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Egito faz reunião de emergência após decreto de Morsi

A decisão de Morsi de não dissolver o parlamento tem grandes chances de levar a um confronto com os poderosos generais do Egito, que lhe entregaram o poder formalmente em 30 de junho

Partidárias de Mohamed Mursi leem jornal de campanha no Egito (©AFP / Patrick Baz)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2012 às 17h12.

Cairo - Os principais generais do Egito estão realizando uma reunião de emergência para discutir a decisão do novo presidente do país, Mohamed Morsi, de anular a dissolução do parlamento, de maioria islâmica, informou a agência de notícias estatal MENA.

No mês passado, os militares do governo provisório do Egito ordenaram a dissolução do parlamento, depois que a Suprema Corte do país determinou que um terço dos parlamentares foi eleito ilegalmente.

A decisão de Morsi tem grandes chances de levar a um confronto com os poderosos generais do Egito, que lhe entregaram o poder formalmente em 30 de junho, depois de passarem quase um ano e meio no comando do país após a renúncia de Hosni Mubarak.

A decisão também evidencia a confusão sobre os papéis e poderes das instituições governantes no Egito. A constituição que estava em vigor durante o regime de Mubarak foi suspensa após os protestos populares, sem que uma nova fosse adotada desde então.

O confronto aberto entre os dois lados levará o país a mais um período de instabilidade política. Desde a queda de Mubarak, o país já vem sofrendo com o aumento da criminalidade, uma economia enfraquecida e uma série de greves e protestos.

Segundo a agência de notícias, o Conselho Supremo das Forças Armadas está reunido para "analisar e discutir as consequências" da decisão de Morsi, anunciada mais cedo neste domingo. Morsi é o primeiro presidente eleito democraticamente no Egito.

O decreto de Morsi, um antigo membro da Irmandade Muçulmana, também prevê a realização de eleições parlamentares dentro de dois meses após a adoção de uma nova constituição para o país, o que não deve ocorrer antes do final deste ano.

Em 16 de junho, os generais anunciaram uma "declaração constitucional" que lhes garante poderes legislativos na ausência do parlamento e retira boa parte da autoridade presidencial de Morsi. A declaração também deu aos generais o controle sobre o processo de elaboração de uma nova constituição e imunidade contra qualquer tipo de supervisão civil. Além disso, os generais se declararam responsáveis pelo orçamento nacional.

Morsi chegou ao poder depois de derrotar por uma pequena margem o ex-primeiro ministro de Mubarak Ahmed Shafiq, no segundo turno das eleições presidenciais, em 16 e 17 de junho.

Um islâmico conservador, Morsi pode ter tomado a decisão motivado em grande parte por um desejo de afirmar sua autoridade diante dos militares, que vêm governando o país desde o golpe que derrubou a monarquia, em 1952. A anulação de uma determinação da principal corte do país, no entanto, pode levar a acusações de que ele não demonstra respeito pelo Judiciário. As informações são da Associated Press.

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Cairo - Os principais generais do Egito estão realizando uma reunião de emergência para discutir a decisão do novo presidente do país, Mohamed Morsi, de anular a dissolução do parlamento, de maioria islâmica, informou a agência de notícias estatal MENA.

No mês passado, os militares do governo provisório do Egito ordenaram a dissolução do parlamento, depois que a Suprema Corte do país determinou que um terço dos parlamentares foi eleito ilegalmente.

A decisão de Morsi tem grandes chances de levar a um confronto com os poderosos generais do Egito, que lhe entregaram o poder formalmente em 30 de junho, depois de passarem quase um ano e meio no comando do país após a renúncia de Hosni Mubarak.

A decisão também evidencia a confusão sobre os papéis e poderes das instituições governantes no Egito. A constituição que estava em vigor durante o regime de Mubarak foi suspensa após os protestos populares, sem que uma nova fosse adotada desde então.

O confronto aberto entre os dois lados levará o país a mais um período de instabilidade política. Desde a queda de Mubarak, o país já vem sofrendo com o aumento da criminalidade, uma economia enfraquecida e uma série de greves e protestos.

Segundo a agência de notícias, o Conselho Supremo das Forças Armadas está reunido para "analisar e discutir as consequências" da decisão de Morsi, anunciada mais cedo neste domingo. Morsi é o primeiro presidente eleito democraticamente no Egito.

O decreto de Morsi, um antigo membro da Irmandade Muçulmana, também prevê a realização de eleições parlamentares dentro de dois meses após a adoção de uma nova constituição para o país, o que não deve ocorrer antes do final deste ano.

Em 16 de junho, os generais anunciaram uma "declaração constitucional" que lhes garante poderes legislativos na ausência do parlamento e retira boa parte da autoridade presidencial de Morsi. A declaração também deu aos generais o controle sobre o processo de elaboração de uma nova constituição e imunidade contra qualquer tipo de supervisão civil. Além disso, os generais se declararam responsáveis pelo orçamento nacional.

Morsi chegou ao poder depois de derrotar por uma pequena margem o ex-primeiro ministro de Mubarak Ahmed Shafiq, no segundo turno das eleições presidenciais, em 16 e 17 de junho.

Um islâmico conservador, Morsi pode ter tomado a decisão motivado em grande parte por um desejo de afirmar sua autoridade diante dos militares, que vêm governando o país desde o golpe que derrubou a monarquia, em 1952. A anulação de uma determinação da principal corte do país, no entanto, pode levar a acusações de que ele não demonstra respeito pelo Judiciário. As informações são da Associated Press.

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