, foi tratada por autoridades ocidentais, incluindo o presidente dos EUA, Joe Biden, como uma oportunidade de diminuir a intensidade do conflito e partir para conversas sobre um cessar-fogo — uma hipótese imediatamente rejeitada pelas lideranças do grupo palestino e de aliados no "Eixo da Resistência".

Biden, que nesta sexta-feira, 18, descreveu a morte de Sinwar como "uma oportunidade de buscar um caminho para a paz, um futuro melhor em Gaza sem o Hamas", falou na véspera com Netanyahu, cujo escritório afirmou que os dois líderes concordaram que havia uma "oportunidade para avançar na libertação dos reféns" capturados nos ataques de 7 de outubro do ano passado. No mesmo dia, porém, o premier israelense fez um discurso em vídeo afirmando que a morte de Sinwar "não é o fim da guerra em Gaza", acrescentando: "É o início do fim."

Um drone lançado do Líbano contra o território de Israel, que atingiu uma construção vizinha à casa de férias do primeiro-ministro em Cesareia, aumentou as tensões no sábado. Netanyahu e a família não estavam no local no momento do ataque e ninguém ficou ferido no incidente Mas, em um pronunciamento durante a tarde, o premier classificou o que chamou de tentativa de homicídio de "um erro grave".

"A tentativa dos representantes do Irã, o Hezbollah, de assassinar a mim e minha esposa hoje [sábado] foi um erro grave. Isso não vai impedir a mim ou ao Estado de Israel de continuar nossa guerra justa contra nossos inimigos para garantir nosso futuro", escreveu, rede social X.

Acompanhe tudo sobre:IsraelOriente MédioHamasHezbollahLíbanoConflito árabe-israelense

Mais de Mundo

Militares de Israel deixam cidade libanesa, a primeira retirada desde cessar-fogo com Hezbollah

Partido de Bashar al-Assad suspende todas as atividades ‘até novo aviso’

Inflação mantém trajetória de queda na Argentina, com 2,4% em novembro e 166% anual

China oferece vaca, peixe selvagem e galinhas como prêmios para quem vencer corrida