Em meio a revoltas árabes, Israel pede mais ajuda militar aos EUA
Desde 2007, Israel recebe dos Estados Unidos 3 bilhões de dólares em ajuda anual, em virtude de um acordo entre os dois países vigente até 2017
Da Redação
Publicado em 9 de março de 2011 às 22h38.
Jerusalém - Israel quer que os Estados Unidos aumentem substancialmente a ajuda, para manter sua "vantagem militar" em relação aos países árabes, em meio a uma onda de grandes mudanças e tentativas de retomar as negociações de paz com os palestinos.
"O tema da vantagem qualitativa de Israel no plano militar está se tornando primordial para nós, e acho que também para eles (os americanos)", afirmou o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, em entrevista ao Wall Street Journal.
"Pode ser sensato (para os Estados Unidos) investirem mais 20 bilhões de dólares para melhorar a segurança de Israel para a próxima geração", argumentou.
"Poderá ocorrer que, em casos extremos, nos vejamos obrigados a projetar nosso poder (ao exterior) ou, se for necessário, exercer (...) nosso direito à autodefesa em prol da estabilidade da região inteira", disse Barak.
Israel, que tem um acordo de cooperação estratégica com os Estados Unidos, considera-se uma "ilha estável de democracia" em um contexto regional turbulento e imprevisível".
Desde 2007, Israel recebe dos Estados Unidos 3 bilhões de dólares em ajuda anual, em virtude de um acordo entre os dois países vigente até 2017, que inclui um aumento de 25% da ajuda militar americana.
Segundo o jornal israelense Israël Hayom, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu repetiu na terça-feira que "com ou sem acordo de paz (com os palestinos), deveremos aumentar seriamente nosso orçamento de defesa para responder às ameaças tecnológicas, à mobilização de forças e ao aumento crescente de mísseis na região".
Netanyahu estimou que, em contrapartida a um acordo de paz, o Ocidente poderia conceder a Israel "um pacote especial de ajuda para sua defesa".
O primeiro-ministro não descartou a possibilidade de financiar esse aumento de recursos para a segurança com futuros "royalties" sobre as reservas de gás natural israelenses descobertas no Mediterrâneo.
O orçamento anual da Defesa de Israel chega aos 13 bilhões de dólares, aproximadamente 7% do PIB.