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EUA: Presidente da Câmara diz que Trump não deveria perdoar a si mesmo

Presidente americano afirmou ter direito a se perdoar, em crítica à acusação de que estaria envolvido em conluio com a Rússia nas eleições de 2016

Ryan: "Não conheço a resposta técnica para esta pergunta (sobre o presidente perdoar a si mesmo), mas obviamente ele (Trump) não deveria. Ninguém está acima da lei" (Scott Olson/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 6 de junho de 2018 às 17h50.

Washington - O presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos , Paul Ryan, disse nesta quarta-feira que o presidente norte-americano, Donald Trump , não deveria conceder um perdão a si mesmo, tornando-se o segundo líder republicano no Congresso a repudiar a afirmação de Trump a respeito de seu poder "absoluto" para fazê-lo.

Ryan também rejeitou outra das afirmações de Trump -a de que o FBI e o Departamento de Justiça plantaram um informante em sua campanha presidencial de 2016. Ele disse concordar com a colocação do deputado Trey Gowdy, presidente republicano do Comitê de Supervisão da Câmara, de que as autoridades federais agiram adequadamente.

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"Acho que a avaliação inicial do presidente Gowdy é exata, mas temos que ir mais fundo", disse.

Ryan, que não tentará a reeleição, teve uma relação tensa com Trump durante a campanha, mas evitou se chocar com seu superior desde que ele tomou posse.

Indagado se Trump pode se perdoar legalmente, Ryan respondeu aos repórteres no Capitólio: "Não conheço a resposta técnica para esta pergunta, mas obviamente ele não deveria. Ninguém está acima da lei."

Na segunda-feira Trump se pronunciou sobre o perdão em uma série de tuítes nos quais criticou o inquérito criminal do procurador especial Robert Mueller sobre um suposto conluio de sua campanha com a Rússia para influenciar a eleição de 2016.

"Como foi afirmado por vários estudiosos legais, tenho o direito absoluto de me PERDOAR, mas por que eu faria isso se não fiz nada errado?", escreveu Trump.

Em outro tuíte ele classificou a nomeação do procurador especial como "totalmente INCONSTITUCIONAL".

Os comentários vieram a público no momento em que a investigação de Mueller, que inclui uma possível obstrução legal de Trump ao inquérito sobre a Rússia, entrou em seu segundo ano.

Trump nega ter se mancomunado com os russos ou obstruído a Justiça e qualifica a investigação de Mueller como uma "caça às bruxas".

Na terça-feira o líder republicano do Senado, Mitch McConnell, também desestimulou qualquer conversa sobre um perdão de Trump a si mesmo.

"Permitam-me dizer a vocês que, da minha perspectiva, não acho que o presidente precisa de nenhum conselho sobre se perdoar", disse. "Obviamente ele sabe que isso não seria algo que ele faria ou deveria fazer."

Em uma entrevista concedida à Reuters no domingo, o advogado de Trump, Rudolph Giuliani, minimizou a possibilidade de um perdão de Trump a si mesmo.

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