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EI comete crimes contra a Humanidade na Síria, diz ONU

O grupo tem cometido crimes contra a humanidade e crimes de guerra em grande escala na Síria, segundo comissão da ONU


	Jihadista do Estado Islâmico agita a faca momentos antes de executar jornalista
 (Ho/AFP)

Jihadista do Estado Islâmico agita a faca momentos antes de executar jornalista (Ho/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2014 às 11h36.

Genebra - O grupo Estado Islâmico (EI) tem cometido crimes contra a Humanidade e crimes de guerra em grande escala nos territórios que controla na Síria, acusa a Comissão de Inquérito das Nações Unidas sobre os crimes neste país dirigida pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro.

Em seu primeiro relatório detalhado sobre o grupo publicado nesta sexta-feira em Genebra, a Comissão estabelece uma longa lista de crimes, documentados por cerca de 300 depoimentos de vítimas e testemunhas, com assassinatos em massa contra grupos étnicos e religiosos, decapitações, escravidão sexual e gravidez forçada.

"O grupo armado tem uma política de sanções discriminatórias, tais como impostos ou conversões forçadas com base na identidade étnica ou religiosa de suas vítimas, destruindo locais religiosos e expulsando sistematicamente comunidades minoritárias", ressalta o relatório.

"Os ataques em larga escala e sistemáticos" contra a população civil curda e contra a minoria religiosa yazidi constituem "crimes contra a Humanidade", assim como os desaparecimentos forçados em ataques contra civis nas regiões de Aleppo e Ar Raqqah, acompanhados de crimes e torturas, acrescenta o relatório.

O grupo Estado Islâmico "decapitou, fuzilou, apedrejou homens, mulheres e crianças em lugares públicos em cidades e vilarejos no nordeste da Síria", diz ainda o relatório de 20 páginas. Os corpos das vítimas são normalmente expostos na cruz por três dias, as cabeças são cravadas em portões de parques "como um aviso ao público sobre as consequências de se recusar a submeter-se à autoridade do grupo armado."

Ex-prisioneiros relataram que o pior tratamento nos centros de detenção são reservados aos suspeitos de pertencer a outros grupos armados, aos jornalistas e àqueles que colaboraram com a imprensa estrangeira.

O relatório também destaca os abusos contra as mulheres, notando que as famílias aterrorizadas casam suas meninas menores de idade às pressas para não serem forçadas a casá-las com combatentes do grupo jihadista. Ele também caracteriza como "crime contra a Humanidade" a escravidão sexual imposta às mulheres yazidis, vendidas, estupradas e algumas engravidadas.

A Comissão, apenas destinada a investigar a situação na Síria, não analisa o que acontece em território iraquiano sob o controle do grupo armado.

A Comissão investiga a região, mas não está autorizada pelo governo sírio a visitar a Síria.

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