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EUA lançam plano para prevenir extremismo entre americanos

Nova estratégia pretende desenvolver métodos para detectar jovens com potencial para se transformarem em extremistas

Militantes do Estado Islâmico na fronteira entre Síria e Iraque (AFP)
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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2014 às 17h43.

Washington - O governo dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira uma série de programas para resistir à ameaça interna do "extremismo violento" e evitar que mais jovens americanos se juntem ao Estado Islâmico ( EI ) e a outros grupos jihadistas que combatem no Oriente Médio.

A nova estratégia, anunciada pelo procurador-geral dos EUA, Eric Holder, pretende desenvolver métodos para detectar jovens com potencial para se transformarem em extremistas e "intervir" antes da radicalização dos mesmos.

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"Hoje, poucas ameaças são mais urgentes que a do extremismo violento. Com o crescimento de grupos como o EI e sabendo que alguns americanos estão tentando viajar para países como Síria e Iraque para tomar parte nesses conflitos, o Departamento de Justiça está respondendo", disse Holder em uma mensagem de vídeo.

Os Estados Unidos calculam que cerca de 100 americanos se juntaram aos combatentes do EI no Iraque e na Síria, de um total de cerca de 15 mil estrangeiros que preocupam o Ocidente, pois existe a possibilidade que os mesmos usem seus passaportes para retornar a seus países de origem para cometer atentados nesses territórios.

Enquanto os EUA estão criando uma coalizão internacional para combater o EI, o governo do presidente Barack Obama também quer desenvolver "uma ampla rede de alianças comunitárias para manter o país seguro" no plano interno, explicou Holder.

"Trabalharemos de perto com representantes comunitários para desenvolver estratégias integrais em nível local, para aumentar a conscientização sobre assuntos importantes, para compartilhar informações sobre melhores práticas e para ampliar e melhorar a formação em todas as áreas do país", acrescentou o procurador-geral.

O Departamento de Justiça não divulgou detalhes sobre o conteúdo dos programas nem as cidades que participarão, mas a Casa Branca detalhou que os esforços incluem o Departamento de Segurança Nacional e o Centro Nacional contra o Terrorismo.

"As comunidades locais são a primeira linha de defesa e resposta (contra o extremismo) e são essenciais para enfrentar o recrutamento de combatentes estrangeiros, especialmente quando os grupos baseados na Síria tentam buscar ocidentais", disse à Agência Efe um funcionário da Casa Branca, que pediu o anonimato.

"Frequentemente, as autoridades de segurança locais têm mais capacidade de identificar indivíduos e grupos que demonstram comportamentos suspeitos e perigosos e intervir antes que os mesmos cometam um ato de violência ou tentem viajar para zonas de conflito no exterior", acrescentou a fonte.

O Departamento de Segurança Nacional desenvolveu "ferramentas para ajudar seu pessoal, sejam funcionários de transporte, de imigração ou da alfândega, para que possam identificar suspeitos de serem extremistas violentos", lembrou a fonte.

Holder anunciou hoje que a Casa Branca realizará em outubro uma cúpula dedicada a centralizar os esforços contra o "extremismo violento" nos EUA, que além do EI, alimenta grupos jihadistas na Somália e no Iêmen.

Além disso, no dia 24 de setembro, durante a Assembleia Geral da ONU, Obama presidirá uma sessão do Conselho de Segurança sobre a ameaça que representam os combatentes estrangeiros nos grupos jihadistas.

O alarme em relação à presença de americanos no EI aumentou no mês passado com a morte de Douglas McAuthur McCain, um californiano de 33 anos que perdeu a vida na Síria enquanto lutava pelo EI.

Desde então, outros casos vieram à tona, como o de Shannon Maureen Conley, uma jovem de 19 anos que na quarta-feira passada se declarou culpada de conspiração para apoiar uma organização terrorista depois que foi detida no aeroporto internacional de Denver, no estado do Colorado.

Shannon, que se converteu ao Islã, estava a caminho da Alemanha e seu destino final era a Turquia, onde se juntaria ao EI em um acampamento perto da fronteira turca com a Síria para se casar com Yousr Mouelhi, um membro do grupo jihadista que conheceu através da Internet, segundo seu próprio depoimento aos investigadores.

A rede mundial de computadores é um dos meios utilizados para o recrutamento de jovens que mais é monitorado pelo FBI e, por isso, a Casa Branca criou no ano passado um grupo de trabalho para resistir a essa ameaça específica.

Além disso, os EUA continuam tentando dar forma a uma coalizão global contra o EI e o recém-nomeado enviado especial para essa tarefa, o general reformado John Allen, se reunirá amanhã com Obama para deixá-lo a par dos compromissos firmados até agora, informou hoje a Casa Branca. EFE

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