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Entenda as diferenças entre o sistema eleitoral americano e o brasileiro

No Brasil, o resultado da votação sai em poucas horas graças ao uso de urnas eletrônicas, o voto é direto e obrigatório e há outras peculiaridades

Nos EUA, onde o voto é indireto e não obrigatório, cada estado tem autonomia para definir suas próprias regras. (Nick Oxford/Reuters)

Ligia Tuon

Publicado em 24 de setembro de 2020 às 06h00.

Diferentemente dos Estados Unidos , onde o resultado da eleição presidencial pode demorar dias — ou até mesmo semanas —, no Brasil o sistema funciona melhor nesse aspecto.

Na última disputa presidencial, em 2018, as urnas foram fechadas às 17 horas. Cerca de 3 horas depois, a ministra Rosa Weber, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), anunciou a vitória de Jair Bolsonaro. O modelo direto de votação e a urna eletrônica, usada em todos os estados brasileiros desde 2000, explicam essa diferença. O Brasil tem a maior eleição informatizada do mundo.

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O sistema eleitoral brasileiro é bem diferente do americano. Por aqui, a responsabilidade por organizar, regulamentar e fiscalizar o processo de escolha do presidente é do TSE. Já nos Estados Unidos, onde o voto é indireto e não obrigatório, cada um dos 50 estados mais o distrito federal (Washington) têm autonomia para definir suas próprias regras. É como se houvesse 51 eleições diferentes no país.

No Brasil, é o voto popular que define o vencedor da eleição presidencial. Em contraste, no sistema americano, a escolha final cabe ao colégio eleitoral, composto de representantes dos estados, em número proporcional ao tamanho da população. A Califórnia, o estado mais populoso do país, por exemplo, tem 55 eleitores no colegiado.

O candidato que recebe mais votos populares em cada estado fica com todos os votos desse estado — uma regra que acaba favorecendo uma ordem bipartidária no país, onde os partidos Republicano e Democrata são os que têm mais chance de ganhar.

No Brasil, o voto majoritário é adotado nos pleitos para presidentes, governadores, senadores e prefeitos. Já a escolha de deputados e vereadores é feita por voto proporcional, usando o quociente eleitoral (o número de votos válidos é dividido pelo de cadeiras) e o quociente partidário (o número de votos válidos é dividido pelo quociente eleitoral).

Esse sistema acaba facilitando a eleição de candidatos amplamente conhecidos pelos eleitores, mas que nem sempre têm propostas políticas relevantes. São os "puxadores de votos", que facilitam a eleição de outros candidatos menos votados do mesmo partido.

Os defensores do sistema distrital, adotado nos Estados Unidos, dizem que a população seria mais bem representada se pudesse votar apenas nos políticos de seu distrito. Desse modo, os cidadãos teriam também mais facilidade de fiscalizar e cobrar os políticos. Uma crítica comum ao sistema distrital, porém, é que ele levaria os políticos a se preocupar somente com questões pontuais de seu distrito, afastando-se do debate de problemas mais amplos da cidade ou do estado.

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