Eleições nos EUA: o que acontece se um candidato morre ou se torna inapto
Com covid-19, Donald Trump precisou ser transferido ao hospital por precaução, segundo a Casa Branca; ocorrido leva à pergunta que não quer calar
Ligia Tuon
Publicado em 3 de outubro de 2020 às 09h32.
Última atualização em 3 de outubro de 2020 às 10h12.
A menos de dois meses para as eleições presidenciais nos Estados Unidos, aconteceu o que ninguém esperava a essa altura do campeonato: O presidente Donald Trump anunciou que ele e a primeira -dama Melania Trump estão com covid-19 .
Os sintomas da doença causada pelo novo coronavírus são leves em Melania, que diz estar apenas com uma tosse, e um pouco mais graves em Trump, que precisou ser transferido nesta sexta-feira, 2, para o hospital militar Walter Reed, no estado de Maryland. O mandatário sente cansaço e teve febre, segundo informações oficiais, e ficará alguns dias internado por precaução.
O fato de Trump ter deixado a Casa Branca para ir ao hospital caminhando e acenando aos jornalistas foi visto como positivo, mas uma pergunta não pôde deixar de ser levantada: O que acontece se um dos candidatos de uma corrida já confusa e bastante caótica morrer ou ficar incapacitado?
Nas regras dos partidos, está claro o que fazer quando isso acontece antes do começo das votações e depois, mas não dizem qual seria o modus operandi poucos dias antes da votação, marcada para 3 de novembro.O grande problema é que as votações antecipadas já estão valendo em muitos estados, contabilizando mais de 2 milhões de votos, e não dá mais tempo de voltar atrás.
É importante lembrar que cada estado americano tem sua própria regra para a votação, o que inclui a possibilidade de voto antecipado e até pelo correio. Além disso, vale ressaltar também que as eleições para presidente nos EUA são indiretas, e é responsabilidade do Colégio Eleitoral definir o nome do ganhador. Não consta nas regras, porém, o que fazer quando um candidato morre quando o processo de votação já começou.
Frente a isso, o Congresso americano poderia adiar as eleições, embora isso nunca tenha acontecido nos EUA, mas com o provável risco de os democratas, que são maioria na Câmara dos Representantes e estão frente nas pesquisas, se opondo a tal decisão.
Pode sobrar, desta forma, para a Suprema Corte. Especialistas políticos americanos já dizem que seria interessante ver qual seria a saída encontrada pela Justiça americana.