EI reivindica ataque contra mostra sobre Maomé no Texas
Em pronunciamento na emissora de rádio no califado do grupo na Síria e no Iraque, os jihadistas afirmaram que dois de seus soldados realizaram o ataque
Da Redação
Publicado em 5 de maio de 2015 às 15h53.
Garland - O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) reivindicou nesta terça-feira pela primeira vez um ataque nos Estados Unidos , cujos dois autores foram mortos depois de atirar contra um edifício onde era realizado um encontro considerado anti-islâmico no Texas, e advertiu que realizará novos atentados.
"Dois soldados do califado realizaram um ataque contra uma exposição de caricaturas contra o profeta (Maomé) em Garland, Texas" (sul), disse em sua emissora de rádio a organização, que proclamou um califado nos territórios que controla no Iraque e na Síria.
"Dizemos aos Estados Unidos que o que está sendo preparado será mais importante e mais amargo. Verão coisas horríveis dos soldados do Estado Islâmico", afirmaram os jihadistas.
É a primeira vez que o grupo extremista sunita, responsável por atrocidades e acusado pela ONU de crimes contra a humanidade, reivindica oficialmente um ataque em um país ocidental. A organização não reivindicou os atentados de Paris do início de janeiro.
Pouco depois, o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, estimou que "é cedo para se pronunciar" sobre uma ligação entre o ataque dos dois homens abatidos e o EI, já que "a investigação ainda está em andamento".
Na noite de domingo, os dois homens desceram de um veículo e atiraram com fuzis contra um guarda fora do centro onde acontecia o concurso de caricaturas de Maomé, em um subúrbio de Dallas, organizado pela associação 'American Freedom Defense Initiative' (AFDI), considerada abertamente anti-islâmica.
Depois de ferir o guarda com um tiro no tornozelo, ambos foram mortos por um policial com seu revólver de serviço.
Um deles havia sido investigado pelo FBI por ter expressado sua intenção de se unir à jihad, segundo documentos judiciais aos quais a AFP teve acesso.
De acordo com a imprensa americana, os dois supostos islamitas eram Elton Simpson, de 31 anos, e Nadir Soofi, de 34, e dividiam uma residência em Phoenix (Arizona, sudoeste). A CNN divulgou imagens de agentes do FBI entrando no apartamento.
Há cinco anos, Simpson havia sido condenado a três anos de liberdade condicional por ter mentido ao FBI sobre a motivação de uma suposta viagem de estudos à África, mas as autoridades suspeitavam que estava relacionada com sua intenção de se somar a uma rede islamita da Somália.
Na época a justiça de Phoenix considerou que não havia provas sólidas contra ele e optou por deixá-lo em liberdade vigiada, apesar de ter detectado que Simpson havia começado a publicar na internet elementos que se referiam ao EI.
Dois perfis diferentes
Suas atividades nas redes sociais fizeram, no entanto, com que tanto o FBI quanto a polícia de Phoenix vigiassem ainda mais o jovem, segundo o The New York Times.
Ao citar o presidente do Centro islâmico onde os dois jovens costumavam ir rezar, o jornal relata que eles eram apreciados na mesquita e que nunca haviam expressado abertamente pensamentos radicais.
Elton Simpson havia se convertido ao Islã no ensino médio, época em que era um dos melhores jogadores de basquete de sua equipe.
Duston Simpson, pai de Elton, disse na segunda-feira à rede de televisão ABC News que seu filho fez "uma escolha ruim".
"Somos americanos e acreditamos nos Estados Unidos. O que meu filho fez é muito ruim para minha família", declarou.
Mas o outro suspeito, Nadir Soofi, era um desconhecido para as autoridades. Pai de um menino pequeno, foi durante um tempo proprietário de uma pizzaria chamada Cleopatra, a qual vendeu por motivos econômicos, e dirigia no momento do ataque uma empresa de limpeza de tapetes, segundo o The New York Times.
Os incidentes de Garland lembram o atentado em Paris em janeiro passado contra o semanário satírico francês Charlie Hebdo, que publicou diversas vezes caricaturas do profeta Maomé, cuja representação está proibida pelo Islã. O atentado em Paris deixou 12 mortos, entre eles cinco chargistas.
No entanto, para o chefe de redação da revista satírica, Gerard Biard, e o crítico de cinema da publicação, Jean-Baptiste Thoret, "não há comparação possível".
"Nós não organizamos concursos. Só fazemos nosso trabalho. Comentamos a informação. Quando Maomé marca a informação, desenhamos Maomé, e se não, não. Combatemos o racismo e não temos nada a ver com esta gente", disse Biard no programa de Charlie Rose, transmitido pela rede americana de televisão pública (PSB) na noite de segunda-feira.
A associação 'American Freedom Defense Initiative' (AFDI), considerada abertamente anti-islâmica, organizou um concurso que oferecia 10.000 dólares à melhor caricatura de Maomé, e havia convidado o líder de extrema-direita holandês Geert Wilders a participar como orador do evento.
Garland - O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) reivindicou nesta terça-feira pela primeira vez um ataque nos Estados Unidos , cujos dois autores foram mortos depois de atirar contra um edifício onde era realizado um encontro considerado anti-islâmico no Texas, e advertiu que realizará novos atentados.
"Dois soldados do califado realizaram um ataque contra uma exposição de caricaturas contra o profeta (Maomé) em Garland, Texas" (sul), disse em sua emissora de rádio a organização, que proclamou um califado nos territórios que controla no Iraque e na Síria.
"Dizemos aos Estados Unidos que o que está sendo preparado será mais importante e mais amargo. Verão coisas horríveis dos soldados do Estado Islâmico", afirmaram os jihadistas.
É a primeira vez que o grupo extremista sunita, responsável por atrocidades e acusado pela ONU de crimes contra a humanidade, reivindica oficialmente um ataque em um país ocidental. A organização não reivindicou os atentados de Paris do início de janeiro.
Pouco depois, o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, estimou que "é cedo para se pronunciar" sobre uma ligação entre o ataque dos dois homens abatidos e o EI, já que "a investigação ainda está em andamento".
Na noite de domingo, os dois homens desceram de um veículo e atiraram com fuzis contra um guarda fora do centro onde acontecia o concurso de caricaturas de Maomé, em um subúrbio de Dallas, organizado pela associação 'American Freedom Defense Initiative' (AFDI), considerada abertamente anti-islâmica.
Depois de ferir o guarda com um tiro no tornozelo, ambos foram mortos por um policial com seu revólver de serviço.
Um deles havia sido investigado pelo FBI por ter expressado sua intenção de se unir à jihad, segundo documentos judiciais aos quais a AFP teve acesso.
De acordo com a imprensa americana, os dois supostos islamitas eram Elton Simpson, de 31 anos, e Nadir Soofi, de 34, e dividiam uma residência em Phoenix (Arizona, sudoeste). A CNN divulgou imagens de agentes do FBI entrando no apartamento.
Há cinco anos, Simpson havia sido condenado a três anos de liberdade condicional por ter mentido ao FBI sobre a motivação de uma suposta viagem de estudos à África, mas as autoridades suspeitavam que estava relacionada com sua intenção de se somar a uma rede islamita da Somália.
Na época a justiça de Phoenix considerou que não havia provas sólidas contra ele e optou por deixá-lo em liberdade vigiada, apesar de ter detectado que Simpson havia começado a publicar na internet elementos que se referiam ao EI.
Dois perfis diferentes
Suas atividades nas redes sociais fizeram, no entanto, com que tanto o FBI quanto a polícia de Phoenix vigiassem ainda mais o jovem, segundo o The New York Times.
Ao citar o presidente do Centro islâmico onde os dois jovens costumavam ir rezar, o jornal relata que eles eram apreciados na mesquita e que nunca haviam expressado abertamente pensamentos radicais.
Elton Simpson havia se convertido ao Islã no ensino médio, época em que era um dos melhores jogadores de basquete de sua equipe.
Duston Simpson, pai de Elton, disse na segunda-feira à rede de televisão ABC News que seu filho fez "uma escolha ruim".
"Somos americanos e acreditamos nos Estados Unidos. O que meu filho fez é muito ruim para minha família", declarou.
Mas o outro suspeito, Nadir Soofi, era um desconhecido para as autoridades. Pai de um menino pequeno, foi durante um tempo proprietário de uma pizzaria chamada Cleopatra, a qual vendeu por motivos econômicos, e dirigia no momento do ataque uma empresa de limpeza de tapetes, segundo o The New York Times.
Os incidentes de Garland lembram o atentado em Paris em janeiro passado contra o semanário satírico francês Charlie Hebdo, que publicou diversas vezes caricaturas do profeta Maomé, cuja representação está proibida pelo Islã. O atentado em Paris deixou 12 mortos, entre eles cinco chargistas.
No entanto, para o chefe de redação da revista satírica, Gerard Biard, e o crítico de cinema da publicação, Jean-Baptiste Thoret, "não há comparação possível".
"Nós não organizamos concursos. Só fazemos nosso trabalho. Comentamos a informação. Quando Maomé marca a informação, desenhamos Maomé, e se não, não. Combatemos o racismo e não temos nada a ver com esta gente", disse Biard no programa de Charlie Rose, transmitido pela rede americana de televisão pública (PSB) na noite de segunda-feira.
A associação 'American Freedom Defense Initiative' (AFDI), considerada abertamente anti-islâmica, organizou um concurso que oferecia 10.000 dólares à melhor caricatura de Maomé, e havia convidado o líder de extrema-direita holandês Geert Wilders a participar como orador do evento.