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EUA dão apoio tácito a projeto de sanções contra Venezuela

O governo americano ofereceu apoio tácito a projeto de lei que impõe sanções contra funcionários venezuelanos

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro: presidente Barack Obama deve assinar a iniciativa (AFP)
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Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2014 às 21h08.

Washington - A Casa Branca ofereceu nesta terça-feira seu apoio tácito a um projeto de lei em discussão no Congresso que impõe sanções contra funcionários venezuelanos acusados de violações de direitos humanos contra opositores.

Um alto conselheiro de Segurança Nacional disse, em novembro, que o governo americano não se oporia a novas sanções contra a Venezuela e que essa continuaria sendo sua posição, confirmou à AFP nesta terça-feira o porta-voz Patrick Ventrell.

O presidente Barack Obama deve assinar a iniciativa, que foi aprovada na segunda-feira no Senado, para que se converta em lei.

Se isso acontecer, os funcionários venezuelanos acusados de violações aos direitos humanos serão proibidos de entrar nos Estados Unidos e seus bens, bloqueados.

O texto visa a funcionários acusados de dirigir e apoiar "atos de violência e abusos sérios dos direitos humanos" contra manifestantes anti-governamentais na Venezuela.

Mas uma cláusula que destinava 15 milhões de dólares para ajudar organizações anti-governamentais e meios independentes venezuelanos foi eliminada do projeto final do Senado.

A Câmara de Representantes, que aprovou um projeto similar em maio, espera que o texto do Senado seja adotado nos próximos dias, disse à AFP um consultor legislativo.

Os legisladores correm contra o tempo: o Congresso atual utiliza suas últimas horas esta semana antes que uma nova legislatura seja iniciada em janeiro. "É uma questão de dias, caso a iniciativa não morra completamente", afirmou.

História de tensões

A Venezuela, atolada em uma polarização política, foi abalada entre fevereiro e maio por protestos opositores que, incitados pela escassez de alimentos e falta de segurança, deixaram 43 mortos.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que acusou grupos de direita apoiados pelos Estados Unidos de promoverem as perturbações, advertiu no sábado que está avaliando as relações com Washington, pois a sua intervenção via embaixada em Caracas "começa a ser intolerável".

Após as manifestações, os Estados Unidos tacharam repetidas vezes de inoportunas as sanções contra o governo venezuelano, mas os esforços falidos de aliados latino-americanos para diminuir as tensões entre opositores e oficialistas fizeram com que Obama mudasse de opinião, disse o alto conselheiro em novembro.

Em agosto, o Departamento de Estado negou o visto a 24 funcionários venezuelanos supostamente envolvidos em violações dos direitos humanos durante os protestos.

Entretanto, Washington criticou reiteradamente os processos judiciais contra os principais promotores das manifestações: o dirigente Leopoldo López, preso desde fevereiro passado e acusado de incitar a violência, e a destituída deputada María Corina Machado, acusada dias atrás de conspirar para o assassinato de Maduro.

Caracas e Washington mantêm relações diplomáticas tensas desde a chegada ao poder do falecido presidente Hugo Chávez (1999-2013), mas os Estados Unidos são o principal comprador do petróleo venezuelano.

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Washington - A Casa Branca ofereceu nesta terça-feira seu apoio tácito a um projeto de lei em discussão no Congresso que impõe sanções contra funcionários venezuelanos acusados de violações de direitos humanos contra opositores.

Um alto conselheiro de Segurança Nacional disse, em novembro, que o governo americano não se oporia a novas sanções contra a Venezuela e que essa continuaria sendo sua posição, confirmou à AFP nesta terça-feira o porta-voz Patrick Ventrell.

O presidente Barack Obama deve assinar a iniciativa, que foi aprovada na segunda-feira no Senado, para que se converta em lei.

Se isso acontecer, os funcionários venezuelanos acusados de violações aos direitos humanos serão proibidos de entrar nos Estados Unidos e seus bens, bloqueados.

O texto visa a funcionários acusados de dirigir e apoiar "atos de violência e abusos sérios dos direitos humanos" contra manifestantes anti-governamentais na Venezuela.

Mas uma cláusula que destinava 15 milhões de dólares para ajudar organizações anti-governamentais e meios independentes venezuelanos foi eliminada do projeto final do Senado.

A Câmara de Representantes, que aprovou um projeto similar em maio, espera que o texto do Senado seja adotado nos próximos dias, disse à AFP um consultor legislativo.

Os legisladores correm contra o tempo: o Congresso atual utiliza suas últimas horas esta semana antes que uma nova legislatura seja iniciada em janeiro. "É uma questão de dias, caso a iniciativa não morra completamente", afirmou.

História de tensões

A Venezuela, atolada em uma polarização política, foi abalada entre fevereiro e maio por protestos opositores que, incitados pela escassez de alimentos e falta de segurança, deixaram 43 mortos.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que acusou grupos de direita apoiados pelos Estados Unidos de promoverem as perturbações, advertiu no sábado que está avaliando as relações com Washington, pois a sua intervenção via embaixada em Caracas "começa a ser intolerável".

Após as manifestações, os Estados Unidos tacharam repetidas vezes de inoportunas as sanções contra o governo venezuelano, mas os esforços falidos de aliados latino-americanos para diminuir as tensões entre opositores e oficialistas fizeram com que Obama mudasse de opinião, disse o alto conselheiro em novembro.

Em agosto, o Departamento de Estado negou o visto a 24 funcionários venezuelanos supostamente envolvidos em violações dos direitos humanos durante os protestos.

Entretanto, Washington criticou reiteradamente os processos judiciais contra os principais promotores das manifestações: o dirigente Leopoldo López, preso desde fevereiro passado e acusado de incitar a violência, e a destituída deputada María Corina Machado, acusada dias atrás de conspirar para o assassinato de Maduro.

Caracas e Washington mantêm relações diplomáticas tensas desde a chegada ao poder do falecido presidente Hugo Chávez (1999-2013), mas os Estados Unidos são o principal comprador do petróleo venezuelano.

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