Zhon Yongkang: político estava acima de Bo e seria primeiro membro do Comitê Permanente do Politburo a ser investigado por crimes econômicos desde a Revolução Cultural (Jason Lee/Reuters)
Da Redação
Publicado em 30 de agosto de 2013 às 09h09.
Pequim - A cúpula chinesa decidiu instaurar uma investigação por corrupção contra Zhou Yongkang, um dos mais poderosos políticos chineses da última década, disse o jornal South China Morning Post nesta sexta-feira, indicando uma ampliação na campanha governamental contra a corrupção.
A notícia sobre Zhou, membro aposentado do poderoso Comitê Permanente do Politburo e ex-"czar" da segurança nacional, surge logo após os cinco dias do julgamento do político Bo Xilai, que era amplamente visto como um importante aliado de Zhou.
Procurada pela Reuters, a chancelaria chinesa não quis comentar a notícia, e o Departamento de Informação do Conselho de Estado não respondeu de imediato a perguntas sobre o caso.
Zhou tampouco foi localizado para comentar o assunto, e a Reuters não pôde verificar a informação de modo independente.
Ele estava acima de Bo na estrutura de poder e seria o primeiro membro do Comitê Permanente do Politburo (aposentado ou da ativa) a ser investigado por crimes econômicos desde o fim da Revolução Cultural, há quase 40 anos, segundo o jornal de Hong Kong.
Citando fontes ligadas à cúpula chinesa, o South China disse que a decisão de investigar Zhou decorreu da irritação dentro do partido com a dimensão do problema da corrupção e da riqueza acumulada pela família de Zhou.
De acordo com o jornal, o presidente Xi Jinping determinou que as autoridades encarregadas do caso "cheguem ao fundo".
No entanto, muitas fontes e analistas políticos disseram duvidar que Zhou esteja mesmo sob investigação, porque isso poderia abrir uma caixa de Pandora que levaria a pedidos de investigação contra outros membros aposentados do Comitê Permanente, incluindo o ex-premiê Wen Jiabao, sua mulher e seu filho.
O jornal The New York Times disse no ano passado que a família de Wen acumulou uma fortuna de pelo menos 2,7 bilhões de dólares, o que o governo chinês qualificou como calúnia.
Neste mês, o site norte-americano Duowei, escrito em chinês com notícias sobre a China, disse que Zhou estava sendo investigado por corrupção, mas a reportagem foi depois retirada do ar.
Num sinal de que Zhou pode não estar em apuros, os sites do estatal Diário do Povo e da agência China News Service noticiaram na quinta-feira que Zhou, assim como Xi, havia enviado flores ao funeral do cientista nuclear Liu Xiyao.
A imprensa estatal geralmente não divulga esse tipo de notícias sobre figuras partidárias que caíram em desgraça, então a reportagem pode ser interpretada como um sinal de que ele continua sendo bem visto na hierarquia.