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Economistas chineses veem riscos após rebaixamento dos EUA

Para economistas, China deve diversificar os investimentos para suas reservas

Maior credor internacional de Washington, a China tem US$ 3,2 trilhões em reservas internacionais, 70% dos quais aplicados em ativos denominados em dólar (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2011 às 12h47.

Xangai - Economistas chineses disseram que o rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos feito pela agência Standard & Poor's significa grande risco aos mercados financeiros. Eles esperam que isso leve a China, o maior país detentor de títulos da dívida norte-americana, a acelerar o processo de diversificação dos investimentos.

Os EUA perderam sua nota de crédito de longo prazo "AAA" na sexta-feira pela S&P. O rebaixamento para "AA+" foi feito por conta do déficit do orçamento governamental e o endividamento crescente. A decisão deve aumentar os custos para empréstimos para o governo norte-americano, empresas e consumidores.

"Haverá caos nos mercados financeiros internacionais, pelo menos no curto prazo. O impacto mais direto sobre a China será nas suas reservas. O valor dos investimentos da China em dólares vai cair e o efeito de encolhimento pode ser grande", disse Li Jie, diretor do Instituto de Pesquisas sobre Reservas na Universidade Central de Finanças e Economia.

No início desta semana, a China pediu para Washington agir com responsabilidade para lidar com os seus problemas relacionados à dívida, dizendo que a incerteza no mercado de títulos dos EUA vai prejudicar o sistema monetário global e dificultar o crescimento.

Pequim pediu repetidas vezes a Washington para proteger os seus investimentos em dólar, que são estimados por analistas em dois terços das suas reservas cambiais de 3,2 trilhões de dólares, a maior do mundo.

"A China será forçada a considerar outros investimentos para as suas reservas. O tesouro dos EUA não é mais seguro. Há vários ativos que são mais arriscados do que 'AAA', mas menos do que 'AA+'. A China não pensava nestes investimentos antes, mas agora vai ser forçada a fazer isso", disse Li.


No início da semana, os Estados Unidos evitaram uma moratória por pouco depois que parlamentares dos dois partidos chegaram a um consenso e fecharam um acordo que aumenta a capacidade de endividamento do país depois de semanas de conflitos partidários.

O rebaixamento pela S&P também pode levar os Estados Unidos a aliviar a sua política monetária ainda mais, o que pode causar mais incerteza nos mercados globais, disse Ding Yifan, vice-diretor do Centro de Pesquisas de Desenvolvimento, um instituto do Conselho de Estado.

"Eu acho que está aumentando a chance de os Estados Unidos optarem novamente por outra rodada de flexibilização quantitativa, já que investidores externos podem começar a evitar os ativos em dólar, o que vai deixar o Fed sem outra opção a não ser comprar os seus próprios títulos", disse Ding.

"Se os EUA realmente fizerem isso, vão definitivamente colocar mais incerteza na economia global e isso pode aumentar o preço das commodities globais", acrescentou.

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Xangai - Economistas chineses disseram que o rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos feito pela agência Standard & Poor's significa grande risco aos mercados financeiros. Eles esperam que isso leve a China, o maior país detentor de títulos da dívida norte-americana, a acelerar o processo de diversificação dos investimentos.

Os EUA perderam sua nota de crédito de longo prazo "AAA" na sexta-feira pela S&P. O rebaixamento para "AA+" foi feito por conta do déficit do orçamento governamental e o endividamento crescente. A decisão deve aumentar os custos para empréstimos para o governo norte-americano, empresas e consumidores.

"Haverá caos nos mercados financeiros internacionais, pelo menos no curto prazo. O impacto mais direto sobre a China será nas suas reservas. O valor dos investimentos da China em dólares vai cair e o efeito de encolhimento pode ser grande", disse Li Jie, diretor do Instituto de Pesquisas sobre Reservas na Universidade Central de Finanças e Economia.

No início desta semana, a China pediu para Washington agir com responsabilidade para lidar com os seus problemas relacionados à dívida, dizendo que a incerteza no mercado de títulos dos EUA vai prejudicar o sistema monetário global e dificultar o crescimento.

Pequim pediu repetidas vezes a Washington para proteger os seus investimentos em dólar, que são estimados por analistas em dois terços das suas reservas cambiais de 3,2 trilhões de dólares, a maior do mundo.

"A China será forçada a considerar outros investimentos para as suas reservas. O tesouro dos EUA não é mais seguro. Há vários ativos que são mais arriscados do que 'AAA', mas menos do que 'AA+'. A China não pensava nestes investimentos antes, mas agora vai ser forçada a fazer isso", disse Li.


No início da semana, os Estados Unidos evitaram uma moratória por pouco depois que parlamentares dos dois partidos chegaram a um consenso e fecharam um acordo que aumenta a capacidade de endividamento do país depois de semanas de conflitos partidários.

O rebaixamento pela S&P também pode levar os Estados Unidos a aliviar a sua política monetária ainda mais, o que pode causar mais incerteza nos mercados globais, disse Ding Yifan, vice-diretor do Centro de Pesquisas de Desenvolvimento, um instituto do Conselho de Estado.

"Eu acho que está aumentando a chance de os Estados Unidos optarem novamente por outra rodada de flexibilização quantitativa, já que investidores externos podem começar a evitar os ativos em dólar, o que vai deixar o Fed sem outra opção a não ser comprar os seus próprios títulos", disse Ding.

"Se os EUA realmente fizerem isso, vão definitivamente colocar mais incerteza na economia global e isso pode aumentar o preço das commodities globais", acrescentou.

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