Mundo

“Ele é um animal, um terrorista”, diz o pai de Jihadi John

Em entrevista ao The Telegraph, um amigo revelou a reação do pai de Mohammed Emwazi ao descobrir a identidade do homem mascarado nos vídeos do Estado Islâmico

Jihadi John: em lágrimas, o pai de Mohammed Emwazi, vulgo Jihadi John, teria dito para um amigo que filho é "cachorro, um animal, um terrorista" (Reuters)

Jihadi John: em lágrimas, o pai de Mohammed Emwazi, vulgo Jihadi John, teria dito para um amigo que filho é "cachorro, um animal, um terrorista" (Reuters)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 4 de março de 2015 às 15h07.

São Paulo – “Meu filho é um cachorro, ele é um animal, um terrorista”, foi assim que Jassem Emwazi descreveu seu filho Mohammed, internacionalmente conhecido como Jihadi John, para Abu Meshaal, seu amigo e colega de trabalho.

Em uma entrevista ao jornal The Telegraph, Meshaal contou como foi a reação do patriarca da família Emwazi ao descobrir que o homem por trás das brutais decapitações do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) é sangue do seu sangue.

A revelação feita por Jassem ao amigo aconteceu na segunda-feira, quando ele ligou para justificar a sua falta no expediente de um pequeno mercado na zona rural no Kuwait, país para o qual se mudou anos antes.

No dia anterior, ele havia passado por um interrogatório com autoridades do país sobre o paradeiro de Mohammed. “Estava muito emocionado ao telefone e chorava muito”, contou a fonte à publicação, “disse que havia tentado dissuadir seu filho da ideia de ir para a Síria, mas que ele não o ouviu”.

“Que vá para o inferno”, finalizou Jassem a conversa. Descrito por Meshaal como um “homem educado e respeitável”, o pai de Mohammed disse estar envergonhado demais para sair de casa e classificou a identificação de Mohammed como uma “catástrofe” para a família.

De acordo com o relato, os laços da família com Jihadi John foram cortados em 2013, quando ele ligou dizendo que iria à Síria para se tornar um jihadistas e pediu perdão. “Jassem então lhe disse: eu espero que você morra antes que consiga chegar lá”, contou Meshaal.

Oficialmente, contudo, Jassem nega as acusações de que Mohammed é, de fato, Jihadi John. Em uma breve conversa com o jornal The Guardian, o pai declarou que os rumores sobre o assunto são “mentira, mentira, mentira” e informou ter contratado um advogado no Kuwait e outro na Inglaterra para defender a família.

Mohammed x Jihadi John

Na semana passada, o jornal The Washington Post (WP) revelou que Jihadi John era o jovem Mohammed Emwazi, 27 anos. Nascido no Kuwait e criado em um bairro de classe média alta em Londres, ele se formou em programação e foi alvo de investigações da polícia londrina por supostas ligações com grupos extremistas.

Na ocasião, a polícia britânica se recusou a se manifestar sobre a informação, mas uma fonte ouvida pelo jornal The New York Times, e que é ligada ao governo do Reino Unido, confirmou a veracidade da história do WP e contou que o nome de Jihadi John havia sido descoberto há tempos. 

Acompanhe tudo sobre:Estado IslâmicoEuropaIraquePaíses ricosReino UnidoSíriaTerrorismoTerroristas

Mais de Mundo

Legisladores democratas aumentam pressão para que Biden desista da reeleição

Entenda como seria o processo para substituir Joe Biden como candidato democrata

Chefe de campanha admite que Biden perdeu apoio, mas que continuará na disputa eleitoral

Biden anuncia que retomará seus eventos de campanha na próxima semana

Mais na Exame