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EUA pedem para Aristide não retornar ao Haiti a uma semana das eleições

Volta do governante deposto em 2004 pode acabar com clima pacífico da votação

Atualmente o ex-presidente vive na África do Sul (Getty Images)

Atualmente o ex-presidente vive na África do Sul (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 15 de março de 2011 às 06h56.

Brasília – O governo dos Estados Unidos recomendou ontem (14) que o ex-presidente do Haiti Jean-Bertrand Aristide – hoje vivendo na África do Sul – adie o retorno a Porto Príncipe, capital haitiana. O apelo ocorre a uma semana do segundo turno das eleições presidenciais no país. Autoridades norte-americanas temem que Aristide queira influenciar no processo eleitoral no Haiti.

“Um regresso nesta semana pode ser interpretado como a opção consciente de provocar um impacto nas eleições no Haiti”, afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner. “Pedimos ao ex-presidente Aristide que regresse após as eleições para permitir que os haitianos votem numa atmosfera pacífica.”

As informações são da agência pública portuguesa Lusa. Aristide vive na África do Sul desde que foi pressionado a deixar o poder em 2004. Assessores do governo sul-africano informaram na semana passada que ele pretende voltar ao Haiti antes das eleições. No próximo dia 20 ocorre o segundo turno das eleições presidenciais.

Também regressou ao país o ex-presidente haitiano Jean Claude Duvalier, o Baby Doc. Aristide e Baby Doc são suspeitos de corrupção e acusados de uma série de violações aos direitos humanos. Simpatizantes de ambos defendem o retorno deles à política haitiana.

O Conselho Eleitoral Provisório do Haiti confirmou que 200 observadores estrangeiros, sob coordenação da Organização dos Estados Americanos (OEA), acompanharão o segundo turno das eleições. Disputarão a presidência o cantor Michel Martelly e a ex-primeira-dama Mirlande Manigat.

O segundo turno das eleições presidenciais no Haiti ocorrerá depois de a OEA ter constatado a existência de fraudes na primeira etapa do processo eleitoral. Paralelamente, o país vive sob o medo do agravamento da epidemia de cólera, que já matou cerca de 4 mil pessoas, e da necessidade de reconstrução da região – devastada pelo terremoto de 12 de janeiro de 2010.

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