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EUA alertam tempo curto ante avanço tímido com Irã

Segundo autoridades, países tiveram pouco progresso esta semana nas negociações sobre o fim da disputa em torno do programa nuclear de Teerã

Chefe de Política Externa da União Europeia, Catherine Ashton, e o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, durante as negociações nucleares em Viena, na Suíça (Leonhard Foeger/Reuters)

Chefe de Política Externa da União Europeia, Catherine Ashton, e o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, durante as negociações nucleares em Viena, na Suíça (Leonhard Foeger/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2014 às 22h06.

Viena - O Irã e seis outras potências mundiais tiveram pouco progresso esta semana nas negociações sobre o fim da disputa em torno do programa nuclear de Teerã, disseram autoridades dos Estados Unidos e do Irã nesta sexta-feira, levantando dúvidas acerca dos prospectos de avanços até o fim do prazo de 20 de julho.

Após três meses sobretudo confrontando expectativas no lugar de negociando compromissos, as partes pretendiam esboçar um acordo final que poderia resolver uma década de animosidade e desconfiança, assim como afastar temores de uma guerra disseminada pelo Oriente Médio.

“Acreditamos ser necessário haver alguma dose a mais de realismo”, disse um alto funcionário dos EUA, sob a condição de anonimato e negando dar mais detalhes sobre quais questões estariam causando maiores dificuldades.

“O tempo aqui não é ilimitado.” “Em qualquer negociação há dias bons e dias ruins, altos e baixos, esse tem sido um momento de grande dificuldade, mas de um tipo que não era inesperado”, acrescentou o membro do governo.

“Nós estamos somente no início do processo de esboço e temos muito a caminhar.” A quarta rodada de negociações na capital austríaca começou na quarta-feira e terminou nesta sexta.

A autoridade norte-americana disse que as negociações em Viena seriam retomadas em uma data não definida em junho, e todas as partes querem se ater ao prazo de 20 de julho para completar um acordo que limitaria partes sensíveis do programa nuclear iraniano, em troca de um alívio gradual nas sanções.

“Tem sido, francamente, um processo bastante lento e difícil e nos preocupamos com o tempo curto que nos resta”, acrescentou a autoridade dos EUA.

“Mas deixe eu ser bem claro: acreditamos que ainda podemos conseguir.” Outra autoridade ocidental concordou ser possível alcançar um acordo até 20 de julho, mas acrescentou que as seis potências esperavam mais do Irã.

“Em alguns pontos nós provalvemente esperaríamos um pouco mais de flexibilidade da parte deles”, disse a autoridade.

Pela primeira vez desde que as seis potências e o Irã começaram a negociar um acordo de longo prazo em Viena, em fevereiro, a chefe de Política Externa da União Europeia, Catherine Ashton, porta-voz das seis potências, e o chanceler iraniano, Javad Zarif, preferiram não comparecer a uma coletiva de imprensa.

Ambos os lados deixaram claro que as conversas atingiram um ponto de inflexão.

“As negociações estavam sérias e construtivas, mas nenhum progresso foi feito”, disse o vice-chanceler iraniano, Abbas Ataqchi, a jornalistas ao final da reunião entre o Irã e EUA, França, Alemanha, Grã-Bretanha, China e Rússia.

“Nós não atingimos o ponto em que começaremos a redigir o acordo final.” “O Irã ainda tem algumas decisões difíceis a tomar. Estamos preocupados que o progresso não está sendo feito e o tempo é curto”, havia dito antes o alto funcionário dos EUA que pediu para não ser identificado.

As declarações por parte de Irã e EUA podem ter a intenção de aumentar a pressão entre as partes, mas também revelam profundas diferenças que precisam ser superadas para se chegar em um acordo final.

Ainda assim, a atmosfera continuava ordeira o bastante para as conversas bilaterais entre EUA e Irã durarem mais de duas horas.

Tais reuniões, antes já consideradas inimagináveis, tornaram-se mais comuns, com os inimigos em busca de restabelecer os canais oficiais de comunicação, fechados desde a Revolução Islâmica do Irã, em 1979.

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