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Estudo descarta que grandes sismos sejam mais prováveis do que no passado

Tremores no Japão e no Chile neste ano não estão relacionados, complementa a pesquisa

Tsunami no Japão
DR

Da Redação

Publicado em 19 de dezembro de 2011 às 19h13.

A probabilidade de que ocorram grandes terremotos não é maior agora do que há um século, apesar de um aparente aumento de sismos devastadores nos últimos anos, informaram cientistas americanos nesta segunda-feira.

O terremoto mortal de 9,0 graus na escala de magnitude momento, registrado este ano no Japão, o sismo de 8,8 graus ocorrido no Chile no ano passado e o de 9 graus em Sumatra-Andaman, em 2004, levaram alguns círculos científicos e meios de comunicação a pensar que estes fenômenos podiam estar relacionados.

Mas os pesquisadores da Universidade da Califórnia revisaram os registros sísmicos mundiais, que datam de 1900, e concluíram que não houve aumento estatisticamente significativo no número de grandes terremotos (de magnitude 7,0 e superior).

"Devemos ter cuidado porque os seres humanos têm uma tendência a ver modelos em sequências ao acaso", disse à AFP o autor principal do estudo, Peter Shearer, do Departamento de Estatística da Universidade de Berkeley.

"O que quisemos fazer aqui foi aplicar provas estatísticas para ver se é possível dizer que não foi só uma sequência de acontecimentos ao acaso", disse Shearer, cujo estudo foi publicado na revista americana Proceedings of the National Academy of Sciences (Atas da Academia Nacional de Ciências).

"Estas provas mostraram que não se pode dizer que o conjunto de eventos não é aleatório, isto é, não há um grau estatisticamente significativo" da sequência de acontecimentos, disse.

Apesar de haver "um número desproporcional de terremotos muito fortes de magnitude 8,5 entre 1950 e 1965" foram mutíssimo menos durante um período muito mais longo, de 1965 a 2004, acrescentou o estudo.

E embora tenha havido uma taxa maior de terremotos com grau de intensidade superior a 8,0 desde 2004, com um nível particularmente alto nos últimos cinco anos, "foram registradas taxas quase tão altas no passado", destacou.

Os cientistas também procuraram alguma pista na crosta terrestre que pudesse explicar por que ou como os grandes terremotos poderiam estar vinculados.

"E a conclusão foi de que não há uma causa física provável que vincule, por exemplo, um terremoto de grande magnitude na América do Sul com um no Japão", disse Shearer à AFP.

"Os fatos estão distantes demais para que seja provável que exista um vínculo físico entre eles", acrescentou.

No total, os dois enfoques "sugerem que o risco global de grandes terremotos não é maior hoje do que foi no passado", concluiu o estudo.

Os resultados coincidiram com um estudo publicado na Nature Geoscience no começo deste ano, que demonstrou que o risco regional de grandes terremotos aumenta depois de um grande tremor, mas o risco global, não.

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A probabilidade de que ocorram grandes terremotos não é maior agora do que há um século, apesar de um aparente aumento de sismos devastadores nos últimos anos, informaram cientistas americanos nesta segunda-feira.

O terremoto mortal de 9,0 graus na escala de magnitude momento, registrado este ano no Japão, o sismo de 8,8 graus ocorrido no Chile no ano passado e o de 9 graus em Sumatra-Andaman, em 2004, levaram alguns círculos científicos e meios de comunicação a pensar que estes fenômenos podiam estar relacionados.

Mas os pesquisadores da Universidade da Califórnia revisaram os registros sísmicos mundiais, que datam de 1900, e concluíram que não houve aumento estatisticamente significativo no número de grandes terremotos (de magnitude 7,0 e superior).

"Devemos ter cuidado porque os seres humanos têm uma tendência a ver modelos em sequências ao acaso", disse à AFP o autor principal do estudo, Peter Shearer, do Departamento de Estatística da Universidade de Berkeley.

"O que quisemos fazer aqui foi aplicar provas estatísticas para ver se é possível dizer que não foi só uma sequência de acontecimentos ao acaso", disse Shearer, cujo estudo foi publicado na revista americana Proceedings of the National Academy of Sciences (Atas da Academia Nacional de Ciências).

"Estas provas mostraram que não se pode dizer que o conjunto de eventos não é aleatório, isto é, não há um grau estatisticamente significativo" da sequência de acontecimentos, disse.

Apesar de haver "um número desproporcional de terremotos muito fortes de magnitude 8,5 entre 1950 e 1965" foram mutíssimo menos durante um período muito mais longo, de 1965 a 2004, acrescentou o estudo.

E embora tenha havido uma taxa maior de terremotos com grau de intensidade superior a 8,0 desde 2004, com um nível particularmente alto nos últimos cinco anos, "foram registradas taxas quase tão altas no passado", destacou.

Os cientistas também procuraram alguma pista na crosta terrestre que pudesse explicar por que ou como os grandes terremotos poderiam estar vinculados.

"E a conclusão foi de que não há uma causa física provável que vincule, por exemplo, um terremoto de grande magnitude na América do Sul com um no Japão", disse Shearer à AFP.

"Os fatos estão distantes demais para que seja provável que exista um vínculo físico entre eles", acrescentou.

No total, os dois enfoques "sugerem que o risco global de grandes terremotos não é maior hoje do que foi no passado", concluiu o estudo.

Os resultados coincidiram com um estudo publicado na Nature Geoscience no começo deste ano, que demonstrou que o risco regional de grandes terremotos aumenta depois de um grande tremor, mas o risco global, não.

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