Eleições municipais em aldeia "livre" da Síria
Em Maarzeita, os 600 homens de mais de 18 anos da aldeia foram convocados a eleger os nove membros de seu "Conselho Local Revolucionário"
Da Redação
Publicado em 20 de julho de 2012 às 17h57.
Maarzeita - No momento em que combates assolam a Síria , os moradores de uma aldeia rebelde de Jabal al-Zawiya (noroeste) preparam a era pós-Assad organizando suas primeiras eleições municipais livres.
Em Maarzeita, os 600 homens de mais de 18 anos da aldeia foram convocados a eleger os nove membros de seu "Conselho Local Revolucionário".
Fora do centro de votação improvisado na escola da aldeia, os nomes dos 21 candidatos foram colocados em uma lista. Dois jovens escrevem os nove nomes que escolheram em um pedaço de papel branco que serve como cédula de voto.
Outros escrevem sua lista em um canto da mesa, escondendo seus papéis com as mãos, já que nenhuma divisória foi instalada. O ambiente é descontraído, mas os eleitores são disciplinados e nenhum incidente foi registrado durante as seis horas de votação.
Na entrada, militares dissidentes organizam a fila, permitindo a entrada dos eleitores em pequenos grupos formados por homens de todas as idades vestindo uma abaya, túnica tradicional, ou roupas ocidentais.
Embora nesta região pobre da Síria as mulheres participem da mesma forma que os homens das manifestações hostis ao regime do presidente Bashar al-Assad, uma delas disse à AFP que havia sido impedida de participar da votação.
Lá dentro, atrás de uma mesa coberta com uma bandeira da revolução síria, o chefe da mesa, cercado de vários assessores, verifica as identidades dos eleitores e supervisiona a urna de plástico transparente colocada sobre a mesa.
Entre os organizadores desta votação sem precedentes estão professores e alguns comerciantes.
"Hoje, experimentei a democracia e a liberdade", comemora um eleitor de cerca de 20 anos, vestido com uma camisa branca.
Seu amigo, que veio votar com ele, ressalta: "Antes, sendo uma eleição presidencial ou eleições parlamentares, nos obrigavam a votar em um candidato. Hoje, é a primeira vez que não sofremos qualquer influência".
Os moradores contam que nas eleições anteriores os resultados eram conhecidos antes. Um candidato único era apontado pelo partido Baath, no poder desde 1963 na Síria, e frequentemente era de fora da região.
Desta vez, durante esta eleição inédita na Síria, Maarzeita elegeu filhos da terra, incluindo Ahmed Khatib al-Ilmi, de 30 anos, que recebeu 250 votos das 433 cédulas apuradas.
Alguns tentam contestar os resultados ao final da apuração, divulgada em meio à fumaça dos cigarros dos assessores e dos representantes de outras aldeias convidados para supervisionar a votação.
Rapidamente, o chefe do centro de votação retoma o controle da situação, exibindo seus registros nos quais são verificados os nomes dos eleitores e onde são escritos os votos.
Jabal al-Zawiya é uma região montanhosa pobre ferrenhamente hostil ao regime e considerada pelos insurgentes uma das zonas mais autônomas e seguras da Síria.
Em breve, afirmam com orgulho os moradores, todas as aldeias de Jabal al-Zawiya seguirão seu exemplo.
Maarzeita - No momento em que combates assolam a Síria , os moradores de uma aldeia rebelde de Jabal al-Zawiya (noroeste) preparam a era pós-Assad organizando suas primeiras eleições municipais livres.
Em Maarzeita, os 600 homens de mais de 18 anos da aldeia foram convocados a eleger os nove membros de seu "Conselho Local Revolucionário".
Fora do centro de votação improvisado na escola da aldeia, os nomes dos 21 candidatos foram colocados em uma lista. Dois jovens escrevem os nove nomes que escolheram em um pedaço de papel branco que serve como cédula de voto.
Outros escrevem sua lista em um canto da mesa, escondendo seus papéis com as mãos, já que nenhuma divisória foi instalada. O ambiente é descontraído, mas os eleitores são disciplinados e nenhum incidente foi registrado durante as seis horas de votação.
Na entrada, militares dissidentes organizam a fila, permitindo a entrada dos eleitores em pequenos grupos formados por homens de todas as idades vestindo uma abaya, túnica tradicional, ou roupas ocidentais.
Embora nesta região pobre da Síria as mulheres participem da mesma forma que os homens das manifestações hostis ao regime do presidente Bashar al-Assad, uma delas disse à AFP que havia sido impedida de participar da votação.
Lá dentro, atrás de uma mesa coberta com uma bandeira da revolução síria, o chefe da mesa, cercado de vários assessores, verifica as identidades dos eleitores e supervisiona a urna de plástico transparente colocada sobre a mesa.
Entre os organizadores desta votação sem precedentes estão professores e alguns comerciantes.
"Hoje, experimentei a democracia e a liberdade", comemora um eleitor de cerca de 20 anos, vestido com uma camisa branca.
Seu amigo, que veio votar com ele, ressalta: "Antes, sendo uma eleição presidencial ou eleições parlamentares, nos obrigavam a votar em um candidato. Hoje, é a primeira vez que não sofremos qualquer influência".
Os moradores contam que nas eleições anteriores os resultados eram conhecidos antes. Um candidato único era apontado pelo partido Baath, no poder desde 1963 na Síria, e frequentemente era de fora da região.
Desta vez, durante esta eleição inédita na Síria, Maarzeita elegeu filhos da terra, incluindo Ahmed Khatib al-Ilmi, de 30 anos, que recebeu 250 votos das 433 cédulas apuradas.
Alguns tentam contestar os resultados ao final da apuração, divulgada em meio à fumaça dos cigarros dos assessores e dos representantes de outras aldeias convidados para supervisionar a votação.
Rapidamente, o chefe do centro de votação retoma o controle da situação, exibindo seus registros nos quais são verificados os nomes dos eleitores e onde são escritos os votos.
Jabal al-Zawiya é uma região montanhosa pobre ferrenhamente hostil ao regime e considerada pelos insurgentes uma das zonas mais autônomas e seguras da Síria.
Em breve, afirmam com orgulho os moradores, todas as aldeias de Jabal al-Zawiya seguirão seu exemplo.