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EUA estão em contato direto com Coreia do Norte, diz secretário

Segundo o secretário de Estado norte-americano. país avalia se o regime de Kim Jong-un está disposto a dialogar sobre o seu programa de energia nuclear

Rex Tillerson: "Temos linhas de comunicação com Pyongyang. Não estamos às escuras, em um blecaute". (Alex Wong/Getty Images)

Rex Tillerson: "Temos linhas de comunicação com Pyongyang. Não estamos às escuras, em um blecaute". (Alex Wong/Getty Images)

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AFP

Publicado em 30 de setembro de 2017 às 15h52.

Última atualização em 30 de setembro de 2017 às 15h53.

Os Estados Unidos abriram "canais de comunicação" com a Coreia do Norte e avaliam se o regime de Kim Jong-un está disposto a dialogar sobre seu programa nuclear - declarou neste sábado (30), em Pequim, o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson.

"Estamos avaliando" o regime norte-coreano, disse ele à imprensa.

"Perguntamos. Temos linhas de comunicação com Pyongyang. Não estamos às escuras, em um blecaute. Temos dois, três, canais de comunicação abertos", relatou.

"Portanto, continuem atentos", completou.

O secretário de Estado deu essas declarações alguns dias depois de uma preocupante escalada verbal de ameaças entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano.

"Podemos falar com eles, falamos com eles", disse Tillerson, garantindo que a China - principal aliado e parceiro econômico da Coreia do Norte - não está servindo de intermediária nas comunicações entre Washington e Pyongyang.

"São nossos próprios canais", explicou.

Hoje, Tillerson se reuniu com o presidente Xi Jinping para tratar da crise norte-coreana e para preparar a visita de Trump à China no início de novembro, como parte de uma turnê pela Ásia.

Essa viagem "será um acontecimento enorme nas relações sino-americanas (...), uma prioridade para nossos chefes de Estado", afirmou o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, que não falou sobre a Coreia do Norte.

- Gigantes se aproximam -

Nos últimos meses, o governo Trump tinha acusado publicamente a China de não pressionar seu vizinho o bastante para deixar de lado suas ambições nucleares.

O tom parece ter-se suavizado desde que Pequim decidiu aprovar e aplicar as novas sanções, mais duras, contra Pyongyang, adotadas pelo Conselho de Segurança da ONU, após o último teste nuclear norte-coreano, realizado no começo de setembro.

Com as novas sanções, o Ministério chinês do Comércio anunciou, na quinta-feira, que as empresas norte-coreanas instaladas no país terão de fechar as portas antes de janeiro.

O gigante asiático, que fornece quase todo o petróleo consumido pela Coreia do Norte, também confirmou, na semana passada, que limitaria radicalmente suas exportações de produtos petrolíferos refinados.

Uma prova da melhoria das relações entre Pequim e Washington foi o comentário da porta-voz do Departamento de Estado americano, Heather Nauert, que esta semana comemorou os "progressos" bilaterais e considerou que a China deu "passos enormes numa boa direção".

Na terça-feira, Trump "aplaudiu" a China - pela segunda vez em uma semana - por ter, segundo ele, "rompido qualquer relação bancária" com Pyongyang, algo "impensável há apenas dois meses".

Algumas divergências persistem, porém: Pequim defende uma solução "pacífica" e reprova completamente as escaladas verbais entre Trump e o líder norte-coreano Kim Jong-un.

Além disso, a China acredita em uma "moratória dupla" - interrupção simultânea dos testes nucleares norte-coreanos e das manobras militares conjuntas de Estados Unidos e Coreia do Sul -, uma solução desconsiderada por Washington.

Por fim, a China se opõe claramente a qualquer intervenção militar na península coreana, na sua fronteira, enquanto os Estados Unidos não descartam essa opção e ameaçam "destruir" o regime de Kim Jong-un.

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