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Em clima de guerra, Taiwan lança mísseis para se proteger da China

Governo chinês aumenta pressão militar para que a ilha volte a fazer parte de seu território; caças chineses têm sobrevoado Taiwan

Foguetes são lançados durante exercícios militares em Taiwan que simulam uma invasão inimiga (Ann Wang/Reuters)

Foguetes são lançados durante exercícios militares em Taiwan que simulam uma invasão inimiga (Ann Wang/Reuters)

CA

Carla Aranha

Publicado em 16 de julho de 2020 às 14h42.

Última atualização em 16 de julho de 2020 às 14h59.

Preocupado com uma eventual invasão chinesa, o governo de Taiwan decidiu realizar cinco dias de intensos exercícios militares para aprimorar seus procedimentos de defesa. O treinamento militar incluiu desde o lançamento de mísseis até a movimentação de tropas e navios de guerra. A operação, a maior já realizada no território, começou na segunda-feira, dia 13, e terminou nesta quinta-feira, 17.

Mais de 8.000 militares participaram dos exercícios. O governo chinês tem insistido que Taiwan, uma ilha com 23,7 milhões de habitantes a 130 quilômetros da China, faz parte de seu território — e poderia usar suas forças armadas para recuperá-lo. Nas últimas semanas, caças chineses têm sobrevoado a ilha, invadindo inclusive seu espaço aéreo.

A China e Taiwan são governados separadamente desde 1949. Até agora, Taiwan, uma ex-colônia britânica, conseguiu manter sua liberdade. O território tem uma mulher na presidência, Tsai Ing-wen. Ela não cansa de dizer que não cederá a ameaças e intimidações da China. Nesta semana, ela tuitou que os exercícios militares “mostraram ao mundo o robusto sistema de defesa e a forte determinação em defender Taiwan.”

Tsai foi reeleita em janeiro deste ano, o que irritou o Partido Comunista Chinês. Desde então, aviões de guerra chineses têm sobrevoado o território. O governo local vê a atitude do presidente Xi Jinping de minar com as liberdades civis em Hong Kong um sinal de que algo semelhante possa acontecer na ilha.

No final de junho, a China decretou uma lei de segurança nacional para Hong Kong, um território semiautônomo, sob fortes protestos dos Estados Unidos, que também se posicionam ao lado de Taiwan na geopolítica asiática.

A China também tem acusado Taiwan de proteger e dar abrigo a ativistas políticos de Hong Kong. No ano passado, milhares de pessoas saíram às ruas em Hong Kong em manifestações contra a interferência da China no sistema judicial do território. Com a China de um lado e os Estados Unidos de outro, qualquer escalada de tensões tem potencial para atiçar ainda mais as disputas entre as duas maiores potências mundiais.

 

 

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