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Estudo indica que geleiras do Himalaia não derreteram

Compreendendo partes de China, Paquistão e Índia, os picos de Karakoram incluem o K2, a segunda montanha mais alta da Terra

O estudo calculou a perda de quatro bilhões de toneladas por ano, em comparação com as estimativas anteriores de mais de 50 bilhões por ano (©AFP/arquivo / Prakash Mathema)
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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2012 às 16h17.

Paris - Uma das maiores regiões de geleiras do mundo resistiu até agora ao aquecimento global que devastou montanhas de gelo em outros lugares, relataram cientistas no domingo.

Durante anos, especialistas debateram o estado das geleiras que cobrem quase 20 mil quilômetros quadrados da cordilheira de Karakoram no Himalaia ocidental.

Compreendendo partes de China, Paquistão e Índia, os picos de Karakoram incluem o K2, a segunda montanha mais alta da Terra.

Suas geleiras correspondem a cerca de 3% da área gelada do mundo fora da Groenlândia e da Antártida.

Em outros locais do planeta, as montanhas geladas estão derretendo devido às altas temperaturas, contribuindo consideravelmente para o aumento do nível do mar. Em Karakoram, no entanto, essa situação é um pouco diferente.

Cientistas descobriram que é quase impossível estudar as geleiras em campo, já que a região está em grandes altitudes em uma área de fronteira, além de o acesso ser dificultado por avalanches de neve e pedaços de gelo.

Mas uma equipe francesa, comparando dados 3-D obtidos por satélite entre 2000 e 2008, disse que as geleiras não perderam massa neste período e podem até ter crescido um pouco, 0.11 milímetros por ano.

"Aparentemente, a situação em Karakoram é um pouco diferente (de outros lugares), o que significa que as geleiras estão estáveis por enquanto," disse à AFP Julie Gardelle da Universidade de Grenoble no sudeste da França.

"Mas isso não deprecia de maneira alguma a evidência do aquecimento global," alertou ela.


O estudo, publicado no jornal Nature Geoscience, é baseado em imagens de satélite de uma área de 5,615 km² no centro de Karakoram, entre o rio Yarkant no lado chinês e do rio Indo no lado Paquistanês.

A área de estudo está fora das geleiras de Siachen, cenário de uma disputa militar entre Paquistão e Índia, que, de acordo com o Instituto para o Planejamento de Desenvolvimento Sustentável em Islamabad, diminuiu 10 quilômetros nos últimos 35 anos.

Em declarações à Nature Geoscience, Graham Cogley da Trent University em Ontário, Canadá, disse que não está claro por que Karakoram foi poupada até agora do impacto do aquecimento.

"Parece que, por uma peculiaridade da circulação atmosférica geral que não é entendida, mais neve está indo para a cordilheira atualmente e há menos calor," disse Cogley.

A condição das geleiras do Himalaia é observada de perto, por causa do fornecimento de água para mais de um bilhão de pessoas no sul da Ásia e da China.

Em fevereiro, um estudo conduzido pelos Estados Unidos e publicado na Nature descobriu que o derretimento do Himalaia era significativo, mas estava negativamente superestimado.

O estudo calculou a perda de quatro bilhões de toneladas por ano, em comparação com as estimativas anteriores de mais de 50 bilhões por ano.

Segundo a pesquisa, as estimativas anteriores foram baseadas no derretimento de geleiras a baixas altitudes - que são mais atingidas pelo aquecimento global - e em dados de drenagem das vastas planícies do sul do Himalaia.

Grande parte dessa drenagem vem, na verdade, da água bombeada de aquíferos subterrâneos nas planícies, não da água que derreteu das geleiras, diz o estudo.

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Paris - Uma das maiores regiões de geleiras do mundo resistiu até agora ao aquecimento global que devastou montanhas de gelo em outros lugares, relataram cientistas no domingo.

Durante anos, especialistas debateram o estado das geleiras que cobrem quase 20 mil quilômetros quadrados da cordilheira de Karakoram no Himalaia ocidental.

Compreendendo partes de China, Paquistão e Índia, os picos de Karakoram incluem o K2, a segunda montanha mais alta da Terra.

Suas geleiras correspondem a cerca de 3% da área gelada do mundo fora da Groenlândia e da Antártida.

Em outros locais do planeta, as montanhas geladas estão derretendo devido às altas temperaturas, contribuindo consideravelmente para o aumento do nível do mar. Em Karakoram, no entanto, essa situação é um pouco diferente.

Cientistas descobriram que é quase impossível estudar as geleiras em campo, já que a região está em grandes altitudes em uma área de fronteira, além de o acesso ser dificultado por avalanches de neve e pedaços de gelo.

Mas uma equipe francesa, comparando dados 3-D obtidos por satélite entre 2000 e 2008, disse que as geleiras não perderam massa neste período e podem até ter crescido um pouco, 0.11 milímetros por ano.

"Aparentemente, a situação em Karakoram é um pouco diferente (de outros lugares), o que significa que as geleiras estão estáveis por enquanto," disse à AFP Julie Gardelle da Universidade de Grenoble no sudeste da França.

"Mas isso não deprecia de maneira alguma a evidência do aquecimento global," alertou ela.


O estudo, publicado no jornal Nature Geoscience, é baseado em imagens de satélite de uma área de 5,615 km² no centro de Karakoram, entre o rio Yarkant no lado chinês e do rio Indo no lado Paquistanês.

A área de estudo está fora das geleiras de Siachen, cenário de uma disputa militar entre Paquistão e Índia, que, de acordo com o Instituto para o Planejamento de Desenvolvimento Sustentável em Islamabad, diminuiu 10 quilômetros nos últimos 35 anos.

Em declarações à Nature Geoscience, Graham Cogley da Trent University em Ontário, Canadá, disse que não está claro por que Karakoram foi poupada até agora do impacto do aquecimento.

"Parece que, por uma peculiaridade da circulação atmosférica geral que não é entendida, mais neve está indo para a cordilheira atualmente e há menos calor," disse Cogley.

A condição das geleiras do Himalaia é observada de perto, por causa do fornecimento de água para mais de um bilhão de pessoas no sul da Ásia e da China.

Em fevereiro, um estudo conduzido pelos Estados Unidos e publicado na Nature descobriu que o derretimento do Himalaia era significativo, mas estava negativamente superestimado.

O estudo calculou a perda de quatro bilhões de toneladas por ano, em comparação com as estimativas anteriores de mais de 50 bilhões por ano.

Segundo a pesquisa, as estimativas anteriores foram baseadas no derretimento de geleiras a baixas altitudes - que são mais atingidas pelo aquecimento global - e em dados de drenagem das vastas planícies do sul do Himalaia.

Grande parte dessa drenagem vem, na verdade, da água bombeada de aquíferos subterrâneos nas planícies, não da água que derreteu das geleiras, diz o estudo.

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