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EUA negam ter ameaçado Venezuela

A secretária de Estado adjunta dos EUA para a América Latina anunciou que os diplomatas americanos expulsos nesta semana da Venezuela já se estão em Washington

Nicolás Maduro: o presidente venezuelano citou a chamada de Lee para Chaderton como um dos motivos para expulsar os funcionários consulares dos Estados Unidos (Leo Ramirez/AFP)
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Da Redação

Publicado em 21 de fevereiro de 2014 às 15h45.

Washington - O governo dos Estados Unidos negou nesta sexta-feira ter ameaçado o governo da Venezuela com represálias caso o líder opositor Leopoldo López fosse preso, e alertou que a detenção deste político pode ter um "efeito intimidador" para o restante da oposição na Venezuela.

Em entrevista coletiva, a secretária de Estado adjunta dos Estados Unidos para a América Latina, Roberta Jacobson, anunciou que os três diplomatas americanos expulsos nesta semana da Venezuela já se encontram em Washington e o Departamento de Estado segue estudando que ações tomar para responder a essa medida.

Jacobson reconheceu que um funcionário do Departamento de Estado, Alex Lee, ligou no domingo passado para o embaixador da Venezuela na Organização dos Estados Americanos (OEA), Roy Chaderton, mas negou que ele tenha feito ameaças se a prisão de López fosse confirmada, como denunciou o governo venezuelano.

"Não foi uma ameaça, nem foi uma exigência. Foi uma preocupação de que qualquer ação que aumente as tensões entre o governo e a oposição e não inclua um diálogo e a redução de tensões, poderia ser muito, muito prejudicial", disse Jacobson.

"Não foi nada mais que isso, e infelizmente o governo da Venezuela decidiu não responder a essa chamada por um canal diplomático, mas com acusações públicas que não são corretas", acrescentou a funcionária.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, citou a chamada de Lee para Chaderton como um dos motivos para expulsar os funcionários consulares dos Estados Unidos que, segundo disse, tinham atividades em universidades privadas.


Jacobson, que hoje se reunirá com os três funcionários, assegurou que a conversa ocorreu pois os Estados Unidos consideram importante que, para melhorar as relações com a Venezuela, os dois países devem poder "falar através de canais diplomáticos, e não só através da imprensa, quando houver diferenças".

"Essa é a razão pela que ligamos para o único representante de alto nível do governo venezuelano nos Estados Unidos nesse momento, para ter uma conversa sobre coisas que nos preocupam. E entre elas está a detenção de líderes da oposição, que pode levar a mais tensões", disse.

Em relação ao caso de Leopoldo López, encaminhado para prisão militar após ser acusado de incitar à violência nos protestos contra o governo de Maduro, os Estados Unidos estão "preocupado por sua situação e pelo processo legal a partir de agora", assegurou.

"O que está muito claro é que foi detido após tomar parte em um protesto que ele ressaltou que era importante que se mantivesse pacífico. Está claro que houve violência, e não estou atribuindo culpa a ninguém, porque não sei quem pode ter instigado a violência", continuou Jacobson.

"Mas estamos muito preocupados de que isto possa ter um efeito intimidador na oposição, e me parece que (a prisão) pode ter sido desenhada para isso mesmo", acrescentou.

Jacobson ressaltou a importância de "que qualquer acusação que se apresente contra ele seja encaminhada de forma imparcial e transparente, e há uma grande preocupação sobre isso dadas as práticas recentes na Venezuela".

Sobre as acusações de ingerência em assuntos internos, a funcionária argumentou que os Estados Unidos "deixaram muito claro que o futuro dos venezuelanos deve ser decidido por eles" e que o governo de Barack Obama está sendo "acusado de uma forma que não é produtiva".

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Washington - O governo dos Estados Unidos negou nesta sexta-feira ter ameaçado o governo da Venezuela com represálias caso o líder opositor Leopoldo López fosse preso, e alertou que a detenção deste político pode ter um "efeito intimidador" para o restante da oposição na Venezuela.

Em entrevista coletiva, a secretária de Estado adjunta dos Estados Unidos para a América Latina, Roberta Jacobson, anunciou que os três diplomatas americanos expulsos nesta semana da Venezuela já se encontram em Washington e o Departamento de Estado segue estudando que ações tomar para responder a essa medida.

Jacobson reconheceu que um funcionário do Departamento de Estado, Alex Lee, ligou no domingo passado para o embaixador da Venezuela na Organização dos Estados Americanos (OEA), Roy Chaderton, mas negou que ele tenha feito ameaças se a prisão de López fosse confirmada, como denunciou o governo venezuelano.

"Não foi uma ameaça, nem foi uma exigência. Foi uma preocupação de que qualquer ação que aumente as tensões entre o governo e a oposição e não inclua um diálogo e a redução de tensões, poderia ser muito, muito prejudicial", disse Jacobson.

"Não foi nada mais que isso, e infelizmente o governo da Venezuela decidiu não responder a essa chamada por um canal diplomático, mas com acusações públicas que não são corretas", acrescentou a funcionária.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, citou a chamada de Lee para Chaderton como um dos motivos para expulsar os funcionários consulares dos Estados Unidos que, segundo disse, tinham atividades em universidades privadas.


Jacobson, que hoje se reunirá com os três funcionários, assegurou que a conversa ocorreu pois os Estados Unidos consideram importante que, para melhorar as relações com a Venezuela, os dois países devem poder "falar através de canais diplomáticos, e não só através da imprensa, quando houver diferenças".

"Essa é a razão pela que ligamos para o único representante de alto nível do governo venezuelano nos Estados Unidos nesse momento, para ter uma conversa sobre coisas que nos preocupam. E entre elas está a detenção de líderes da oposição, que pode levar a mais tensões", disse.

Em relação ao caso de Leopoldo López, encaminhado para prisão militar após ser acusado de incitar à violência nos protestos contra o governo de Maduro, os Estados Unidos estão "preocupado por sua situação e pelo processo legal a partir de agora", assegurou.

"O que está muito claro é que foi detido após tomar parte em um protesto que ele ressaltou que era importante que se mantivesse pacífico. Está claro que houve violência, e não estou atribuindo culpa a ninguém, porque não sei quem pode ter instigado a violência", continuou Jacobson.

"Mas estamos muito preocupados de que isto possa ter um efeito intimidador na oposição, e me parece que (a prisão) pode ter sido desenhada para isso mesmo", acrescentou.

Jacobson ressaltou a importância de "que qualquer acusação que se apresente contra ele seja encaminhada de forma imparcial e transparente, e há uma grande preocupação sobre isso dadas as práticas recentes na Venezuela".

Sobre as acusações de ingerência em assuntos internos, a funcionária argumentou que os Estados Unidos "deixaram muito claro que o futuro dos venezuelanos deve ser decidido por eles" e que o governo de Barack Obama está sendo "acusado de uma forma que não é produtiva".

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