EUA decidem se reativam as sanções petrolíferas contra Venezuela por bloqueio à oposição
Sanções seriam para punir o presidente Nicolás Maduro por bloquear a oposição nas eleições marcadas para julho
Agência de notícias
Publicado em 17 de abril de 2024 às 10h58.
O governo do presidente Joe Biden está insatisfeito com a evolução do processo eleitoral na Venezuela desde a assinatura do Acordo de Barbados em outubro passado.
Maduro, que concorre a um terceiro mandato nas eleições de 28 de julho, respeitou a parte técnica deste acordo alcançado com a oposição mas, segundo Washington, não cumpriu a condição de garantir que todos possam apresentar os seus candidatos.
Maduro "defendeu certos aspectos do acordo de Barbados, incluindo o estabelecimento de um calendário eleitoral e o convite para missões de observação internacionais", mas "ao mesmo tempo foi visto bloqueando candidatos da oposição", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.
A principal rival do chavismo, María Corina Machado, continua inabilitada e Corina Yoris, indicada por ela para substituí-la nas eleições, também foi vetada.
"Muito claro"
"Deixamos muito claro que se Maduro e os seus representantes não implementarem plenamente o que foi acordado no Acordo de Barbados, reimporemos as sanções" levantadas para promover o processo eleitoral, insistiu Miller.
A licença geral 44, que autoriza transações relacionadas ao setor de petróleo e gás, expira nesta quinta-feira.
A produção da Venezuela ronda os 800 mil barris por dia, depois de ter atingido um mínimo em meados de 2020, quando caiu abaixo dos 400 mil, mas está longe dos três milhões que atingiu há 15 anos.
Tudo indica que Maduro assume que os Estados Unidos retomarão as sanções, apesar de representantes do seu governo e responsáveis americanos terem realizado várias reuniões nos últimos dias.
"Eles continuam chantageando que vão retirar a licença 44", disse Maduro esta semana em um dos seus programas de televisão. "Vamos continuar com licença, sem licença, não somos uma colônia gringa (…) ninguém vai nos parar", disse.
O embargo ao petróleo e gás venezuelano foi imposto em 2019 como parte de uma bateria de sanções para tentar provocar a queda de Maduro após as eleições de 2018, consideradas fraudulentas por Washington.
Os Estados Unidos já retomaram as sanções ao ouro, mas devem pesar os prós e os contras ao decidirem se reverterão a flexibilização do embargo petrolífero menos de sete meses antes das eleições presidenciais.