Ashraf Ghani: ele ganhou o pleito com 56,44% dos votos, segundo preliminares (Aref Karim/AFP)
Da Redação
Publicado em 7 de julho de 2014 às 16h29.
Washington - O governo dos Estados Unidos pediu nesta segunda-feira que as partes envolvidas no processo eleitoral mantenham a calma até que se conheça o resultado final das eleições presidenciais no Afeganistão, perante o enfrentamento entre os dois candidatos por acusações de fraude.
O Departamento de Estado americano destacou que foram feitas 'sérias acusações de fraude que ainda têm que ser investigadas adequadamente'.
"Pedimos às duas campanhas e seus seguidores que cooperem com as auditorias e evitem declarações e ações provocativas", disse em comunicado a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, que ressaltou que os Estados Unidos não apoiam qualquer candidato em particular.
Segundo Psaki, os Estados Unidos apoiam um processo 'inclusivo, transparente e crível' que seja amplamente apoiado pelos afegãos e, como resultado, saia um presidente 'que possa trazer consigo um Afeganistão unido e governe eficazmente'.
A porta-voz lembrou que os resultados da apuração preliminar divulgados hoje pela Comissão Eleitoral do Afeganistão (IEC), não são definitivos e 'poderiam não prever o resultado final'.
O candidato Ashraf Ghani ganhou o pleito com 56,44% dos votos, segundo a primeira apuração preliminar das eleições presidenciais afegãs, que foi rejeitado pela equipe eleitoral de seu oponente, Abdullah Abdullah, que ficou com 43,56%.
"Como a comissão deixou claro, estes resultados não são finais e nenhum dos candidatos deve reivindicar a vitória, segundo este anúncio", enfatizou.
Pouco antes de conhecer os dados da apuração da rodada final das eleições, realizadas em 14 de junho, a equipes de Abdullah e Ghani tinham acertado voltar a contar os votos em sete mil umas, que poderia afetar três milhões de votos, para garantir a transparência do pleito.
A porta-voz pediu às partes que enviem representantes para observar o processo de auditoria, apoiado pela Organização das Nações Unidas, para que 'comece imediatamente' e possa ser concluído antes do tempo estabelecido para a posse do próximo presidente, prevista para 2 de agosto.
Jen Psaki considerou necessária uma revisão 'completa e minuciosa' das queixas de irregularidades para garantir a confiança dos afegãos na 'integridade' do processo eleitoral, de modo que o novo presidente seja 'claramente aceito' dentro e fora do país.
As eleições presidenciais afegãs representam a saída do poder de Hamid Karzai, após 13 anos à frente do país, já que a Constituição proíbe um terceiro mandato.
O processo eleitoral se desenvolve enquanto o conflito no Afeganistão se encontra em um de seus momentos mais sangrentos desde a invasão dos Estados Unidos, que propiciou a queda do regime talibã em 2001.
A força da Otan (Isaf) concluirá sua missão no Afeganistão no final deste ano, mas os Estados Unidos anunciaram que manterão 9.800 soldados no país até completar a saída total no final de 2016.