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EI proíbe mulheres de sairem às ruas em província afegã

Os militantes também avisaram os líderes tribais que não realizem reuniões dos tradicionais conselhos e dirijam os casos legais a cortes do EI


	"Estas advertências são para fortalecer sua influência, não para promover o islã. É uma ferramenta para criar medo entre as massas", disse um membro do Conselho Provincial
 (Majid Saeedi/Getty Images)

"Estas advertências são para fortalecer sua influência, não para promover o islã. É uma ferramenta para criar medo entre as massas", disse um membro do Conselho Provincial (Majid Saeedi/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2015 às 14h38.

Cabul - O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) advertiu as mulheres de uma província do leste do Afeganistão que permaneçam em suas casas e que saiam à rua somente por motivos previstos pela sharia ou lei islâmica e sempre com véu e acompanhadas por um homem.

As advertências ocorrem desde sábado em mesquitas e com folhetos repartidos entre a população em vários distritos da província oriental de Nangarhar, disse nesta quinta-feira à Agência Efe um membro do Conselho Provincial, Obaidullah Shinwari, que afirmou que este novo grupo é mais violento que os talibãs.

Os insurgentes também avisaram os líderes tribais que não realizem reuniões dos tradicionais conselhos e dirijam os casos legais a cortes do EI, indicou Shinwari.

Os extremistas também ordenaram a construção de mesquitas nos povos onde não há e que as pessoas rezem juntas nos templos religiosos ao invés de suas casas.

"Estas advertências são para fortalecer sua influência, não para promover o islã. É uma ferramenta para criar medo entre as massas", disse à Agência Efe outro membro do Conselho Provincial, Zabihullah Zamarai.

"O grupo está ganhando mais influência. Agora está ficando mais violento e inclusive começou a decapitar pessoas", afirmou o político.

Nas últimas semanas, o EI e os talibãs mantiveram enfrentamentos em Nangarhar e outras zonas do Afeganistão.

Os talibãs afegãos advertiram em meados de junho ao autoproclamado califa do grupo insurgente Estado Islâmico (EI), Abu Bakr al Baghdadi, que a atual luta "contra América e seus títeres" no Afeganistão deve ser realizada só sob a bandeira talibã e ameaçou fazer represálias por sua presença no país.

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