Enchentes abalam confiança do consumidor na Austrália
Chuvas causadas pelo fenômeno climático La Niña devastaram enormes áreas da costa leste australiana
Da Redação
Publicado em 19 de janeiro de 2011 às 16h06.
Perth e Sydney - Os terminais australianos de exportação de carvão deram sinais de recuperação na quarta-feira, depois das inundações das últimas semanas que abalaram a confiança dos consumidores na economia do país, fortemente dependente da exportação de matérias primas.
As chuvas causadas pelo fenômeno climático La Niña, devastaram enormes áreas da costa leste australiana, matando 25 pessoas e deixando milhares de desalojados. As enchentes também destruíram lavouras e afetaram o importante setor de exploração de carvão, causando uma alta na cotação global do minério.
Meteorologistas alertaram na quarta-feira que o sul e sudeste do Estado de Queensland, onde fica Gladstone, um dos principais terminais de exportação de carvão, podem sofrer tempestades e inundações.
No entanto, as minas e suas ferrovias voltaram a operar normalmente, e os embarques de carvão devem se recuperar gradualmente. Em Gladstone, no entanto, a expectativa é de que só em março o movimento esteja normalizado.
O sentimento dos consumidores na Austrália também foi abalado, devido às ansiedades geradas pela extensa cobertura da imprensa sobre as inundações. Em janeiro, o índice de confiança do consumidor caiu 5,7 por cento, maior baixa em seis meses, segundo uma pesquisa do Westpac-Melbourne Institute.
"Não há dúvida de que a forte queda na confiança do consumidor é quase inteiramente devido ao desastre das inundações em toda a nação", disse em nota o economista Savanth Sebastian, da empresa Commonwealth Securities, de Sydney.
A Austrália, maior exportador mundial de carvão, responde por dois terços do mercado global de carvão para siderurgia, sendo que cerca de 90 por cento vêm do Estado de Queensland.
O Conselho de Recursos de Queensland estima que apenas 15 por cento das 57 minas do Estado estejam plenamente operacionais, que 60 por cento operem com restrições, e que outros 25 por cento ainda estejam parados. Os danos ao setor foram estimados em 2,3 bilhões de dólares australianos.