Exame Logo

Eleições legislativas antecipadas para 6 de maio na Grécia

A data das eleições foi apresentada pelo primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, ao conselho de ministros e posteriormente ao presidente do país

A antecipação das eleições foi uma demanda do líder da Nova Democracia (ND), Antonis Samaras, após a renúncia de Papandreou em novembro de 2011 (Aris Messinis/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2012 às 15h50.

Atenas - A Grécia realizará no dia 6 de maio eleições legislativas antecipadas, em um cenário conturbado devido à crise da dívida, no qual a direita aparece como favorita.

A data das eleições foi apresentada pelo primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, ao conselho de ministros e posteriormente ao presidente do país, Carolos Papulias.

Papademos deve se pronunciar ainda esta noite sobre a decisão.

Nomeado à frente do governo em 11 de novembro de 2011, após a renúncia do socialista Georges Papandreu, Lucas Papademos concluiu a operação de redução da dívida grega em mãos de credores privados e as negociações que permitiram desbloquear o segundo resgate internacional do país, com o qual Atenas evitou a quebra.

O primeiro-ministro disse aos seus ministros que o novo governo deve atuar de forma rápida para apresentar em junho a nova estratégia financeira do país para o período 2013-2016. A ideia é manter a política de reformas iniciada para retomar o crescimento econômico.

Este será o quinto ano consecutivo de recessão na Grécia, que possui uma taxa de desemprego acima de 21%.

A contagem regressiva para as eleições antecipadas começou em março, após a operação de supressão de 105 bilhões de euros (cerca de 138 bilhões de dólares) da dívida do país em mãos de credores privados e da aprovação de um segundo empréstimo internacional para Atenas.

Papademos, 64 anos, ex-vice-presidente do Banco Central Europeu, desempenhou um papel importante nestas negociações delicadas e não hesitou em descrever como "muito positivo" o trabalho de seu governo, sem esconder, contudo, as tensões vividas pelo Executivo.


A antecipação das eleições foi uma demanda do líder da Nova Democracia (ND), Antonis Samaras, após a renúncia de Papandreou em novembro de 2011, causada por seu projeto fracassado de um referendo sobre o plano de austeridade imposto pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional.

A ND foi capaz de capitalizar a perda de popularidade do PASOK, vencedor das legislativas de 2009, opondo-se a todas as medidas de austeridade. Mas a sua entrada no governo e seu apoio ao plano de austeridade de Papademos, aprovado em 12 de fevereiro, freou o crescimento da direita.

"Com relação às eleições de 2009, os dois principais partidos, PASOK e ND, perderam cerca de 35% do eleitorado, 25% e 10%, respectivamente, para os partidos de esquerda (...) e pequenas formações que reúnem dissidentes da direita", analisa Thomas Gerakis, do instituto de pesquisas Marc.

Segundo pesquisas recentes, o partido conservador Nova Democracia é o favorito, mas deve receber apenas entre 13 e 20% dos votos, o que não daria a maioria governista. Para tanto, teria que se aliar aos socialistas do PASOK (que devem alcançar entre 10 e 15% dos votos) ou aos pequenos partidos.

Já os partidos de esquerda (KKE, Syriza e DIMAR) podem obter entre 8 e 10% dos votos cada. Este resultado pode ser repetido pelos Gregos Independentes, um grupo formado por dissidentes da ND, e pelo líder político Panos Kammenos, que se opõem aos planos de austeridade.

Quatro outros partidos podem chegar a 3%: Laos (extrema direita), Amanhecer Dourado (neonazista), os ambientalistas e a Aliança Democrática.

A mudança da paisagem política tradicional e a instabilidade preocupam os líderes internacionais, enquanto a Grécia, longe de sair da crise, prevê adotar em junho novas medidas para salvar mais de 11 bilhões de euros em 2013 e 2014.

Veja também

Atenas - A Grécia realizará no dia 6 de maio eleições legislativas antecipadas, em um cenário conturbado devido à crise da dívida, no qual a direita aparece como favorita.

A data das eleições foi apresentada pelo primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, ao conselho de ministros e posteriormente ao presidente do país, Carolos Papulias.

Papademos deve se pronunciar ainda esta noite sobre a decisão.

Nomeado à frente do governo em 11 de novembro de 2011, após a renúncia do socialista Georges Papandreu, Lucas Papademos concluiu a operação de redução da dívida grega em mãos de credores privados e as negociações que permitiram desbloquear o segundo resgate internacional do país, com o qual Atenas evitou a quebra.

O primeiro-ministro disse aos seus ministros que o novo governo deve atuar de forma rápida para apresentar em junho a nova estratégia financeira do país para o período 2013-2016. A ideia é manter a política de reformas iniciada para retomar o crescimento econômico.

Este será o quinto ano consecutivo de recessão na Grécia, que possui uma taxa de desemprego acima de 21%.

A contagem regressiva para as eleições antecipadas começou em março, após a operação de supressão de 105 bilhões de euros (cerca de 138 bilhões de dólares) da dívida do país em mãos de credores privados e da aprovação de um segundo empréstimo internacional para Atenas.

Papademos, 64 anos, ex-vice-presidente do Banco Central Europeu, desempenhou um papel importante nestas negociações delicadas e não hesitou em descrever como "muito positivo" o trabalho de seu governo, sem esconder, contudo, as tensões vividas pelo Executivo.


A antecipação das eleições foi uma demanda do líder da Nova Democracia (ND), Antonis Samaras, após a renúncia de Papandreou em novembro de 2011, causada por seu projeto fracassado de um referendo sobre o plano de austeridade imposto pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional.

A ND foi capaz de capitalizar a perda de popularidade do PASOK, vencedor das legislativas de 2009, opondo-se a todas as medidas de austeridade. Mas a sua entrada no governo e seu apoio ao plano de austeridade de Papademos, aprovado em 12 de fevereiro, freou o crescimento da direita.

"Com relação às eleições de 2009, os dois principais partidos, PASOK e ND, perderam cerca de 35% do eleitorado, 25% e 10%, respectivamente, para os partidos de esquerda (...) e pequenas formações que reúnem dissidentes da direita", analisa Thomas Gerakis, do instituto de pesquisas Marc.

Segundo pesquisas recentes, o partido conservador Nova Democracia é o favorito, mas deve receber apenas entre 13 e 20% dos votos, o que não daria a maioria governista. Para tanto, teria que se aliar aos socialistas do PASOK (que devem alcançar entre 10 e 15% dos votos) ou aos pequenos partidos.

Já os partidos de esquerda (KKE, Syriza e DIMAR) podem obter entre 8 e 10% dos votos cada. Este resultado pode ser repetido pelos Gregos Independentes, um grupo formado por dissidentes da ND, e pelo líder político Panos Kammenos, que se opõem aos planos de austeridade.

Quatro outros partidos podem chegar a 3%: Laos (extrema direita), Amanhecer Dourado (neonazista), os ambientalistas e a Aliança Democrática.

A mudança da paisagem política tradicional e a instabilidade preocupam os líderes internacionais, enquanto a Grécia, longe de sair da crise, prevê adotar em junho novas medidas para salvar mais de 11 bilhões de euros em 2013 e 2014.

Acompanhe tudo sobre:Crise gregaEleiçõesEuropaGréciaPiigsPolítica

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame