Mundo

EUA cortarão ajuda em caso de golpe afegão, diz Kerrry

"Qualquer ação para conseguir o poder por métodos não legais custará ao Afeganistão o apoio financeiro e de segurança dos EUA", disse o secretário de Estado


	John Kerry: ele pediu que os líderes afegãos "mantenham a calma"
 (Brendan Smialowski/AFP)

John Kerry: ele pediu que os líderes afegãos "mantenham a calma" (Brendan Smialowski/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2014 às 06h46.

Washington - O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, advertiu nesta segunda-feira que Washington cancelará a ajuda financeira ao Afeganistão se o ganhador das eleições presidenciais chegar ao poder de forma ilegítima.

"Qualquer ação para conseguir o poder por métodos não legais custará ao Afeganistão o apoio financeiro e de segurança dos EUA e da comunidade internacional", afirmou Kerry em comunicado.

Acrescentou que os "Estados Unidos esperam que as instituições eleitorais afegãs realizem uma ampla revisão de todas as alegações razoáveis de irregularidades".

O titular das Relações Exteriores dos EUA enfatizou, contudo, que isso não justifica recorrer à violência ou que se opte por medidas não constitucionais e ameaças nessa direção.

"O papel apolítico das forças de segurança deve ser respeitado por todas as partes", afirmou Kerry, que pediu que os líderes afegãos "mantenham a calma".

A equipe eleitoral do candidato Abdullah Abdullah rejeitou nesta segunda-feira os resultados da primeira apuração preliminar das eleições presidenciais afegãs, que lhe deram 43,56% dos votos contra 56,44% de seu concorrente, Ashraf Gani.

Tanto o "número 3" da equipe de Abdullah, Mohammad Mohaqeq, como um de seus porta-vozes, Mujib Rahman Rahimi, afirmaram para a emissora local "Tolo Tv", entre acusações de fraude, que rejeitavam a apuração dos votos anunciada pela Comissão Eleitoral do Afeganistão (IEC, sigla em inglês).

Pouco antes da divulgação dos dados da apuração do segundo turno das eleições, que foi realizado em 14 de junho, as equipes de Abdullah e Gani tinham acordado a recontagem dos votos em 7 mil seções eleitorais para garantir a transparência do pleito.

Rahimi disse que mais de 2 milhões de votos são ilegais, por isso "ninguém tem o direito de governar com votos fraudulentos", e ressaltou que a comissão eleitoral será responsável por ter seguido adiante com a apuração, apesar das denúncias.

O presidente da IEC, Ahmad Youssef Nuristani, reconheceu hoje em entrevista coletiva em Cabul que houve "problemas técnicos e fraudes" durante o processo eleitoral, mas que isso não evitou o anúncio dos primeiros resultados.

A apuração anunciada hoje corresponde a 8.109.493 votos, dos quais Gani obteve 4,5 milhões, enquanto Abdullah chegou aos 3,5 milhões.

No entanto, o resultado final não será divulgado até que a Comissão de Queixas Eleitorais (ECC, sigla em inglês) do Afeganistão revise a apuração nas seções eleitorais onde há suspeitas de fraude, por isso o número de votos pode ser reduzido. 

Acompanhe tudo sobre:AfeganistãoÁsiaDiplomaciaEstados Unidos (EUA)Países ricos

Mais de Mundo

Terremoto de magnitude 7,3 atinge nordeste do Chile

Apagão global afeta aeroportos, comitê das Olimpíadas, canal de TV e bolsa de valores

Trump diz que quer ser 'presidente de todos' e detalha tiro que levou em 1º discurso após atentado

Trump fará 1º comício após ataque neste sábado, em condado decisivo para a eleição

Mais na Exame