EUA seguem sem localizar famílias de alguns menores separados na fronteira
Durante a política de "tolerância zero" do governo Trump no ano passado, cerca de 3 mil crianças e adolescentes foram separados dos pais
EFE
Publicado em 2 de maio de 2019 às 17h03.
Washington — O secretário interino do Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos (DHS), Kevin McAleenan, afirmou nesta quinta-feira que "cerca de uma dúzia" de menores imigrantes que foram separados dos parentes na fronteira ainda não se reencontraram com as famílias.
"Trata-se de cerca de uma dúzia (de menores) cujos pais ainda não foram localizados", declarou McAleenan durante uma audiência realizada no Senado.
Diante da insistência da congressista democrata Jeanne Shaheen, McAleenan ressaltou que é um número "muito pequeno" de casos e que os tribunais conhecem esses dados.
Cerca de 3.000 crianças e adolescentes foram separados dos pais no ano passado durante as seis semanas em que vigorou a política de "tolerância zero" implantada pela Casa Branca, que ordenava a separação dos menores que entravam irregularmente no país junto com os parentes através da fronteira com o México.
A medida foi suspensa por ordem do juiz federal Dana Sabraw, que bloqueou as separações de famílias imigrantes na fronteira e ordenou que o governo promovesse o reencontro dos pais com 2.800 menores afetados pela política.
O governo chegou a argumentar que desconhecia o paradeiro de muitos parentes desses menores, o que levou Sabraw a conceder às autoridades um prazo de seis meses para reunificar as famílias. Esse prazo nunca chegou a ser respeitado, como ficou claro durante o depoimento de McAleenan nesta quinta-feira.
McAleenan afirmou que nem todos os menores serão entregues aos parentes, seja "por decisão dos pais ou pela própria segurança". O secretário interino alegou que essa situação na fronteira ocorreu devido a "circunstâncias extremamente extraordinárias" que não parecem ter melhorado nos últimos meses.
Em março, o Escritório de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) apreendeu mais de 130 mil migrantes cruzando a fronteira de forma irregular, o maior número em mais de uma década, segundo McAleenan.
"Expressando de maneira simples, o nosso sistema está cheio e a situação supera a nossa capacidade", admitiu.