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Escutas eram discutidas abertamente nas reuniões do News of the World

A informação foi revelada em uma carta do ex-jornalista do jornal Clive Goodman publicada nesta terça-feira

Goodman foi condenado a 4 meses de prisão em 2007 por conexão com as escutas do extinto jornal sensacionalista (Carl de Souza/AFP)

Goodman foi condenado a 4 meses de prisão em 2007 por conexão com as escutas do extinto jornal sensacionalista (Carl de Souza/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de agosto de 2011 às 10h58.

Londres- As escutas telefônicas eram discutidas abertamente nas reuniões de pauta do tabloide britânico News of the World e seu ex-redator-chefe Andy Coulson tentou encobri-las, segundo uma carta do ex-jornalista do jornal Clive Goodman publicada nesta terça-feira.

Goodman, condenado a quatro meses de prisão em 2007 por conexão com as escutas praticadas pelo extinto jornal dominical sensacionalista, disse que Coulson prometeu a ele que poderia voltar a trabalhar no News of the World se não envolvesse o jornal em seu caso.

A carta, divulgada pelo Comitê dos Meios de Comunicação e Esportes da Câmara dos Comuns, é datada de 2 de março de 2007 e nela Goodman pede que sua demissão seja reconsiderada.

"Esta prática foi discutida amplamente na reunião de redação diária até que o redator-chefe proibiu qualquer referência explícita", escreveu Goodman em sua carta dirigida ao diretor de Recursos Humanos do News International, subsidiária do grupo de Rupert Murdoch no Reino Unido.

O ex-jornalista afirma que Coulson, que depois de se demitir do News of the World virou chefe de comunicação de David Cameron, e o ex-chefe de assuntos legais do News of the World, Tom Crone, "prometeram em muitas ocasiões que poderia voltar a ter um emprego no jornal se não envolvesse a publicação ou os membros de seu pessoal no processo ante a justiça".

"Espero que o jornal honre sua promessa", concluiu.

Um membro da Comissão de Meios de Comunicação, o deputado trabalhista Tom Watson, classificou estas novas revelações como "devastadoras" para Coulson, que deixou seu cargo em Downing Street em janeiro passado.

Watson também indicou que o filho do magnata Rupert Murdoch, James Murdoch, presidente da News International, provavelmente será chamada para prestar depoimento pela segunda vez ante a comissão e assim esclarecer os depoimentos contraditórios entre diferentes testemunhos.

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