EUA enfrentam risco de recessão, diz secretária do Tesouro neste domingo, 11
Embora o PIB do país tenha contraído nos dois primeiros trimestres de 2022, Janet Yellen insistiu que ainda não é o caso de recessão; inflação atingiu nível mais alto dos últimos 40 anos
AFP
Publicado em 11 de setembro de 2022 às 17h02.
Os Estados Unidos enfrentam "risco" de recessão, já que sua batalha contra a inflação pode desacelerar a economia do país, mas ainda pode ser evitada, disse a secretária do Tesouro, Janet Yellen, neste domingo (11).
Uma recessão nos Estados Unidos é "um risco quando o Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) aperta a sua política monetária contra a inflação", explicou a responsável por questões econômicas e financeiras do governo Joe Biden, em declarações à CNN.
"Portanto, é certamente um risco que estamos monitorando", mas "temos um mercado de trabalho forte e acho que é possível mantê-lo assim", acrescentou.
Diante da inflação que atingiu seu nível mais alto em junho em 40 anos, antes de diminuir um pouco em julho (8,5%), o Fed elevou gradualmente suas taxas de referência, para desacelerar a atividade econômica e amenizar a pressão sobre os preços.
Estas taxas de referência estabelecem o padrão para os bancos comerciais para as taxas de juros dos empréstimos que oferecem aos seus clientes particulares e empresariais. Taxas mais altas diminuem o consumo e o investimento.
"A inflação está muito alta e é essencial reduzi-la", disse Yellen.
O Fed espera um "aterrissagem suave", ou seja, trazer a inflação de volta à sua meta de 2%, sem mergulhar a economia em recessão, o que aumentaria o desemprego.
"Acho que há um caminho para chegar lá. No longo prazo, não podemos ter um mercado de trabalho forte sem uma inflação sob controle", acrescentou Yellen.
Embora o Produto Interno Bruto (PIB) da maior economia do mundo tenha contraído nos dois primeiros trimestres de 2022, o que corresponde à definição clássica de recessão, a secretária do Tesouro insistiu que não é o caso.
"Não estamos em recessão. O mercado de trabalho está excepcionalmente vigoroso. (...) Há quase duas vagas para cada trabalhador que procura trabalho", frisou.
O mercado de trabalho dos EUA continua sofrendo com uma escassez de mão de obra. No entanto, a taxa de desemprego subiu um pouco em agosto, para 3,7%, até porque a taxa de participação aumentou, um sinal de que muitos trabalhadores que foram marginalizados pela pandemia de covid-19 estão voltando ao trabalho.
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