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Sucessor de Mujica poderá ser resolvida no 2º turno

Segundo o Tribunal Eleitoral, a participação da população deve apresentar uma porcentagem elevada

Candidato presidencial do Uruguai do governista Frente Ampla, Tabaré Vázquez, deposita o seu voto durante as eleições de Montevidéu  (Andres Stapff/Reuters)

Candidato presidencial do Uruguai do governista Frente Ampla, Tabaré Vázquez, deposita o seu voto durante as eleições de Montevidéu (Andres Stapff/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2014 às 17h04.

O Uruguai foi às urnas neste domingo para eleger o sucessor do presidente José Mujica e demais legisladores para o período 2015-2020, em eleições em que a esquerda no poder deve ser a força mais votada, embora talvez tenha de continuar disputando a presidência em um segundo turno.

Segundo o Tribunal Eleitoral, a participação da população deve apresentar uma porcentagem elevada e a votação transcorreu de forma tranquila.

Cercado por simpatizantes, Mujica foi um dos primeiros a depositar seu voto no popular bairro de Cerro (oeste de Montevidéu).

Como sempre, chegou em seu velho Fusquinha azul, acompanhado da esposa e senadora Lucía Topolansky.

"A eleição não é uma guerra, é uma passo importante para o país seguir em frente", comentou aos jornalistas o presidente que deixará o poder em março de 2015.

Ele assinalou ainda que está vivendo este momento com alegria e tranquilidade.

Recebido como um rock star, Mujica saudou os simpatizantes e autografou bandeiras.

O candidato da governista Frente Ampla, Tabaré Vázquez, 74 anos e que se tornou em 2005 o primeiro presidente de esquerda do país, também votou cedo, e não quis cantar vitória, mesmo liderando as preferência de votos, segundo todas as pesquisas.

"Esperamos pelo melhor, mas é o povo que vai falar", declarou, sorridente, o candidato que precisa de 50% mais um voto para evitar o segundo turno com Luis Lacalle Pou, candidato do Partido Nacional (centro-direita).

Um total de 2,6 milhões de uruguaios estão habilitados a eleger o presidente, 30 senadores e 99 deputados que integram o Parlamento, além de se pronunciar sobre um plebiscito para reduzir a 16 anos a maioridade penal.

Mas, segundo todas as pesquisas, nenhum dos candidatos teria mais de 50% dos votos e por isso, os dois mais votados terão que voltar a se enfrentar em um segundo turno, em 30 de novembro.

Vázquez é a aposta da coalizão Frente Ampla (FA) para se manter no poder, mas as pesquisas atribuem a ele entre 43% e 46% das intenções de voto, insuficientes para obter a maioria parlamentar com a qual a esquerda governou na última década e que lhe permitiu aprovar de reformas tributárias e na saúde à legalização do aborto e da maconha.

Os desejos de Vázquez estão ameaçados pelo candidato do Partido Nacional (centro-direita), Luis Lacalle Pou, um deputado de 41 anos, filho do ex-presidente Luis Alberto Lacalle (1990-1995), que com uma campanha que tem como lema "Ar fresco", se posicionou como o principal desafiante da supremacia do FA.

Embora Lacalle Pou reúna pouco mais de 30% das intenções de voto, ele já anunciou que, se passar para o segundo turno, buscará o apoio de Pedro Bordaberry, candidato do também tradicional Partido Colorado (centro-direita), que deve obter entre 15% e 18% dos votos.

Bordaberry, que espera ser a grande surpresa dessa eleição, é o principal promotor do plebiscito para diminuir a idade da imputabilidade penal.

Para ser aprovada, esta iniciativa deve contar com 50% mais um do total de votos.

Nestas eleições será aplicada pela primeira vez uma lei de cota de gênero, que busca dar maior participação às mulheres no cenário político.

A nota negativa do dia foi o fato de que dois homens morreram eletrocutados ao receber uma descarga elétrica quando tentavam fincar a bandeira de um partido.

"Eles estavam colocando uma bandeira com haste de ferro e esbarraram num cabo de alta tensão. Os mortos são um homem de 58 anos e outro de 28 anos", declarou um porta-voz policial.

O acidente aconteceu em Atlântida, 40 km a leste de Montevidéu.

A imprensa local informou que a bandeira pertencia à governista Frente Ampla (FA).

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