EUA suspeitam de uso de armas químicas pela Síria em ataques
Os EUA suspeitam de que a Síria utilize um produto químico industrial em seus ataques, apesar de terem retirado ou destruído cerca de 80% de seu arsenal
Da Redação
Publicado em 22 de abril de 2014 às 13h37.
Beirute - Os Estados Unidos suspeitam de que a Síria utilize um produto químico industrial em seus ataques, apesar de terem retirado ou destruído cerca de 80% de seu arsenal químico em virtude de um acordo internacional que lhe permitiu evitar uma intervenção militar americana.
Washington e Paris garantem ter elementos sobre a utilização de produtos químicos tóxicos em Kafarzita, um reduto rebelde da província de Hama (centro).
Tanto militantes opositores quanto o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) acusaram no dia 12 de abril o exército de ter realizado bombardeios com barris explosivos que provocaram sufocamentos e envenenamentos nos residentes.
Por sua vez, a televisão oficial síria acusou a Frente al-Nosra - braço sírio da Al-Qaeda - de ter atacado Kafarzita com "cloro tóxico".
"Temos indicações sobre a utilização de um produto químico industrial tóxico, provavelmente cloro, na Síria neste mesmo mês, na localidade de Kafarzita, controlada pela oposição", afirmou na segunda-feira o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney. "Examinamos as alegações segundo as quais o governo (sírio) é responsável" por estes ataques.
No domingo, o presidente francês, François Hollande, indicou que seu governo tinha alguns elementos, embora não provas sobre a utilização de armas químicas na Síria.
Estas acusações ocorrem num momento em que a Síria se comprometeu a destruir seu arsenal de armas químicas até o dia 30 de junho. Até agora, Damasco retirou ou destruiu cerca de 80% de seu arsenal químico, segundo a coordenadora da missão conjunta da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) e a ONU, Sigrid Kaag.
Segundo um especialista em armas químicas interrogado pela AFP, o cloro é um produto químico tóxico, mas é amplamente utilizado no comércio, razão pela qual a Síria não teve a obrigação de comunicar suas reservas deste produto à OPAQ.
"No entanto, (sua utilização) como arma química está proibida, segundo a convenção sobre a proibição de armas químicas", à qual a Síria aderiu em outubro, afirma Hamish de Bretton-Gordon, presidente da SecureBio, uma empresa britânica de assessoramento em armas químicas.
"A oposição pode se apoderar com muita facilidade de cloro (...) no entanto, vimos o procedimento para dispersá-lo, que é a utilização de helicópteros, e estou certo de que a oposição não tem helicópteros", afirma, referindo-se às acusações do regime contra os rebeldes.
Segundo ele, embora o cloro seja um agente tóxico mais fraco, sua utilização, assim como a de outras armas químicas, "é muito eficaz neste tipo de guerra; nas zonas urbanas as armas químicas penetram em todos os cantos".
Beirute - Os Estados Unidos suspeitam de que a Síria utilize um produto químico industrial em seus ataques, apesar de terem retirado ou destruído cerca de 80% de seu arsenal químico em virtude de um acordo internacional que lhe permitiu evitar uma intervenção militar americana.
Washington e Paris garantem ter elementos sobre a utilização de produtos químicos tóxicos em Kafarzita, um reduto rebelde da província de Hama (centro).
Tanto militantes opositores quanto o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) acusaram no dia 12 de abril o exército de ter realizado bombardeios com barris explosivos que provocaram sufocamentos e envenenamentos nos residentes.
Por sua vez, a televisão oficial síria acusou a Frente al-Nosra - braço sírio da Al-Qaeda - de ter atacado Kafarzita com "cloro tóxico".
"Temos indicações sobre a utilização de um produto químico industrial tóxico, provavelmente cloro, na Síria neste mesmo mês, na localidade de Kafarzita, controlada pela oposição", afirmou na segunda-feira o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney. "Examinamos as alegações segundo as quais o governo (sírio) é responsável" por estes ataques.
No domingo, o presidente francês, François Hollande, indicou que seu governo tinha alguns elementos, embora não provas sobre a utilização de armas químicas na Síria.
Estas acusações ocorrem num momento em que a Síria se comprometeu a destruir seu arsenal de armas químicas até o dia 30 de junho. Até agora, Damasco retirou ou destruiu cerca de 80% de seu arsenal químico, segundo a coordenadora da missão conjunta da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) e a ONU, Sigrid Kaag.
Segundo um especialista em armas químicas interrogado pela AFP, o cloro é um produto químico tóxico, mas é amplamente utilizado no comércio, razão pela qual a Síria não teve a obrigação de comunicar suas reservas deste produto à OPAQ.
"No entanto, (sua utilização) como arma química está proibida, segundo a convenção sobre a proibição de armas químicas", à qual a Síria aderiu em outubro, afirma Hamish de Bretton-Gordon, presidente da SecureBio, uma empresa britânica de assessoramento em armas químicas.
"A oposição pode se apoderar com muita facilidade de cloro (...) no entanto, vimos o procedimento para dispersá-lo, que é a utilização de helicópteros, e estou certo de que a oposição não tem helicópteros", afirma, referindo-se às acusações do regime contra os rebeldes.
Segundo ele, embora o cloro seja um agente tóxico mais fraco, sua utilização, assim como a de outras armas químicas, "é muito eficaz neste tipo de guerra; nas zonas urbanas as armas químicas penetram em todos os cantos".