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EUA emitem diretrizes policiais contra discriminação racial

Decisão foi tomada após a morte do jovem negro Michael Brown por um agente branco em Ferguson

Protesto contra não-indiciamento de policial responsável pela morte de manifestante negro nos EUA (REUTERS/Patrick T. Fallon)
DR

Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2014 às 05h49.

Washington - O secretário de Justiça dos Estados Unidos , Eric Holder, anunciou nesta segunda-feira que seu departamento lançará, nos próximos dias, novas diretrizes para evitar a discriminação racial por parte das forças de segurança após a morte do jovem negro Michael Brown por um agente branco em Ferguson.

"As novas diretrizes incorporarão novos padrões rigorosos e salvaguardas sólidas para ajudar a acabar com o perfil racial de uma vez por todas", explicou Holder em um encontro com líderes religiosos e comunitários na igreja batista Ebenezer de Atlanta, no estado da Geórgia.

Holder, o primeiro afro-americano à frente do Departamento de Justiça, teve um papel-chave na pacificação dos protestos de agosto após a morte de Brown e não hesitou em falar com contundência sobre as tensões raciais no país.

Agora, após a nova onda de distúrbios gerada pela decisão judicial do caso Brown há uma semana, Holder se dispõe a viajar por todo o país para participar de encontros comunitários como os de hoje em Atlanta.

"Estamos falando de preocupações que são nacionais e que ameaçam todo o país", disse o procurador-geral diante uma numerosa audiência no mesmo local em que costumava discursar o reverendo e líder da luta pelos direitos civis Martin Luther King.

"Sem um entendimento mútuo entre os cidadãos, cujos direitos devem ser respeitados, e as forças de segurança, que fazem enormes sacrifícios pessoais a cada dia para garantir a segurança pública, não haverá um progresso significativo", comentou Holder.

"Nossos agentes não podem ser percebidos como uma força de ocupação desligada das comunidades às quais servem. Os laços que foram rompidos devem ser restaurados e os que nunca existiram, construídos", acrescentou.

Holder, que condenou a violência de alguns manifestantes em Ferguson, reagiu hoje com tranquilidade quando um grupo de pessoas interrompeu seu discurso ao dizer que "é uma expressão de preocupação, é através da perseverança dos que protestam pacificamente que chegará a mudança".

"Quem teria imaginado 50 anos atrás que um homem negro poderia servir como procurador-geral dos Estados Unidos, trabalhando para um presidente negro", destacou.

Holder recebeu uma grande ovação ao lembrar que a dupla investigação independente de seu departamento sobre o caso de Michael Brown segue em andamento.

A investigação federal tenta determinar se houve violação dos direitos civis no caso de Brown e, por outro lado, se a polícia local de Ferguson mantém práticas discriminatórias.

O presidente Barack Obama anunciou pouco antes do discurso de Holder uma série de medidas para combater a "crescente desconfiança" entre os departamentos de polícia locais e as comunidades, especialmente as minorias, algo que considerou "um problema nacional", e não algo exclusivo de Ferguson.

Obama anunciou que pedirá ao Congresso US$ 263 milhões ao longo de três anos para investir em várias medidas relacionadas com as policiais locais, entre eles US$ 75 milhões para que 50 mil agentes tenham câmeras incorporadas a seu uniforme ou a seu corpo, para gravar suas interações com civis.

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Washington - O secretário de Justiça dos Estados Unidos , Eric Holder, anunciou nesta segunda-feira que seu departamento lançará, nos próximos dias, novas diretrizes para evitar a discriminação racial por parte das forças de segurança após a morte do jovem negro Michael Brown por um agente branco em Ferguson.

"As novas diretrizes incorporarão novos padrões rigorosos e salvaguardas sólidas para ajudar a acabar com o perfil racial de uma vez por todas", explicou Holder em um encontro com líderes religiosos e comunitários na igreja batista Ebenezer de Atlanta, no estado da Geórgia.

Holder, o primeiro afro-americano à frente do Departamento de Justiça, teve um papel-chave na pacificação dos protestos de agosto após a morte de Brown e não hesitou em falar com contundência sobre as tensões raciais no país.

Agora, após a nova onda de distúrbios gerada pela decisão judicial do caso Brown há uma semana, Holder se dispõe a viajar por todo o país para participar de encontros comunitários como os de hoje em Atlanta.

"Estamos falando de preocupações que são nacionais e que ameaçam todo o país", disse o procurador-geral diante uma numerosa audiência no mesmo local em que costumava discursar o reverendo e líder da luta pelos direitos civis Martin Luther King.

"Sem um entendimento mútuo entre os cidadãos, cujos direitos devem ser respeitados, e as forças de segurança, que fazem enormes sacrifícios pessoais a cada dia para garantir a segurança pública, não haverá um progresso significativo", comentou Holder.

"Nossos agentes não podem ser percebidos como uma força de ocupação desligada das comunidades às quais servem. Os laços que foram rompidos devem ser restaurados e os que nunca existiram, construídos", acrescentou.

Holder, que condenou a violência de alguns manifestantes em Ferguson, reagiu hoje com tranquilidade quando um grupo de pessoas interrompeu seu discurso ao dizer que "é uma expressão de preocupação, é através da perseverança dos que protestam pacificamente que chegará a mudança".

"Quem teria imaginado 50 anos atrás que um homem negro poderia servir como procurador-geral dos Estados Unidos, trabalhando para um presidente negro", destacou.

Holder recebeu uma grande ovação ao lembrar que a dupla investigação independente de seu departamento sobre o caso de Michael Brown segue em andamento.

A investigação federal tenta determinar se houve violação dos direitos civis no caso de Brown e, por outro lado, se a polícia local de Ferguson mantém práticas discriminatórias.

O presidente Barack Obama anunciou pouco antes do discurso de Holder uma série de medidas para combater a "crescente desconfiança" entre os departamentos de polícia locais e as comunidades, especialmente as minorias, algo que considerou "um problema nacional", e não algo exclusivo de Ferguson.

Obama anunciou que pedirá ao Congresso US$ 263 milhões ao longo de três anos para investir em várias medidas relacionadas com as policiais locais, entre eles US$ 75 milhões para que 50 mil agentes tenham câmeras incorporadas a seu uniforme ou a seu corpo, para gravar suas interações com civis.

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